Querido Ano

Querido ano, você pode finalmente acabar, fazendo o favor?

Está tudo desmoronando, tudo deu errado nesse ano... Ok, nem tudo, muitas coisas boas levo no coração e na lembrança, mas ainda assim...

Natal, época do ano onde todo mundo fica mais emotivo e as famílias se juntam, não importa quais problemas as separaram durante todo o ano. Bem, adivinhe, dois lugares estarão faltando na mesa da ceia de natal. O Roberto Carlos estará fazendo seu show de fim de ano, mas minha avó não estará lá para ver. Se fizermos o pernil como fazemos todo ano, minha tia não estará lá para reclamar que ela já não aguenta mais pernil e quer algo diferente para o natal. 

Sinto-me tão sozinha a maior parte do tempo... 

Sou feliz e pulo e grito e rio e sempre tento trazer um sorriso para o rosto das pessoas. Posso estar triste, mas se elas também o estão, tento fazê-las sorrirem, e esqueço de mim mesma.

Mas quando caio, quando grito, quando choro, quando entro em desespero, clamo por alguém que me entendesse, que pelo menos estivesse ali comigo, dizendo que tudo estará bem, ou me trazendo um sorriso também. Mas não há. Ninguém.

Quando minhas rachaduras se mostram, quando estou em pedaços, frangalhos, fraquezas abertas, não há ninguém que se queria aproximar. E isso dói, machuca. Tento me animar, sorriso no rosto de novo, mas... Dá vontade de apenas sucumbir à tristeza, deitar e ali ficar. Sumir. Não falar. Ficar triste, pra baixo, sozinha... Na vã esperança de que alguém venha, de que alguém perceba. De que alguém me resgate. E se não tiver ninguém, que eu ali permaneça por algum tempo, até poder me levantar.

Fim de faculdade, começo de vida adulta, procurar emprego... E o fim de ano que não acaba.

Então, por favor, me faça essa gentileza. Chegue logo ao fim, que eu já não aguento mais. 

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