Ele era um menino sossegado, gostava de sombra e água fresca, e um bom caphuccino. Apesar do all-star azul, da paixão por Rita Lee e das camisetas pretas, não consigo imaginá-lo em um show de rock, pelo menos não um pesado. Era um pouco nerd, desses que gostam de livros e ficção científica, e que recentemente descobrira uma paixão secreta pela escrita. Se me perguntassem se eu imaginava que um dia faria amizade com um menino comum, eu diria que não. E então ele apareceu... Mas quem disse que ele era comum? Tão diferente quanto possível, preso em um corpo de um menino normal... Confesso que eu poderia arriscar chamá-lo de Doctor e dizer que sua casa era na verdade uma cabine azul. Se me pedissem pra escolher uma época para conhecê-lo, eu teria dito escola. Ele seria meu tipo perfeito de... Amigo. Desses doidos, sabe? Mas não um doido-doido, mas um doido-engraçado-semnoção. Se me perguntassem quem eu gostaria que ele fosse na minha vida? Eu diria meu irmão. Seria aquele que iria brigar comigo, implicar comigo, mas seria meu parceiro, sabe? Infelizmente a gente não pode escolher essas variações na vida, mas nada disso impede que ele seja tão importante em minha vida. Completamente engraçado e um pouco birrento às vezes, gostaria de saber mais sobre sua personalidade, suas escolhas, seus interesses...
Mas como meio-irmão, não há espaços para perguntas, apenas brincadeiras completamente insanas que parecem incompreensíveis para os de fora, mas de morrer de rir entre nós. Brincadeiras essas com fundos de verdade, mas que ficam no ar, sem que nenhum de nós se arrisque a descobrir. Se ele morasse mais perto? Eu ia abraçar e abraçar e abraçar e morder e beijar e agarrar e casar e... Mentchira, eu ia abraçar e não soltar mais apenas. Mentchira, somos tímidos e não sei se haveria tantas demonstrações de afeto quanto usamos pela internet. Mas garanto que dentro de casa eu não ficaria. Mentchira, ficaria sim, ele não anda de skate, não gosta de correr, e duvido que goste de badalação. Faríamos maratona de Doctor e mil e uma séries com muita comida (sem carne, porque ele também é enjoado, depois fala de mim), e bebidas mil. Percebe como esse texto já mudou de rumo umas três ou quatro vezes? Pois é assim que é, uma hora sossegado, outra arrumando barraco, outro rodando a baiana e outro um nerd cientista jornalista. Esqueci de comentar, esse garoto louco por Rita Lee e achegado no rock irá publicar matérias e matérias sobre os acontecimentos do mundo. Ele fala sobre mim, milhões de textos que me fazem fazer sons questionáveis enquanto leio, e me faz rir e ficar toda fofa, é tão difícil de descrever! Infelizmente minha escrita se enche de palavras belas e não rimadas, e eu preciso me aprofundar em inspirações. Assim eu me aprofundo nesse garoto do all-star verde, porque eu acho que combina mais com ele do que o azul, e tento desvendar seus mistérios e coisas não ditas. E de todas essas imagens que eu consigo imaginar, eu só consigo pensar em pular na cama com ele de all-star ouvindo um bom e velho rock and roll. Esse texto não tem fim, fica em aberto, assim como nossa amizade, pois ainda há muito a acontecer nesse meio. Preciso abraçá-lo forte e ver seu riso e dizer "Que gato!" olhando-no nos olhos, pois ele é mesmo meu gato. Meu gato do all-star verde, o capu do meu tino, o agasalho do meu corpo, o rock do meu roll, a Rita do meu Lee, o Who do meu Doctor, a Evil do meu Queen, o Black do meu Orphan, o Castle da minha Beckett, e o Renan da minha Larissa.
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