Um Amor Além da Vida: 1 - Priscila


Capítulo 1 - Priscila

Já devia ser umas cinco horas da tarde. Eu andava pela praça que tinha perto da minha casa. Estava sossegada, despreocupada, pensativa. Meu nome é Priscila, prazer. Quem eu sou? Nem eu mesma sei... Ando por aí á procura de respostas. Sempre estive bem sozinha, nunca senti falta de ninguém. O que era o Amor para mim? Era aqueles romances de filmes e livros. Sempre gostei muito de música e dança, pensei em fazer teatro já. Sou poeta de alma, escrevo sem pensar, sem sentir, se bem que acho que sinto as dores dos outros, já que nunca amei. Até agora.

Agora ando pela praça. O sol se pondo é pura poesia, os pássaros cantando? Singela melodia. Tudo o que vejo vira verso em meu coração, tudo o que digo, sai como palavras desconexas, filosofias, histórias de vida.

Mas nem sempre foi tudo assim, poetas sangram o tempo todo. Contraditórios. Dizem que esquecem, mas cada palavra que escrevem é feita para lembrarem. Dizem que odeiam, mas cada pensamento vira versos de amor. Dizem que não querem, mas com a música cantam que querem mais que o mundo.


Eu a conheci em uma festa. Eu não queria ir, mas meus amigos me obrigaram à comparecer. Vesti-me e fui, achando que seria tudo uma chatice. Primeiro, porque na balada só tocava tecno e psy, e eu não sou muito fã dessas músicas. Sentei em uma das mesas e peguei um refrigerante.

- Você não vai dançar? – perguntou minha amiga, Carla.

- Não Cah.

- Mas você ama dançar!

- Eu sei, mas você sabe que eu não gosto dessas músicas.

- Ok. Eu e o Beto estaremos dançando lá no meio. Qualquer coisa é só ir lá. – ela saiu com o namorado e foi dançar.

E eu? Fiquei lá sozinha. Olhando os detalhes do local. Um tempo depois, acho que bem depois, começou a tocar músicas antigas, anos 80 e 90, sim, eu amo esses tipos de música. Animei-me para dançar. Sozinha sim, mas não deixaria de dançar por causa disso. Fui para o meio da pista e comecei a dançar, entre aquela multidão. Esqueci completamente de tudo e de todos. Dançava com a alma. Até que esbarrei em alguém...

- Opa, desculpa moça! – eu ouvi uma voz doce dizer ao meu lado.

- Não, a culpa foi minha! Desculpa-me. – nós sorrimos uma para a outra.

- Está sozinha?

- Para dançar, sim. E você?

- Também. – começamos a dançar uma de frente para a outra.

Ela me chamou a atenção, talvez pelo seu cabelo na altura dos ombros, preto com mechas vermelhas. Ou então pelos olhos amendoados, pretos também. Mas acho que o que mais me cativou foi o seu sorriso, que se abria cada vez que me olhava nos olhos. Ela usava uma saia preta, blusa decotada vermelha e bota. Pulseiras e colares. E um perfume inesquecível. Alias, ainda não sabia seu nome.

- Qual o seu nome mesmo?

- Eu ainda não disse. Clarice.

- Prazer, Priscila. – sim, eu nunca esqueceria aquele nome.

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