Love Game: 20 - Cinco Anos Depois (cap final)


Capítulo 20 – Cinco Anos Depois

A casa parecia vazia quando ela entrou. Estranhou, já que ali estava sempre barulhento, com ruídos de cozinha e conversa. Trancou a porta e andou pelo corredor, para chegar à sala. Passando pelo espelho do corredor, admirou seus cabelos encaracolados marrons, já estavam compridos de novo. Continuou andando, percebendo que a casa estava às escuras. De repente as luzes se acenderam e algumas vozes gritaram:

- Feliz Aniversário!

            Duas crianças vieram correndo abraçá-la, uma loira e uma morena. Sally veio logo atrás, dizendo:

- Parabéns meu amor! – deu um beijo em Lola, que ainda estava surpresa.

- Não posso acreditar! Muito obrigada meus amores! – abraçou e beijou cada menina, que se agarrava em suas pernas.

- Parabéns, muitas felicidades! – Helena veio cumprimentá-la, com a esposa ao lado dela.

            Era a primeira vez que Lola via Sara. Era uma moça ruiva linda, os cabelos cor de fogo, os olhos verdes, sardas no rosto e um sorriso encantador. Estava totalmente arrumada, pelo jeito, era igualzinha à Helena, o que fez Lola rir.

- Obrigada mesmo! – abraçou as duas.

- E aí, tem espaço para mais um Feliz Aniversário? – perguntou Jaqueline, levantando-se do sofá.

- Jaque! Mas é claro! – Lola abraçou a amiga, fazia tanto tempo que não a via.

            A morena deu uma olhada para a sala, na mesa de estar estava o bolo, com docinhos em volta, salgadinhos e refrigerantes espalhados pelas mesinhas. Algumas bexigas penduradas pelo teto completavam a decoração.

            Estava fazendo trinta e dois anos. Olhou para as pessoas ali presentes, Helena e Sara conversando com Jaqueline, enquanto as duas filhas corriam pelo cômodo, mais alguns amigos e conhecidos conversando pelos cantos. Sorriu, fazia tanto tempo que não via todo mundo! Sentou-se na poltrona que estava perto dela.

- Então, gostou da surpresa? – perguntou Sally, sentando-se em seu colo.

- Adorei! – abraçou e beijou a esposa. – Muito obrigada, eu precisava mesmo disso.

- Eu sei, imaginei, depois de um mês trabalhando fora, achei que iria gostar de ver seus amigos e conhecidos. Sentimos sua falta.

- Também senti a sua, amor. – beijou os lábios da loira, dando um mordida no lábio inferior.

            Sally estava mais velha, mas não deixava de estar mais bonita do que sempre esteve. Os cabelos loiros caindo em cascata pelos ombros, o sorriso bonito, os olhos azuis e cruéis, agora tinham o brilho incandescente da paixão e do amor, a paciência e a doçura.

- Acho melhor arrumarem um quarto... – sugeriu Jaque, rindo, ao se aproximar das duas.

- Se depender da Sally, rola aqui mesmo! – disse Helena, rindo.

- Olha o veneno! Não se esqueça de que essa fantasia você já realizou. – respondeu Sally. Todas deram risada.

- Então, como estão as coisas lá no Brasil? – perguntou a morena.

- Ah bem... Digamos que todos sentiram sua falta por lá. O caso esfriou, ficou esquecido, e ninguém mais pensou em abri-lo. – respondeu Jaque.

- É pelo menos isso de bom. Também estou com saudades de todos, mas não posso voltar, se o fizer, sabe que seremos presas. Não é mais problemas do capitão.

- Mamãe, mamãe, a Lili ta sendo malvada comigo! – a criança de cabelos castanhos veio correndo, choramingando para Lola.

            Lola olhou para Sally, antes de olhar para a filha de novo. Era a cópia dela, os mesmos cachinhos, os mesmos olhos castanhos, tudo. Ela e Sally fizeram inseminação artificial, e as duas ficaram grávidas, uma em um ano, e a outra no outro. Assim, tinham as duas filhas, uma nascida dela, e uma de Sally.

- O que ela fez para você, flor? – perguntou Lola, toda amorosa.

- Ela puxou meu cabelo e fica tentando me bater! – choramingou Bruna.

- Você que é uma chorona! – retrucou Lili, chegando perto delas.

            Sim, a menina também puxara a mãe! Cabelos loiros e compridos, olhos azuis, com o mesmo brilho cruel neles. Era a mais velha, mais durona, mais cruel. Exatamente como a mãe. Era de se dar risada quando percebia o quanto elas puxaram suas mães!

- Não sou não! Você é que sempre é malvada comigo! – respondeu Bruna.

- Parem com isso! – Sally disse, brava. – Bruna, para de chorar, você não é uma criancinha mais! E Lili para de implicar com a sua irmã!

- Ta bom, mommy. – a mais velha revirou os olhos, saindo da sala.

            A mais nova secou os olhos, deu um abraço em Lola e saiu correndo atrás da irmã. Eram assim, brigavam, mas não se largavam.

- Elas crescem tão rápido! – riu Sally, enquanto abraçava a esposa.

- E a Camila, não pode vir?

- Não, uma pena. A namorada dela viajou e ela precisou trabalhar, não pode viajar para vir esse fim de semana.

- É pena mesmo. Nunca agradecerei o suficiente por tudo o que ela fez por nós. – lembrou Lola.

- Aliás, todas vocês. – continuou Sally. – Helena, nunca esquecerei da cena hilária de você segurando uma arma!

- Obrigada pela parte que me toca. – a amiga respondeu, Sally continuou:

- Obrigada a Jaque sempre pelo apoio. A Camila, que não está aqui, mas nos ajudou tanto. Se não fosse por vocês, não conseguiríamos chegar até aqui.

- Ah quanto amor! – disse Lola.

Todas abraçaram as duas, enquanto não paravam de sorrir. As duas filhas vieram correndo, para abraçar suas mães e suas tias, é para elas, todas eram tias. Uma família feliz, não é? Lola agradecia todos os dias por ter feito a escolha certa, quando teve a oportunidade. Nunca nos apaixonamos pelas pessoas certas, perfeitas e do jeito que queremos, basta a nós aprender a conhecê-las e amá-las do seu próprio jeito. Esse, é o verdadeiro jogo do amor.

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