Maria Mulher

Maria era uma moça legal, extrovertida, divertida. Bem popular até.
Maria estava sempre rodeada de amigos; era idolatrada pelos meninos, invejada pelas meninas.
Maria tinha um bom emprego, ganhava bem e até que sua casa tinha uma vista legal.
Maria gostava de se divertir, colocava uma saia rodada e saia rodopiando noite adentro.
Maria era bonita, estava sempre acompanhada de um rapaz diferente.
Mas Maria tinha um único defeito:

Feliz..


Eu estou feliz. Tenho medo de gritar essa felicidade, então vou sussurrar, para ninguém mais ouvir: eu estou feliz. Meu coração ainda sangra, as feridas reabrem de vez em quando, e eu ainda não sei o que vou fazer no futuro. Mas cansei de lutar contra o destino. Eu ainda tenho medo de ficar sozinha, e sinto falta de carinho. Mas estou aproveitando o que eu tenho. As pequenas coisas. O sol está me esquentando, e eu adoro esse calor gostoso para sair e rir por aí. E quando a chuva vem, ah baby, que alívio e que delícia ficar agarradinha contigo nessa cama geladinha. Passo a passo. Dia a dia. E assim a gente vai vivendo. Se eu pensar muito no destino e na vida eu vou acabar deprimida. Prefiro me espremer e estourar em felicidade. Eu quero sentir o seu toque e rir com você. E se outra pessoa aparecer, a gente vê. A única que perde nesse jogo é minha inspiração. Coitada, fica perdida, sem saber sobre o que se esparramar. Ela se fecha e está morrendo de raiva de mim. Se aquiete, meu amor, relaxa, logo você vai chorar de saudades e voltar pra mim, pedindo morada nos meus dedos e querendo deslizar no papel branco. Logo faremos amor novamente e você será minha, e eu serei sua, e nos derreteremos em tinta preta retinta a encantar os apaixonados incuráveis desse mal chamado amor. Por enquanto, me deixa ser... feliz.

Oneshot - Dirty's Mouth


Oneshot – Dirty’s Mouth
Swan Queen

            Nova realidade. Regina nunca imaginou que aquela seria a forma que ela aproveitaria da sua nova realidade, um presente tão raro e precioso. Uma chance única, e desperdiçada. Aquele bar cheirava a cachaça barata e cigarro, e após alguns dias na cidade, ela já sabia que não poderia esperar nada melhor do centro de Nova York. Por que estava ali, afinal de contas? Justamente no dia dos namorados? Talvez porque uma parte dela ainda insistia no tal do amor verdadeiro, ou qualquer coisa que o valha. Quando aquele pirata lhe disse onde a loira estava trabalhando, Regina não quis acreditar. Primeiro ferveu de raiva, queria fazer picadinho de xerife. Como aquela idiota ousava trabalhar num lugar desses tendo que cuidar de Henry!? Que tipo de influências seu filho estava sofrendo? Depois Regina se perguntou o porquê daquele trabalho, que não tinha nada a ver com as habilidades da loira... Eu talvez ela tivesse habilidades que a prefeita nunca tinha visto... Regina sorriu maliciosamente ante o pensamento.
Nos dias bons eu aproveito o carinho ganho. Nos dias ruins eu me viro comigo mesma.

A vida é uma droga. E o destino é pior ainda. Há cinco anos eu imaginava você levando sua vida, casada talvez. Com um moço bonito e educado, que lhe trataria bem, como você merece ser tratada. Você estaria trabalhando, quem sabe fazendo teatro, como sempre quis. Teria uma boa casa, com todo o conforto que você merece. E apesar de estar feliz, você lembraria de mim, sentiria falta desses anos em que não nos falamos. Isso me confortava. Pois significava que eu não era certa para você porque esse não era seu destino. Você precisava do seu príncipe, afinal de contas, de uma vida em um conto de fadas, e isso eu não poderia lhe proporcionar. Isso indicava que você escolheu o caminho mais fácil, sem ter que sofrer como eu lhe faria sofrer por ser uma mulher ao seu lado. Mas a vida é ironicamente engraçada. Dolorosamente engraçada.

Fanfic: Do What U Want - Capítulo 03


Emma chegou à delegacia e só de olhar para o desmazelo do prédio já suspirou em desespero. Quando entrou, percebeu que alguém pegara a correspondência e colocara em cima da mesa, dando uma ajeitada no local e não deixando que os animais fizessem ninhos lá dentro. Pelo menos isso. Aproximou-se, encarando o tamanho das colunas de papéis em cima das mesas, ela levaria dias, semanas para organizar tudo aquilo, analisar tudo aquilo. Respirou fundo, uma coisa de cada vez. Se ficasse se lamentando pelo tamanho da tarefa, desistiria rapidamente. Aproximou-se da sua mesa, colocando o monte de papéis na cadeira. Deu uma ajeitada no tampo da mesa, retirando a sujeira, dando uma olhada nas gavetas, retirando o que já não precisaria; quando estava tudo certo, pegou uma das pilhas de papéis, colocando-a na mesa.

Conto - Daylight



— O que você está pensando? – ela me perguntou, rolando sobre o meu corpo e passando seu braço em volta da minha cintura.

— Estou pensando na vida... – respondi enigmática, sentada na cama.

— Na vida? – eu olhei-a de volta, sorrindo. Ela estava encostada em meu corpo, o nariz roçando em minha barriga.

— Sim... Em como viemos parar aqui... – desci minha mão pelas suas costas nuas, acariciando-a.

— Com as próprias pernas, creio eu... – e começou a rir da própria palhaçada.

— Isso também. Mas eu quis dizer aqui, nessa cama... – suspirei, olhando-a séria. — Foi tudo tão... Rápido... – dei um sorriso de canto, movendo minha perna e colocando entre as dela.

Faminta


Eu te quero por inteiro, eu quero te comer viva,
Devorar cada pedacinho do seu corpo,
D..e..v..a..g..a..r..i..n..h..o..
E arrancar gemidos e suspiros desesperados.

Quero te prensar contra parede, te deixar sem saída,
Quero gemer em seu ouvido e arranhar suas costas.
Quero dizer insanidades e putarias no teu ouvido.
Quero me arrancar de mim e me introduzir em você.

Superfície


Encontro-me acima da superfície. Eu, que sempre quis me afogar em águas perigosas, passo meus dias nadando tranquilamente na superfície desse mar. Sento por cima das águas, brinco com elas, mas com um dos meus pés mergulhado profundamente. O ar aqui é bom, como eu nunca achei que seria. É fresco. Posso sentir a vida entrando em meus pulmões. Respiro fundo e vejo longe. Meu corpo nu está livre. Eu estou livre. Mas meu pé continua bem enterrado nas profundezas da água. Veja bem, aprecio o ar aqui de cima, é bom pegar esse sol de manhã, mas eu não consigo sobreviver sem mergulhar. Gosto dessa profundidade, preciso dela. Olho ao meu redor, e encontro-me sozinha. Estou respirando sozinha. Relaxa. Inspira, espira. 
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