Hey, minha pequena...


Hey, minha pequena, somos só eu e você agora. 
Não, não somos, eu sei. Você pode sair por aí e encontrar outras pessoas, se quiser. Mas se caso estiver a fim de um programa a dois nesse sábado à noite, passe em casa. Prometo render boas risadas ao som do filme mais dramático que tiver, porque não vou te deixar entristecer. Podemos comer pipoca, chocolate, tomar refrigerante e passar a noite acordadas conversando sobre a vida, o destino, ou sobre como eu ficaria bem entre suas pernas. Você pode não querer sair para encontrar alguém, mas poderia escolher ficar sozinha, entre pensamentos e punições, e por mais que eu queria ir atrás, irei te respeitar e deixar você ir. Mas se quiser ficar, eu estou aqui.

Hey, minha pequena, eu preciso ser sincera com você. 
Senta aqui, do meu lado, está vendo essas estrelas no céu? Nunca fui muito fã delas... Nunca quis saber qual é a culpa que dizem que elas têm... Mas ultimamente tenho olhado para elas e pensado em você. Aliás, em todos os minutos eu estou pensando em você. E me surpreende como vou às lágrimas tão facilmente ultimamente, e como me dói quando diz que irá passar um dia ou dois longe de mim, sem podermos conversar. É como se faltasse um pedaço de mim, como se eu estivesse sozinha, eu fico esperando você aparecer para conversarmos. Sinto-me entediada, precisando da sua presença.

Conto – Encontro Casual


Conto – Encontro Casual

Eu já estava pronta para sair, mais um sábado que eu iria passar fora. Fazia meses que eu não parava mais em casa nos fins de semana. Sempre um barzinho diferente, uma boate nova, dessa forma eu não via a vida passar e as oportunidades sendo jogadas fora. Eu estava tão acostumada a essa vida doentia de agitação, que nunca quis sair dela. Olhando-me no espelho, o rosto carregado em maquiagem, as roupas negras e brilhantes, a quem eu estava querendo enganar? Tentava me convencer de que eu estava bem, mas eu sabia que não estava. Suspirei, cansada demais. Por mais que eu vivesse na noite, eu já estava morta por dentro há muito tempo. Sentia meu corpo cansado daquela rotina agitada. Mas era o que eu sabia fazer... Esconder-me na multidão, ser mais uma desconhecida, ninguém nunca prestava atenção em mais um rostinho bonito, um corpo dançando loucamente no ritmo das batidas.

            Apoiei-me no mármore em baixo do espelho, suspirando pesado, a dor quase física. Um sorriso irônico nos lábios... Quem um dia iria prestar atenção em mim? Por mais barulho que eu fizesse, para ser percebida, só me fazia envelhecer sozinha, amarga. Talvez o amor não fosse feito para mim... Talvez eu não fosse para ser uma mulher. Apenas algo, que come, bebe, ri, faz escândalo e de repente some. Meu coração estava seco, sedento de alimento, sentimento. Minha alma sentia-se pesada, enquanto minha mente enlouquecia a cada segundo. Mas eu gostava disso... Essa dor, que chegava a ser física, me fazia sentir viva. Eu me alimentava dos meus próprios fantasmas, fazendo com que a loucura não me deixasse morrer. Eu sabia que não era o melhor para mim, mas era o meu porto seguro. Sabia que sempre que desse um passo em falso, era só voltar correndo para minhas velhas ilusões, elas estariam lá, não iriam me decepcionar.

Minha Loucura


Eu queria voltar atrás, resgatar minhas dores, 
Reabrir feridas com minhas próprias mãos, 
Fazê-las sangrar, deixá-las expostas, 
E rir e chorar da minha própria desgraça.

Busquei melodias que me faziam chorar,
Reli velhos textos amarelados pelo tempo,
Trouxe à memória conversas e monólogos,
Mas não há mais lágrimas em meus olhos secos.

Oneshot - Addicted to You


Oneshot – Addicted to You

N/A: Oneshot feita para um desafio #LanaGlamourosa do grupo do facebook Fanfictions OUAT, baseado na foto que eu escolhi. Escrevi ouvindo um cover da música "Addicted to You" do Aviici. Espero que gostem!

Foto: http://31.media.tumblr.com/bcc353e20086cf35354f31b2137ab3dd/tumblr_n452lz0ysv1schl6lo1_r1_500.png

Durante toda sua vida, Regina tinha hesitado em dar os primeiros passos, em tomar a frente. Quando era conhecida por Evil Queen, não se importava muito com as consequências e ia atrás do que queria, mas geralmente movida por raiva ou vingança, sentimentos bem diferentes dos que tinha nessa nova vida. Como Regina, pensava mais em suas ações, tinha receios e medos, aprendia a controlar seus impulsos, e isso lhe lembrava um pouco de sua juventude. Sempre esperando... O homem que viria a ser seu amor verdadeiro. Com o passar do tempo, ela começou a aprender que enquanto não fosse atrás dos seus objetivos, não conseguiria o que tanto queria. E dessa vez, não era o quê, mas quem.

            Aquela era a primeira festa que dava na mansão. Dentro do seu quarto, olhava pela janela, o nervosismo lhe consumindo, enquanto se perguntava se aquela seria mesmo a melhor estratégia. As pessoas chegavam de todos os lugares, para a festa que a prefeita dava, em sua própria mansão. Um sorriso se apossou dos seus lábios, ela sabia que muitos estavam ali para ver com seus próprios olhos se aquilo seria verdade. Oh sim, todos sabiam que Regina havia mudado, mas daí a se tornar alguém tão simpático e solícito era uma grande diferença. Ela sorriu ainda mais. Ah se eles soubessem qual era o verdadeiro motivo daquela festa...

Resenha – Orgias Literárias da Tribo

Resenha – Orgias Literárias da Tribo           

Hoje eu vim trazer a resenha de um livro em que tive a honra de participar. O livro se chama “Orgias Literárias da Tribo”, uma coletânea organizada pelo Fabricio Viana, na Editora Orgástica. Foram selecionados 10 autores, entre gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, e um autor convidado. Lembro que ao ver o título da antologia, achei interessante a proposta, principalmente porque eu adoro textos que chocam! E o que a gente não pensa quando é convidado para uma Orgia Literária? Mas é uma grande jogada, principalmente por nos atrair para entender e conhecer o que seria isso, e então se deliciar na variedade de textos apresentados. Eu não conhecia quase ninguém da antologia, apenas a Karina Dias, de quem já sou fã há anos, imagine o quanto não comemorei em ter entrado na mesma antologia que ela!

Então, quando fui para o lançamento do livro, comecei a conhecer cada um dos nomes que eu tinha visto fazerem parte do livro. Foi uma tarde de autógrafos maravilhosa e adorei conhecer cada um deles. De volta à minha cidade, foi só aí que comecei a conhecer a literatura particular que cada um deles produziu. Fiquei completamente maravilhada com a diversidade de cada um dos textos, e como eles são bem diferentes, até mesmo no jeito em que foram colocados e diagramados.

Momentos


A vida é feita de momentos. E esse é o meu momento. Eu, apressada como sempre, diversas vezes me perguntei para onde estou indo, o que está acontecendo. Tentei classificar o sentimento, colocá-lo em um compartimento, tentei entender o que estava rolando, colocar etiquetas, mas todas as vezes em que o fiz, acabei enfiando os pés pelas mãos. Noites em claro e em choro foram disperdiçadas nesse processo. Quando irei eu entender que não há como classificar? Os momentos são tão fugazes, eles aparecem do nada, duram um tempo incerto, de segundos a horas, dias, meses... Para sempre? Não, pois eles são passageiros. E quando você menos espera, eles já acabaram. E a graça é que por mais que você espere por eles, sempre é pego desprevenido. Aos poucos vou aprendendo a desacelerar, a parar de querer ter um porto seguro. Aliás, eu preciso ter: em mim mesma. Afirmar minhas certezas, meu eu, ser minha própria rocha. Fora isso, ando aprendendo a andar na corda bamba. Em cima dos muros, seja nos dias nos quais o sol brilha forte e me aquece, ou nas noites em que a escuridão toma conta dos nossos corpos e das nossas mentes. Tendo uma âncora em mim mesma, posso sempre voltar à razão, mas ao mesmo tempo, posso aproveitar todos os momentos que eu conseguir. Quando deixo de pensar, quando deixo rolar, é quando mais consigo aproveitar. São risadas, felicidades, loucuras entre outras mil incertezas, mas que me alegram tanto! Eu tenho medo, bem lá no fundo, de que um dia esses momentos passem, apesar de eu saber que é exatamente isso que vai acontecer. Eu só não queria que fossem muito cedo... Apesar de algumas lágrimas vez ou outra, o riso tem prevalecido em meu coração. Aos poucos respiro fundo, concentro-me, e vou me entendendo, tornando-me alguém melhor, aprendendo a ter paciência, e construindo memórias cheias de momentos inesquecíveis, fulgazes, e vitais para a minha felicidade, minha vida.

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