Conto - Cuidado Com O Que Desejas



Conto - Cuidado Com O Que Desejas

Estava escuro, mas ela não estava com medo. Seria a nova caçadora de vampiros? Ou a nova caçadora de fantasmas? Mataria lobos com a sua pistola carregada de balas de prata? Quem sabe não se transformaria na nova protagonista de uma série famosa, assim como tantas outras personagens que enfrentavam o sobrenatural com unhas e dentes? Talvez ficasse rica, aí poderia viajar pelo mundo aceitando os casos mais estranhos possíveis e se tornando a poderosa...

- GABRIELA! – ela teve que gritar pela terceira vez.

- O que foi?! – perguntou assustada. Apontou a arma para cima e para baixo, sem conseguir ver nada na escuridão.

- Nós aqui no meio dessa floresta mais estranha e arrepiante que a do Harry Potter, e você aí, divagando no pensamento! – olhou para os lados, ainda temerosa.

- Relaxa, Mary! Não tem nada demais nessa floresta, não está vendo? Foi mais um alarme falso, que saco! – a morena bufou, já era o terceiro alarme falso naquela semana.

- Não estou convencida... – a menor olhava ao seu redor, tentando se certificar que estavam mesmo em segurança.

- Olha isso, não tem perigo ne-NHUMMMMMMMM!

            A mais velha pisou em falso e caiu em um buraco que havia na sua frente. Saiu rolando e bateu com as costas no chão duro e frio. Começou a tossir, devido à poeira, e tentou se levantar. Percebeu que seu pé estava machucado, levantou-se, mas estava mancando. Tentou focar a vista para ver onde estava. Só ouvia os gritos desesperados de sua amiga, em algum lugar não muito longe. Sentiu frio, passou a mão no braço, estava arrepiada. Os cabelos compridos e cacheados marrons agora estavam embaraçados. Os olhos marrons espreitando o lugar que era como se fosse uma toca.

            Sentiu um arrepiou e um arfar de folhas perto dela. Passou a mão no quadril à procura da sua pistola, mas não a encontrou. Droga! Deveria ter caído no chão onde ela estava. Respirou fundo, tentando não sentir medo, não era aquilo que ela queria?

- A garotinha está muito longe de casa... – ouviu uma voz carregada perto dela. Era rouca, baixa, sensual. Arrepiou, engoliu em seco.

- Quem está aí? – tentou não demonstrar medo na voz, mas estava de olhos fechados, fazendo força para não abri-los.

- Eu que deveria lhe perguntar isso, você entrou na minha casa, sem ser convidada. – a voz tinha um toque de ironia, talvez sarcasmo.

- Eu... Eu... Caí do buraco. – sua voz tremeu e ela ouviu uma risada alta bem perto de si. E então, uma fungada no cabelo a fez finalmente abrir os olhos.

            Havia uma fera perto dela, um lobo malhado de cinza e preto, grande e bem peludo, os olhos amarelos semi cerrados, a boca rasgada, os dentes à mostra. Esperava, e a qualquer sinal, atacaria. E ao seu lado havia uma beldade das trevas, olhando-a curiosamente. Os cabelos negros caindo até a cintura, lisos. Os olhos lilás, grandes, atentos, espertos. A boca fina, rasgada em um riso de escárnio, e os caninos afiados à mostra. Usava um espartilho roxo e uma calça apertada negra, além das botas de cano alto preto. Clichê demais? Qual vampiro que andaria por aí com vestido rosa bebê, laços, sapatilhas e flores?

- Você... Você... – ela engasgou. – Vampiro? – foi o que conseguiu dizer.

- Muito bem, parabéns! – ela bateu palmas, com um sorriso irônico. – Andou me caçando muito para não saber quem sou...

- Você... Você... – engasgou de novo.

- Ai garota, desembucha! Sim, eu sou quem você vem caçando durante esses meses, Jacky, prazer. – sorriu, passando a língua nos dentes.

- Desculpa, é que eu... Quero dizer, depois de tantas tentativas achei que...

- Não era real? Ah queridinha, posso te dizer que sou bem, bem real... – sorriu, abrindo mais os olhos.

            Gabriela passou a mão novamente pelo corpo, a procura de qualquer uma de suas ferramentas, qualquer pistola, faca, estaca, alho, qualquer coisa! Mas estava lisa, nada. Estava assustada, sempre sonhara com aquele momento, mas não que acontecesse daquela forma, quando ela estava tão despreparada e tão vulnerável.

- Procurando alguma coisa? – Jacky aproximou-se vagarosamente, sentindo o cheiro do medo na sua nova vítima.

- Não, eu... Eu...

- Que mania chata de se referir tanto a si mesma! – em um segundo já estava colada em Gabriela. Respirou fundo, sentindo o cheiro de sangue fresco. Sorriu, aquela noite se daria bem, em todos os sentidos.

- Desculpa, é que... Por favor, não... Eu... Eu... – engoliu em seco novamente, fechando os olhos com força.

            O hálito gélido de Jacky atingiu o rosto pálido da garota. Sentiu as mãos geladas e os dedos ágeis apalpando seu corpo. Jacky começou a lamber-lhe o pescoço, e não era geladíssima, particularmente a língua da vampira transmitia-lhe um calor que percorria todo o seu corpo. Ela sabia que vampiros não eram quentes, mas não estava em condições de parar para pensar sobre aquilo.

- Relaxa, garota. Eu ainda não vou te matar, vou me divertir um pouquinho... – as unhas da vampira desceram pelas costas da morena, fazendo-a gemer baixo. – Assim mesmo...

            Gabriela abriu os olhos, era como se estivesse enfeitiçada, a vampira não lhe parecia mais do que uma bela e sensual humana, fora os caninos. Jacky arrancou-lhe um beijo intenso, chupando sua língua, raspando seus dentes, sentindo o gosto mínimo de sangue e ficando cada vez mais e mais faminta. Seus dedos apertavam o íntimo da garota, que ia amolecendo e cedendo a cada toque.

            Jacky deitou a menina no chão de novo. O lobo ficou no canto dele, apenas assistindo, já estava acostumado com cenas como aquela, onde a dona brincava um pouco com a comida antes de jantar. As presas passaram pelo pescoço da humana, e ela quase a mordeu ali mesmo, mas resistiu, somente arranhando os dentes pelo pescoço quente. Gabriela gemia mais alto, sentindo a pressão aumentar no meio das pernas. Era como se precisasse urgentemente daquela boca dentro de si, e quem sabe realmente precisava.

- Você é linda... Tão doce, deliciosamente doce... – a vampira sussurrou no ouvido dela.

            Beijou-a mais uma vez, e desceu entre as pernas da garota. Arrancou-lhe os jeans velhos que vestia, rasgando-lhe a calcinha. Nada ficava em seu caminho. Admirou por um momento o sexo molhado, latente. Sentiu o cheiro, que abria-lhe o apetite. Quando seus lábios tocaram o sexo rosado, não pode mais parar. Beijava, lambia, e sugava, com força, como se realmente se alimentasse dos gemidos descontrolados que saiam da boca da humana. As mãos agarraram-se aos seus cabelos, puxando-os.

            Orgasmos seguidos. Gritos e gemidos. Era como se toda sua força tivesse se esvaído do corpo. E quem sabe se não tinha realmente? Olhou dentro das íris lilases da vampira e viu um brilho maldoso no olhar. Sentiu medo novamente. Um medo insano, uma vontade de sair correndo. Tentou se levantar, virando de costas, e começou a correr. Mas a vampira era obviamente mais rápida que ela. Pegou-a pela cintura, juntando seus corpos.

- Não vai fugir não mocinha... – sua voz tinha um toque de frieza que a fez estremecer.

- Por favor, me deixa ir... – ela implorava.

            Os dedos de Jacky desceram e entraram dentro de Gabriela sem permissão. Fazia movimentos rápidos de vai e vem, sentindo-a ficar molhada novamente. Começou a aumentar o ritmo, sentindo que a humana não mais tentava fugir dos seus braços. Começou a ouvir novamente os gemidos deliciosos em seu ouvido. Aumentou o ritmo, agora, encostando sua boca no pescoço de Gabriela. O primeiro arranhão foi anestésico. Gabriela sentiu uma leve dormência no pescoço, como se algo ardesse ali, prazerosamente.

            Jacky começou a chupá-la, retirando-lhe o sangue, enquanto continuava com os dedos entrando e saindo do seu sexo latejante. Gabriela sentiu que a visão ficava turva, enquanto seu coração batia mais rápido. Era como se literalmente estivesse fora de órbita, nunca sentira nada tão prazeroso, tão gostoso em toda a sua vida. Gemeu mais alto, e então sentiu uma dor aguda no peito, que ia aumentando. Precisava se soltar precisava correr, mas suas pernas não mais lhe obedeciam. O lobo, agora transformado em uma linda mulher completamente nua, assistia a cena: sua mulher saciando-se com a vida da humana, que se dissolvia em ondas de puro prazer. 

Nenhum comentário

Postar um comentário

Layout por Maryana Sales - Tecnologia Blogger