Regina

      


      A vida não faz nada por acaso, disso eu já sei há tempos. E não foi por um acaso que eu cruzei com uma moça linda na volta do mercadinho, às dez horas da manhã. Moça essa que eu observei que chegava tão tarde, que eu quase não via, e que a ansiedade adolescente me fazia ficar nervosa esperando uma oportunidade para conversar. Quando eu ia imaginar que tal moça era tão engraçada, e tão completamente maravilhosa? E em apenas uma madrugada chuvosa, em uma conversa de uma hora, eu já descobrisse que tal moça é uma mulher tão fascinante? Nem nos meus sonhos mais loucos eu conseguiria imaginar me tornar amiga de tal mulher, ser parte do seu dia, saber da sua história. Quando a conheci, mexeu com meus instintos tão secretos e a timidez de garota me fez criar uma vergonha gigantesca. Seu jeito, sua risada gostosa, sua beleza estonteante, e claro, seu corpo escultural. Como conseguir conter minha mente tão fértil de escritora? Como controlar todos os desejos que se afloraram? E eles foram muitos, se analisa tanto as pessoas como diz, você já deve ter percebido. Pode rir, moça, fico mesmo vermelha e com vergonha de lhe dizer as coisas. Apesar...
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