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Tem dias que a tristeza aperta o peito, o choro transborda pelos olhos e não há razão suficiente dentro de mim que me segure. O silêncio é ensurdecedor. A dor da saudade aparece como quem não quer nada, de mansinho, trazendo lembranças boas. Amanhã olharei para o sol, que mal aparece, vou fingir que nada disse, que nada pensei e que nada senti. Vou retomar meu orgulho, pegar minhas malas, e continuar caminhando.
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Laris Neal
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Conto - Apostando Tudo
O dia era primeiro de agosto. A primeira aula era de Linguística e Literatura e eu já estava meia hora atrasada. Chegando à faculdade, resolvi ir até a cantina tomar um café enquanto esperava para entrar na segunda aula. Eis que me deparo com a mulher mais linda da minha vida, sentada à mesa perto da parede. Ela lia um livro, as pernas cruzadas, tomando um café. Comprei um cappuccino e sentei-me a certa distância, apenas observando aquela moça tão elegante. De vez em quando, uma de suas mechas loiras caía sobre os olhos e ela logo a colocava em seu devido lugar. Quem era ela? O que estava fazendo ali? Por que eu nunca a havia visto? Aquelas perguntas rondavam minha cabeça durante um tempo.
Eu estava tão interessada em decorar todos os detalhes que eu pudesse captar daquela mulher que nem percebi seus olhos cinza encarando os meus. Quando a ficha finalmente caiu, engasguei com o gole da bebida que eu havia acabado de tomar! Jesus! E agora? Pensa rápido, pensa rápido! Olhei para baixo, enxugando a boca com as costas da mão. Será que ela percebeu? Após alguns segundos, quando finalmente consegui reunir coragem para levantar a cabeça, vi que um sorriso dançava nos lábios dela. Droga, ela tinha percebido. De repente, ela se levantou. Pegou sua bolsa, jogou o papel no lixo e veio vindo em minha direção. Meu Deus do céu!
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Laris Neal
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Anne & Anna - O café
O Café
Ela estava ali.
Ela sempre estivera ali. Sentada sozinha em sua mesa preferida na Starbucks,
aquelas dentro da cafeteria, em um banco confortável, tomando seu cappuccino e
comendo um lanche de peito de peru. Seus olhos sempre fitando o livro que
sempre trazia consigo. Não interagia com as outras pessoas, gostava da quietude
e da tranquilidade. Talvez por isso eu nunca tivesse reparado nela; meus olhos
sempre buscavam tantas garotas que passavam a minha frente, todas tão
diferentes, falantes, extravagantes. Escrevia histórias sobre elas, imaginava
suas vidas, queria conhecê-las e entendê-las. Eu buscava uma história de amor,
mas todas me davam pequenas crônicas em conta-gotas. Nunca me ocorreu
simplesmente aquietar-me e sentir as vibrações em minha volta. Então, em um dia
qualquer, após outra decepção amorosa, sentei-me calada na cafeteria. Sentia-me
solitária, amarga e triste, assim como os tantos cafés que eu adorava tomar.
Meu olhar vagava pelo ambiente, até pousarem sobre a garota de cabelos pretos e
lisos sentada no canto do lugar. Ela olhou-me, sorriu, e voltou a sua leitura.
Rapidamente interessei-me por ela. Geralmente eu demorava séculos para me
aproximar, apenas observando minhas pretendentes, mas dessa vez resolvi tentar
a sorte. Caminhei calmamente até ela e me apresentei.
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Laris Neal
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Linhas
Domingo, mais de sete horas da noite, o metrô está quase vazio. Até mesmo aquela linha vermelha, quase vermelha de sangue se for lá pelas cinco e meia da tarde, está meio solitária. Acesso à linha azul, ainda faltam diversas estações até aquela em que preciso descer. Entrei no vagão e sentei-me em um baco azul. Na primeira oportunidade me mudo para perto da outra porta, banco marrom, dessa forma não preciso me levantar caso entre um idoso ou deficiente. Ouvindo minha música, cansada, observando as poucas pessoas que estão no vagão, entra um casal e senta perto. Ela, com um bebê no colo. Ele, com a bolsa da criança no ombro. Perto da porta um senhor já de idade, com uma bengala. As estações passam, e então o senhor se levanta. Escuta o trem parar, e então ele pergunta:
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Laris Neal
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