Deixada ali, com a blusa camiseta do namorado, na sargeta da rua, ela chorava. Sem rumo, depois de tanto fazer, finalmente tinha a sua liberdade. Mas que liberdade era aquela? Que justiça era aquela? Ele deixou-a sem amor, sem carinho, sem dó nem piedade, sem uma única peça de roupa fora a que usava, depois da noite de sexo. Depois da briga feia que tiveram naquela manhã, ela vagara, sem casa, sem família, sem amigos, sem rumo. Chorou, como nunca havia chorado. Repensou. Será que valia a pena? Saia do jogo com o orgulho de ser o que era, com dignidade, mas sem um teto para morar, sem ninguém com quem ficar. E mesmo que tivesse ficado, sua vida seria feliz? Refletiu... Não. Abaixou a cabeça. Viver pela metade não é viver, viver uma mentira, não é viver, é apenas ilusão. Viver com um sorriso escondendo as lágrimas que choram pelos olhos vermelhos, não era justo. Pelo menos agora ela podia fazer da maneira certa. Levantou a cabeça, sorriu, pela primeira vez, um sorriso espontâneo. Iria Recomeçar.
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