Eu quero você, menina.


Eu quero você menina, não deu para perceber ainda? Quero você, assim mesmo, como está agora. Pega a jaqueta esquecida debruçada nas costas da cadeira e vem andar comigo. É andar, tenho medo de moto, bicicleta e já tive um patinete, e apesar da idade, ainda não tirei carta, portanto nem que tivesse carro disponível. Faz tempo que não te vejo assim, na calada da noite, com o vento fresco a balançar seus cachos que agora estão sempre soltos. 

Reclamo de noites mal dormidas, insônia, lágrimas no travesseiro, mas o que eu queria mesmo era só dar uma volta com você, não importa quão clichê isso seja. Sabe, ir ali naquela barraquinha da praça e comprar dois cachorros quentes, enquanto você come e ri da minha cara por ser tão desastrada e derrubar batata palha pelo chão. E depois, quem sabe, em noite quente de verão, comprar dois sorvetes ali na esquina, e ser a minha vez de rir ao lhe ver com o nariz sujo de sorvete de flocos. 

Sabe, tenho sonhado com você. É ás vezes também não me lembro de sonhos, mas esses acontecem quando ainda estou acordada. E me vejo ali no terminal de ônibus, chegando perdida, e lhe vendo pela primeira vez com uma plaquinha na mão, jeans e camiseta e um largo sorriso de incerteza no rosto. E o medo de que eu diga qualquer coisa que não seja cabível nessa relação de amizade-ex-amor. Difícil não é? Mas eu prometo, que se for em uma livraria comigo, não vou lhe fazer temer minha língua, estarei mais preocupada em cair por aí mais uma vez como sempre faço, e você vai rir, mas não vou ficar brava. 

Sabe, é difícil passar por noites como essa. Quero somente o teu colo, quero somente lhe confidenciar como tenho sido chata, idiota e estúpida, e quero chorar e então rir e falar sobre qualquer outra coisa. Mas aí me sinto boba novamente, você não gostaria de embalar meu sono. Você não quer uma menina implorando para ser cuidada, você quer um menino que tome conta de você. É eu já entendi muito bem isso, ainda me lembro dos detalhes contados em confidência do seu antigo ex-namorado. Mas ainda assim, suspiro de saudade e da falta de algo que nunca tive. Engraçado, não é?

Mas eu quero você menina, não importa o texto ou o contexto. Se é poema, drama ou comédia. Se vou me orgulhar ou querer nunca mais sair do meu quarto depois disso. Eu só quero você. Poder passar um pouco do seu tempo precioso comigo, fazendo bobagem, caindo por aí, tomando sorvete e experimentando chá. Pois é. E me embebedando no vinho. É eu sei. E fazendo o que seja que eu tenha vontade. E vou mais fundo. Te colocar contra a parede, morder teus lábios, segurar sua cintura, sussurrar que eu quero você, aqui e agora. E ouvir você gemer. E sorrir, porque era o que queria que eu fizesse desde o começo. E se eu me arrepender no outro dia? E se você quiser me odiar depois? Não importa, pois eu quero você, menina. Agora e sempre. 

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