Um Amor Além da Vida: 19 - Dias Melhores. Parte 1.



Capítulo 19 – Dias Melhores. Parte 1.

Como eu posso dizer? Aquele foi um dos melhores dias da minha vida. Escutar da mulher que você ama um ‘namora comigo’? Não tem preço. Eu não me agüentava mais de felicidade. Deitei-a na cama e comecei a beijá-la, devorá-la, mostrando o meu amor de todas as maneiras possíveis. Eu amava aquela mulher mais do que tudo na minha vida, mais do que tudo o que eu já amara.

O tempo passou e eu não poderia dizer que horas eram, pois eu me perdia no tempo quando estava com ela. Estávamos deitadas em sua cama, nuas e nos braços uma da outra. Priscila passou o braço por cima da minha barriga e me perguntou, levantando a cabeça:

- Vamos comer alguma coisa? Estou faminta! – eu olhei-a e dei uma risada, dizendo:

- Mas amor, nós almoçamos agora a pouco!

Ela olhou no relógio que ficava na mesinha de cabeceira e me disse, ficando brava:

- Já são seis horas da tarde, para a sua informação.

- O quê? – não poderia ser tão tarde... Será possível que passamos a tarde toda ali. Juntas, na cama?

- Sim! – ela me olhou sorrindo. Beijei seus lábios e sussurrei:

- É que nos seus braços eu perco a noção do tempo.

Ela sorriu para mim, beijando-me outra vez. Já disse que eu amava aquele sorriso? Provavelmente já, mas não custa nada repetir. Levantamos da cama e colocamos as roupas novamente, depois fomos até a cozinha. Sentei na cadeira em frente á mesa, enquanto Priscila encostava-se no balcão da pia, de frente para mim. Parecia pensativa demais...

- O que foi?

- Ah, nada. É que eu acho que não tenho nada para comermos aqui... – ela fez uma carinha triste e eu sorri.
- Não me importo, o que eu prefiro para comer está bem na minha frente.

Ela deu uma gargalhada, uma das quais eu guardaria para sempre em minha memória, e veio andando até mim. Sentou-se em meu colo, com a mão envolta do meu pescoço e sorriu.

- Você é a pessoa mais especial desse mundo sabia?

- Eu só sou especial porque tenho você ao meu lado.

Beijamo-nos novamente e ficamos namorando um pouco. Acabamos decidindo ir para o shopping jantar na praça de alimentação. Já anoitecia, e o tempo lá fora estava gostoso, ventava um pouco, mas ainda fazia calor.

Tomamos banhos juntas na casa dela, enquanto a água caia pelas minhas costas, Priscila fazia-me a mulher mais feliz do mundo. Acabei usando as mesmas roupas com que fora para a casa dela mais cedo, pois ela não me deixara ir até minha casa trocar de roupa. Peguei um casaquinho emprestado dela.  Já Priscila, usou um vestido vermelho florido, com sandálias de salto e uma faixa nos cabelos, o que a deixava simplesmente deslumbrante. Quando ela saiu do quarto, totalmente pronta, eu estava na sala, e não pude dizer quase nada, ela me deixava fora de mim.

- Você está... Linda. – os seus olhos cor de chocolate brilhavam, e ela segurou em minha cintura, dizendo:

- Me arrumei para você. – me deu um selinho e saímos para o shopping.

Agora, seu medo da minha moto já havia passado completamente, ela sentia prazer em andar comigo, agarradinha em minha cintura. Aprendera a gostar do vento no rosto, assim como eu.

Chegamos ao nosso destino, e a lua já estava majestosa no céu, cheio de estrelas que brilhavam intensamente. Descemos da moto e fomos andando de mãos dadas até o interior do shopping. Lá dentro tudo estava muito iluminado, bem fresquinho e com muitas pessoas circulando. Andávamos lado a lado, com os dedos entrelaçados, e Priscila parecia não se importar com as pessoas ao nosso redor, era como se até me exibi-se para as outras pessoas, e não posso negar que me senti naquela hora.

Fomos até a praça de alimentação, que estava cheia, escolhemos um dos lugares em que iríamos comer e fizemos o pedido, depois escolhemos uma mesa e sentamos.
Minha ruiva estava distraída, olhando para as pessoas em volta, enquanto meus olhos não saiam de cima dela. Com as pernas cruzadas, sua postura se tornava ainda mais elegante, e ela parecia brilhar ainda mais. Todos os outros sumiam a minha volta, quando eu estava ao lado dela, era inexplicável.

- Amor, amor! É o nosso número! – Priscila me cutucava. Olhei-a, de início sem saber o que acontecia, enquanto andávamos.

- O que... Ah sim! O número. – nos levantamos e ela ria da minha cara.

- Você estava tão distraída!

- É que quando estou com você, eu viajo para as estrelas.

Bom, posso dizer que ela amou não é? Seus olhos brilharam e seus lábios abriram-se em um largo sorriso. Seus dedos apertaram minha mão, e quando chegamos para pegar as bandejas, ela sussurrou:

- Eu te amo.

As horas foram passando e conseqüentemente os dias também. Dias melhores vieram para nossas vidas, do que eu poderia reclamar? Eu ia para a faculdade com um sorriso no rosto, e passava todas as aulas pensando somente nela, ou quando acabariam as aulas para eu vê-la. Saía da faculdade e ia almoçar na casa dela, depois passávamos a tarde toda juntas, brincando, sorrindo, namorando.  Carla ia sempre lá, acabou tornando-se minha amiga também, dava o maior apoio ao nosso namoro e nos divertia.

Uma semana se passou, e na sexta-feira eu iria dormir na casa de Priscila, mas não pensem que passaríamos a noite toda sozinhas... Adivinhem? Carla e Marina, outra amiga delas, iriam passar a noite lá também, como se fosse uma noite do pijama.

Já era de noite e Carla havia trazido uns filmes para nós assistirmos, todas estávamos de pijamas, com cobertores e travesseiros na sala, comendo brigadeiro e pipoca. Eu e Priscila estávamos sentadas no chão, juntinhas, enquanto Carla e Marina estavam no outro sofá. Era um filme de terror que passava se não me engano era a “Casa dos Espíritos”. De noite, com todo aquele suspense, não é de se esperar que a gente se assustasse... Houve uma hora em que apareceu um espírito lá, de repente, ouviram-se quatro gritos uníssonos na casa. Priscila agarrou-se em mim, enquanto no sofá as outras duas se agarraram, de medo.     Olhamos umas para a cara das outras e começamos a rir.

- Suas bobas! – minha ruiva disse, mostrando a língua para Carla.

- Ta falando o que? Você que gritou primeiro! – ela disse jogando uma almofada em cima da amiga.

Priscila tacou a almofada novamente em Carla, então eu prevendo uma guerra de almofadas, levantei-me:

- Vamos trocar de filme? – as três concordaram imediatamente. Optei então por colocar “Imagine Me and You”, uma comédia romântica.

Acabou que lá para o meio do filme, estávamos eu e Priscila nos beijando, mais namorando do que assistindo, mas havia um silêncio muito estranho por ali... Porque apesar de estarmos namorando, de vez em quando Carla ou Marina diziam alguma coisa, ou rindo do filme, ou algo como ‘óh que lindo’. Então, virei à cabeça e qual a minha surpresa quando vejo Carla e Marina no maior beijo? Bom, tenho que admitir o bom gosto de Carla, já que Marina era uma garota linda de olhos azuis e cabelos loiros e lisos, até os ombros. Tinha um sorriso fácil e um corpo perfeito.
Chamei a atenção da minha namorada para a cena, com uma interrogação na testa, perguntando:

- Mas você não disse que ela tinha namorado? – eu enfatizei o ‘o’ da palavra.

- Então, tinha. Você não sabia que ela jogava nos dois times? – ela disse rindo.

- Ah, agora entendi.

- Mas as deixa pra lá, volta aqui. – a ruiva me tirou de órbita dando-me um beijo apaixonado e super excitante.

Ficamos ali nos curtindo não sei até quando, apenas sei que acabamos adormecendo ali mesmo. O fim do filme? Algo relacionado a abraços, felicidades e uma música, não sei mais o resto, pois Priscila me tirava à razão. 

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