Capitulo 2 – Clarice
Fim de tarde e eu continuava trancada no meu quarto, com o som ligado no último, tentando me fazer esquecer, me libertar, de tudo, de todos. Tentando fugir, mas é impossível não pensar nela. Somente nela. Já havia dito para mim mesma “Clarice, esqueça!”, mas quem disse que adiantou? Sou apaixonada por música e letra, poesia, história, amor, tragédias. Há algum tempo eu nada sabia sobre o amor, sobre nada escrevia, mas quando ela apareceu, meu mundo tornou-se pura poesia. Lágrimas de saudades, sorrisos de felicidade.
Meu mundo agora parecia acabado, caído ao chão, como se de nada valesse. Eu me rendi de corpo e alma a esse amor, me prestei ao papel de amante, me rastejei, me entreguei totalmente a ela, mas quem disse que o mundo é justo? Enquanto a faixa troca no rádio, eu me lembro exatamente do dia em que a conheci. Ela virou meu mundo de cabeça para baixo.
Eu combinei com meus amigos de ir numa boate que eu ia quase sempre. Fomos até lá, fiquei com algumas meninas, bebi um pouco e dançava. Até que trocou o estilo de música e meus amigos, Marcela e Marina, Bruno e Bruna, por incrível que pareça, sumiram me deixando sozinha na pista. Continuei dançando, quando esbarrei em alguém...
- Opa, desculpa moça! – eu disse, antes de olhar.
- Não, a culpa foi minha! Desculpa-me. – eu ouvi uma voz ao meu lado dizer isso, e quando virei me dei conta de quem era.
Uma garota linda, de uns olhos castanhos amendoados, os cabelos ruivos balançando. Usava um vestido roxo e uma sandália. Um perfume inesquecível, e um sorriso... O mais lindo e encantador que já vi em toda a minha vida. Eu precisava continuar falando com ela.
- Está sozinha?
- Para dançar, sim. E você?
- Também.
Nós sorrimos e ficamos dançando uma de frente para a outra, era muito bom dançar junto com ela, pois ela dançava de corpo e alma, ignorando qualquer um que a visse, até que ela resolveu falar de novo...
- Qual o seu nome mesmo?
- Eu ainda não disse. Clarice.
- Prazer, Priscila. – nome lindo! Eu jamais esqueceria! Depois de um tempo dançando, ela me fez um convite:
- Vamos sentar ali na mesa comigo?
- Não vai incomodar?
- Claro que não, venha! – ela segurou na minha mão e eu estremeci.
Incrível como ela mexia comigo, mesmo sendo a primeira vez que eu a via. Sentamos à mesa dela, pedimos duas bebidas e começamos a conversar. Descobri que eu era alguns meses mais velha que ela só, eu tinha feito 19 anos.
Nos olhamos nos olhos várias vezes, sem saber o porquê, mas tendo a certeza de que havia alguma química entre nós. Sinceramente, não consegui mais me desprender desse sorriso. Tudo estava ótimo, quando minha amiga veio correndo e me abraçou por trás, rindo e dizendo alguma coisa:
- Nossa Clah! Você devia ter ido dançar com a gente! – e então viu a moça que estava do meu lado. – Não vai nem me apresentar para sua amiga?
- Claro. Priscila, essa é a Bruna. Bruna, Priscila.
- Prazer! Vocês... Namoram? – ela disse com um desapontamento no olhar, mas eu logo respondi:
- Não! Ela tem namorado! É só amiga. E você?
- Solteira.
Minha amiga nos olhou e disse com um sorrisinho:
- Melhor eu ir procurar o Bruno, acho que estou segurando vela. – eu e Priscila ficamos muito sem graça.
Já disse que meus amigos amam fazer isso? Bom, ela saiu e nós ficamos mais um tempo conversando, até que os amigos dela chegaram.
- Vamos Pri?
- Mas já Carla?
- Sim, está tarde.
- Ok. – ela me olhou com uma carinha tão triste! Me deu um beijo no rosto e disse: - Até qualquer dia. Beijos.
- Até! Adorei falar contigo. – ela foi embora. E eu tive a certeza que nunca mais a veria. Mas, quem disse que eu sempre acerto?
Pois é moça....mais uma história pra nos prender não é? rsrs....Parabéns mais uma vez, é sempre bom vir ler seus escritos, continue nos deixando ansiosas a espera deles, rs..
ResponderExcluirBjs...