Poesia - Ímpar


Sua aura irradiava felicidade por onde passava,
Trazendo alegria para o rosto das pessoas, 
Iluminando e transformando caminhos,
Ela era um raio de sol em nublados dias, 

Um dia houve escuridão em seus olhos,
Dores e mágoas que consumiam sua alma, 
Sem conseguir perdoar a si mesma pelo ato, 
Culpava o destino por tê-la deixado entrar.

A Tempestade


Quando as nuvens negras se aglomeram no céu cinza, e o vento uiva no norte, é sinal de que uma tempestade está por vir. Não há abrigo para me esconder, e eu tento acelerar o passo, mas um problema de nascença me impede de correr. Olho para trás e vejo o quão longa e escura essa estrada tem parecido para mim. Avancei um bom tanto, mas estou longe do meu destino final. Em uma pequena vila, corro batendo de porta em porta, pedindo para que me deixem entrar, nem que apenas de passagem, só para me manter segura quando a chuva passar, mas não ganho moradia. Em alguns deram-me migalhas de pão para não passar fome e um copo d'água para passar a sede, mas meu corpo pede por mais, minha alma anseia por mais. Eles não podem me dar mais, desculpe, eles não têm nem para eles mesmos... Tudo bem, eu agradeço, mas por dentro não consigo evitar o sentimento de mágoa e rejeição. Alguns anos atrás nesta mesma vila eu havia conseguido um abrigo que parecia seguro e confortável, mas na verdade ele escondia muito mais perigos que eu sequer poderia imaginar. Hoje foi derrubado e transformado em um belo casebre.

Tenha calma...


Menina apressada que corre com a jarra de leite na mão, nunca lhe ensinaram que não se deve correr? No banquete da vida, de tanta ansiedade se esvazia, que acaba comendo cru o que era para ser ao ponto. De pulo em pulo, anseia em chegar ao seu destino, esquecendo-se dos avisos no caminho de pedras e areia. Tome cuidado, menina, quanto maior a velocidade, maior o ralo em seus joelhos. Tropeça nos próprios pés e sempre derruba aquilo que vinha carregando com tanto carinho e doçura. Irrita-se consigo mesma, aponta mil defeitos e se põe a chorar de raiva. De que adianta? Quer cortar caminhos e seguir atalhos que são mais longos e tortuosos do que a sua própria estrada. Sua mãe não lhe ensinou a não andar pela floresta? Se bem que talvez fosse bom. Desestressa, distraia, menina. Tira esse peso dos ombros que já não há mais necessidade. Desacelera. Você já sabe que tudo vai acontecer como tem que acontecer; tudo tem seu tempo, não tente apressar o que não pode. Respira, garota, seu mundo não vai acabar. Eu sei que você já esperou demais por tanta coisa... Tantas promessas vazias... Tantos "talvez"... Tantos "sei lá, pode ser..." Tantas reticências... E tudo o que você quer é um ponto final. Assim. Bem colocado. Com propriedade. Um ponto e vírgula, pode ser; uma exclamação! Ou várias!!!!! Você quer certeza. Decisão. Cansada de tanto ser uma opção. Mas não adianta querer correr, se vai apenas tropeçar. Dê seus passos com clareza, exatidão. Alguns bem pensados, outros apenas pela intuição, e você vai chegar lá, eu prometo. Então, tenha calma, menina, que o tempo sabe bem o que faz.
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