Um Amor Além da Vida: 18 - Amanhã É 23


Capítulo 18 – Amanhã é 23
           
Segunda-feira de manhã eu levantei cedo, troquei de roupa para ir para a faculdade e fiz um chá com bolachas pra mim. Um sorriso dançava em meus lábios, eu estava tão feliz! Havia passado um final de semana e tanto com a minha Clarice, ela era tão fofa! Tomei meu café da manhã e fui para a faculdade. Logo quando cheguei Carla já veio me atormentar, digo, cumprimentar. 
- Bom dia coisinha linda.

- Bom dia coisinha chata. – eu respondi mostrando a língua.
- Você está de bom humor, será que isso tem a ver com uma menina aí? – ela perguntou sorrindo. Andávamos lado a lado até nossa classe, sentamo-nos nas carteiras, uma ao lado da outra.

- É... Acho que tem a ver. – sorri e ela começou a me fazer cosquinhas, dizendo:

- Acho que alguém aqui está feliz!

Eu sorri de volta para ela e disse:

- É, acho que estou. E muito!

O professor chegou para dar aula, que por sinal estava muito chata. Como não podíamos conversar, porque ele sempre pegava no nosso pé, eu escrevi um bilhete e passei para Carla, que o abriu e leu. Depois, olhando pra mim, soltou um pequeno gritinho enquanto sorria. Não preciso dizer que o professor olhou em nossa direção, quase nos fuzilando! Confesso que a cena seria engraçada, se não fosse o perigo de nos colocar para fora da sala.

Quando saímos da sala, na hora de ir embora, Carla chegou do meu lado dizendo:

- Ela vai amar! Depois me conta tudo! Beijos gata. – e saiu andando portão à fora.

Continuei meu caminho e voltei para casa, que não era muito longe da faculdade. Fiz um almoço rápido para mim, depois de comer lavei a louça e arrumei a cozinha, e resolvi trocar de roupa. Estava tão animada com a idéia que eu tive! Precisava colocar logo em prática, e para isso, queria estar muito linda. Fui para o meu quarto e coloquei uma calça jeans justa, um sapato tipo de boneca, uma bata roxa e penteei o cabelo. Coloquei meu colar e meus anéis e passei um perfume. Peguei o telefone e sentei-me na cama, discando os números tão conhecidos.

- Alô? – aquela voz linda atendeu ao telefone.

- Bom dia amor. – eu disse, carregando na sensualidade.

- Bom dia minha linda! Fico tão feliz de ouvir sua voz!

- Que linda! Hey eu estou te convidando para vir aqui em casa.

- Que horas?

- Agora!

- Mas agora amor? – ela me perguntou estranhando, eu dei um risinho e continuei:

- Sim, agora. Tenho uma surpresa pra ti.

- Okay, estou indo nesse exato instante.
Desliguei o telefone e levantei, começando a dar uma geral na casa, queria tudo certo! Não parava de sorrir, estava feliz demais para conseguir isso. Liguei o rádio e fiquei ouvindo música, sentada na cama com as pernas cruzadas, que balançavam insistentemente, era impossível ficar parada, a ansiedade estava me matando.

Não sei quanto tempo fiquei ali parada, preferi não olhar no relógio, mas de repente ouvi o barulho da campainha. Levantei correndo e fui abrir a porta.

- Oi amor! – eu disse para ela, abrindo a porta.

- Oi minha flor! – Clarice disse parada na porta.

Ela estava linda vestida com uma calça preta, uma blusa preta sem mangas e seus colares e pulseiras. Tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo com alguns fios caindo pelos lados. Usava seus inseparáveis all-star. Ela entrou e me beijou, me abraçando, enquanto eu disse contra seus lábios:

- Estava com saudades dos seus beijos. – fechei a porta e a beijei mais algumas vezes, sentindo seu gosto que eu tanto amava.

- Vem, eu tenho uma surpresa para você. – segurei em suas mãos e ia puxando-a pela sala até chegar ao meu quarto.

- O que é amor? – ela sorria, tentando adivinhar.

- Você vai ver.

Chegamos ao meu quarto e eu soltei sua mão, estávamos paradas no meio do quarto, e o rádio ainda estava ligado. E quem sabe, por coincidência ou não, tocava uma música do Roupa Nova. Eu sorri, segurando em suas mãos.

“Eu queria ser mais que um amigo
Mas porque não me entende?
Quando fica deprimida
Choro com você...”

A música continuava de fundo, enquanto Clarice me perguntava:

- E então?

Eu olhei em seus olhos, mordendo meus lábios, então eu comecei a falar:

- Eu... Gostaria de te dizer uma coisa importante, que eu tenho sentido há um tempo já, e eu não posso mais ficar calada. Você é a luz que ilumina minha vida, meu sonho, meu mundo, meu tudo. Apareceu de repente e só tem me feito feliz! É a pessoa que eu mais amo na minha vida, minha mulher, meu amor e...

Eu comecei a dizer, mas ela me interrompeu com lágrimas nos olhos:

- Você quer oficializar a relação?

- Clah! – eu disse sorrindo tímida, falando meigo e arrastado.

- É sério, eu... – mas eu a interrompi, dizendo:

- Eu sei. Eu falei seu nome, me pergunta o quê.

- O quê? – ela perguntou com um sorriso nos lábios. Peguei uma caixinha que estava em cima da cômoda e a abri, dizendo:

- Quer namorar comigo?

“Baby!
Mais que a luz das estrelas
Ah! Meu universo é você
Baby!
Ah! Se eu puder ter a chance
Ah! Eu juro todo o seu amor
Merecer!...”
                             
Seus olhos negros brilhavam de felicidade! Em seus lábios dançava um sorriso.

- Sim! Sim! Claro que aceito! – ela disse sorrindo e beijando-me nos lábios.

- Eu te amo tanto! Isso é apenas uma tentativa para tentar te mostrar o quanto eu te amo! 

Eu disse, logo depois a abraçando. Tirei os dois anéis da caixinha. Eles eram em prata, com um rubi pequenino em cima, e por dentro escrito “Je t’aime”. Peguei um deles, colocando no dedo de Clarice, dizendo:

- Eu te amo demais. E você será minha para sempre. – ela sorriu e fez a mesma coisa, dizendo:

- Eu também te amo, e você será minha para toda a eternidade.

Ficamos nos olhando por alguns segundos, eu gostaria de guardar aquela lembrança para sempre em minha memória! Seus olhos negros como a noite brilhavam, olhando diretamente nos meus olhos cor de chocolate. Seu sorriso era igualmente feliz como o meu. Eu abracei-a afagando seus cabelos, ela chorava de felicidade.

- Você é tudo em minha vida, meu amor!

- Você também. Eu não posso mais viver sem você. – eu disse, beijando seus lábios, o que primeiro foram pequenos selinhos transformaram-se em longos beijos apaixonados.

Sua boca me chamava sua pele quente, seus olhos misteriosos... Eu a amava por inteiro. E agora, ela era só minha. Clarice deitou-me na cama, debruçando-se por cima. Beijou meu pescoço, lambendo-o, sussurrando em meu ouvido.

- Eu te quero tanto minha menina... Quero só você.
Eu gemi instantaneamente, seu toque me arrepiava inteira.

- Eu preciso do seu corpo no meu, sempre. – eu consegui sussurrar.

Eu nunca mais esqueceria aquele dia, nem que eu quisesse. O ano? 2007. O mês? Abril. O dia? 23. O lugar? Meu quarto. A mulher? Clarice.

Eu jurava que enquanto eu recebia os carinhos mais intensos e mais apaixonados da minha namorada, tocava no rádio a música da Paula Toller, Amanhã é 23. Coincidência? Claro, pura coincidência. Ou será que não? Eu já errei antes... 

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