Um Amor Além da Vida: 3 - Coincidências


Capítulo 3 – Coincidências

Fui para casa não muito tarde. Se fosse por mim, teria continuado lá, mas minha amiga havia tido um desentendimento com o namorado e precisava de mim, queria ir embora, fazer o que? Mas eu nunca esqueceria aquela garota. Eu sei que fui meio idiota em perguntar se as duas eram namoradas, mas uma lésbica conhece outra, sempre.

 Resolvi dormir, mas quem disse que eu conseguiria? Por mais que eu não quisesse, ela ficava na minha cabeça. Segunda feira eu fui para a faculdade que eu fazia, mas não conseguia prestar atenção. Carla, que sentava ao meu lado, olhou em meu caderno e balançou a cabeça negativamente.

- Desenhinhos fofos na folha? – me olhou interrogativamente.

- É...

- Me conta! Quem é a gatinha?

- Ah... É que... – mas não precisei contar nada ainda, porque o sinal bateu. – Vamos descer. Depois te conto.

Descemos a escada e eu fui comprar um salgado e um refrigerante. Sentamos em uma das mesas. Meu olhar vagava no meio daquelas pessoas que andavam pelo pátio.

- O que houve?

- Hã? – agora Carla me olhava interrogativamente.

- Quem é? – ela sabia sempre.

- Ah, aquela garota. Não consigo tirá-la da cabeça.

- Eu percebi. Mas... Anotou o telefone dela? Alguma coisa?

- Não. Nem deu tempo. Mas nunca mais vou vê-la novamente.

- Tem certeza?

- Seria muita coincidência.

Ela me olhou com um sorriso e, para encerrar a conversa, disse:

- Coincidências existem.

O sinal bateu e subimos para o resto das aulas. Depois, fui para casa almoçar. Eu já morava sozinha, ainda bem! Almocei pensando que não teria nada para fazer à tarde além de estudar quando a campainha tocou. Fui atender, apesar de adivinhar quem era.

- Oie! Vim ver como você está.

- Estou bem Carla. – abri espaço para ela entrar e tranquei a porta.

- O que vai fazer hoje?

- Estudar. – ela sentou-se no sofá.

- Vai nada! Vamos fazer umas compras no centro da cidade.

- Ah, de novo?

- Não acredito que você prefere ficar vendo esses livros o dia todo ao em vez de sair comigo? – ela fez uma cara de ofendida, que sabia que eu não resistiria.

- Sua boba! Lógico que eu prefiro sair com você.

Acabei de lavar a louça e saímos para ir ao centro. Estava uma tarde linda, e ao passar por uma loja de rock, algo me chamou a atenção. Umas roupas pretas e vermelhas, que me lembraram... Ela. Eu quis entrar para olhar melhor as coisas quando esbarrei em alguém...

- Desculpa. – quando eu olhei, Clarice estava com um sorriso no rosto.

- Mais uma vez nos esbarramos!

- Muita coincidência. – eu disse aquilo olhando para Carla, que ria da situação.

- Não sabia que você gostava de rock.

- Eu?

- É. Aqui só tem coisas de rock.

- Ah! É que eu estava passando na frente da loja e fiquei interessada nas coisas. O que você estava olhando?

- Uns CDs aqui. Se você quiser, posso lhe indicar algumas bandas ótimas!

- Claro que eu quero. – nos olhamos por um segundo, sem saber como continuar, mas Carla resolveu comentar:

- E vocês vão esperar a coincidência as juntar de novo, ou vão pegar o telefone uma da outra?

Quem merece uma amiga como essa? Eu quase morri de vergonha e dei aquele sorrisinho amarelo.

- Pode deixar, eu anoto o meu.

Clarice pegou um papel qualquer no bolso e anotou seu número, me dando o papel. Pegou o celular e anotou o meu. Carla logo deu uma desculpa para ir embora sozinha.

- Hey, tenho que ir Pri, mas pode ficar aí conversando.

- Mas... – eu tentei argumentar.

- Mas nada! Depois você me liga! Tchau Clarice.

- Tchau Carla. – minha amiga saiu porta à fora. As vezes eu achava que tanta coincidência era demais. E que a Carla...

- E aí? Quer tomar um sorvete?

- Ah, claro! – saímos da loja para ir numa sorveteria ali perto.

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