Vem dormir comigo...


"Amor... Você vai demorar?

Essa foi a mensagem que li no visor iluminado do celular. Sorri instantaneamente. E habilmente digitei: 

"Não, querida, estou acabando, estou em casa no máximo em uma hora."

Entre leituras de relatórios, o celular apitou uma segunda vez, e eu prontamente escaneei os olhos pela tela:

"Estou morrendo de sono, mas tentarei lhe esperar."

Sorri uma vez mais, com ternura. Foi uma hora tão difícil de passar... Terminando meus relatórios, depois enfrentando o trânsito até chegar em casa, bem tarde da noite. Meu trabalho era noturno, o que acabava nos tirando várias horas noturnas. Quando finalmente o relógio resolveu colaborar comigo, peguei minha bolsa e minha pasta e rapidamente me dirigi até meu carro. Esperando impaciente o congestionamento, e só então virando a rua da minha casa. O ar gelado, a noite estrelada, a lua alta e linda lá no céu. 

Quando entrei em casa, fui direto até meu quarto, e lá estava ela. Deitada em minha cama, meio enrolada no lençol, com uma camiseta larga e uma calça de frio, meio com um olho aberto, tentando prestar atenção ao desenho que passava na tv pequena. Larguei minha bolsa na cadeira, tirei os sapatos e rapidamente subi na cama pequena, abraçando seu corpo, dando-lhe um beijo na bochecha, e outro na boca macia. 

- Conseguiu me esperar, então? 

- Uhum... Quase cochilei... - ela riu, aconchegando seu corpo no meu. 

- Podia ter dormido... Sei que está cansada, trabalhou a tarde toda... - respondi preocupada, acariciando os cabelos castanhos esparramados em meu travesseiro.

- Eu sei... Mas gosto de te dar boa noite... - sorriu-me sapeca, mordendo meu pescoço.

- Também gosto... Só um minuto. - levantei-me da cama.

Fui me trocar, tirar a calça jeans, a blusa, os acessórios e substituí tudo por uma camisola confortável e longa. Penteei os cabelos curtos, e novamente me ajeitei na cama, com meu corpo colado ao dela. Beijei-lhe a nuca, atrás da orelha, e ela ronronou baixinho.

- Você sabe que não precisa dormir aqui... - comentei ao acaso.

- Uhum... Mas eu gosto... Eu quero... - ela suspirou. Sorri infinitamente, aconchegando-me em seu corpo delicado, e dando-lhe um beijo no rosto. 

- Então boa noite, minha pequena. 

- Boa noite, minha querida. - foi sua resposta, antes de cair no sono. 

Ela realmente não precisava me esperar chegar... Ela podia ir embora... Estava em minha casa de passagem apenas, não morava lá, ainda... Mas lá estava ela... Preferindo me esperar, nem que fosse para me dar um beijo de boa noite, sentir meu cheiro, meu abraço, meu carinho. Secretamente sorri, pois meu desejo era poder dormir todas as noites ao lado dela, e mesmo que não oficialmente, ela o realizava todas as vezes em que decidia ficar, mesmo podendo ir. Calmamente adormeci, sentindo seu cheiro a me acalentar. 

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