Parte 08
— Como assim
você está namorando uma mulher? – foi a primeira coisa que Lanie disse quando
contei sobre Addison. Comecei a rir, enquanto a observava andar de um lado para
o outro dentro da sala do meu apartamento.
— Eu não a
estou namorando, Lanie. Mas nós tivemos um... Caso.
— Caso? Foi
coisa de uma noite? – ela perguntou, parando a minha frente.
— Mais para um
fim de semana... – segurei a taça de vinho. — Da primeira vez. – tomei o resto
do líquido e a legista quase se engasgou, fazendo-me rir novamente.
— Primeira?
Então houve outras? – ela estava boquiaberta, e finalmente sentou-se no sofá.
— Sim...
Lembra que eu fui passar minha semana de férias em LA? – assim que ela
assentiu, um misto de surpresa e entendimento passou pelo seu rosto. — Pois
então, nós ficamos de novo, aliás eu fiquei na casa dela. E então... Essa
semana passada, ela veio pra NY para um congresso e... Ficou aqui.
— Meu Deus! –
ela começou a rir. — E só agora você me conta isso? Eu deveria ser a primeira a
saber!
— Eu ia
contar, mas quando percebi já estava enrolada com a Addie... E, aliás, o
primeiro, a saber, foi o Castle... – fiz uma careta e ela prontamente reagiu ao
que eu disse.
— Castle?! –
ela levou a mão ao peito se refazendo do susto. — E como ele reagiu?
— Não muito
bem... Ele...
— Eu sei,
todos percebem como ele olha pra você. – foi a minha vez de estar surpresa. —
Girl, você tem um problema.
— Sim... E o
pior: eu estou em dúvida. Entre os dois... Com relação aos meus sentimentos...
Ultimamente Rick tem sido ainda mais atencioso comigo, me chamado para ir
jantar, para tomarmos alguma coisa depois do trabalho... Isso me deixa tão
confusa!
— Imagino... E
você gosta mesmo da Addison? – ela tomou o resto de vinho que ainda tinha em
sua taça e encheu-a novamente. Empurrei a minha para que ela também a enchesse.
Eu estava precisando mesmo de um vinho, e bons conselhos.
— Sim. Foi
tudo tão rápido... Mas tão intenso! Eu nunca havia experimentado nada parecido
em toda a minha vida. Eu sempre fui tão cautelosa... Indo aos poucos, tendo
certeza do solo em que estava pisando, até ela aparecer. Aquele final de semana
era para ser apenas diversão, mas as coisas saíram do controle... E eu percebi
que a amo... Inclusive disso isso pra ela.
— Estou
passada! – Lanie novamente fez uma expressão surpresa. — E como se sente sobre
o Castle? Você o ama?
— Não sei...
Eu já gostava dele... Esse jeito engraçado dele me encanta... Mas então Addison
apareceu... Com Castle não é assim, intenso, louco... É mais calmo,
duradouro... Eu tenho medo, sabe? Medo de trilhar um caminho que não é
exatamente o certo e acabar perdendo um grande futuro. E ao mesmo tempo tenho
medo de escolher o mais convencional e perder um grande amor.
— Entendo.
Bem, eu acho que você deveria pensar bem e observar como se sente sobre o
Castle. Se tem algum futuro... E o mais importante: seguir seu coração.
Ela sorriu para mim e eu agradeci,
sorrindo de volta. Suspirei longamente antes de tomar outro grande gole de
vinho. Lanie logo colocou a taça em cima da mesinha de centro e voltou a falar,
animada:
— Ah agora
você vai me contar! Como ela é? Eu nem a vi ainda!
— Ela é uma
mulher linda! – sorri lembrando-me de seu rosto, seu sorriso. — Tem os cabelos
ruivos, lisos e medianos, um sorriso largo, é um pouco séria à primeira vista,
mas depois que você a conhece vê como é engraçada. Ela é incrível... –
suspirei, pegando o celular e entrando na pasta das imagens, mostrei a ela uma
foto que tiramos quando eu estava em Los Angeles. Addison estava bem
descontraída, com um boné virado para trás, uma blusa bem decotada e sem
nenhuma maquiagem.
— Uau! Agora
dá para ver porque você apaixonou... – fiz uma careta, como se desse a entender
que eu não estava apaixonada, mas Lanie respondeu com outra careta, dessa vez
seguida da frase: — Não adianta negar, dá para perceber só ouvindo como você
fala dela, e como seus olhos brilham quando você fala.
Antes que eu pudesse dizer qualquer
coisa mais, meu celular tocou. Lanie e eu trocamos olhares, já sabíamos que
provavelmente era um homicídio e que nossa conversa continuaria em outro dia.
“Detetive Beckett”, eu atendi, enquanto me levantava e colocava as taças em
cima do balcão. “Já estou indo”. A legista se levantou, seu celular tocou em
seguida.
— O dever nos
chama. Mas uma hora continuaremos essa conversa. Lanie. – ela sorriu enquanto
já atendia ao telefone.
Troquei rapidamente de roupa,
colocando um casaco, pois a noite estava fria, e então ambas saímos juntas do
meu apartamento. Lanie iria passar em sua casa e depois se encaminharia para o
local do crime. Quando cheguei ao local, estacionei meu carro e andei até a
praça rodeada de policiais, com as fitas amarelas isolando a cena do crime.
— O que será
que ele fazia em uma praça escura a essa hora da madrugada? – escutei sua voz
logo atrás de mim e um sorriso apareceu em meu rosto. Diminui o ritmo dos meus
passos e logo Castle me alcançou, com dois copos de café, oferecendo-me um.
— Um pouco
tarde para um café, não acha? – levantei uma sobrancelha.
— Nunca é
tarde para uma boa xícara de café. Copo, no caso. – ele riu, estendendo-me o
meu, e eu aceitei. Realmente ele tinha razão.
Caminhamos
juntos até onde Ryan e Esposito estavam. O corpo estava sentado em um banco de
madeira da praça, com vários buracos de tiros no peito, e banhado em sangue já
seco. Ryan começou dizendo os detalhes sobre a vítima conhecido enquanto Lanie
não chegava: homem, 34 anos, cabelos castanhos, mais ou menos 1,77 de altura.
Em seu bolso foi encontrada sua carteira, o que ajudava a identificá-lo. Bart
Johhnson Jr.
— Bart
Johhnson Jr.? O Bart Johhnson Jr.? – Castle perguntou perplexo. E como eu o
olhava surpresa, ele continuou. — Ele é o dono das empresas Bart Johhnson, que
tem vários empreendimentos pelo país, inclusive uma loja de carros esportivos
no centro de NY.
— Estranho que
alguém tão rico e importante seja assassinado e deixado em uma praça isolada.
Dessa forma não há testemunhas, mas ao mesmo tempo indica que o assassino possa
ser discreto. Talvez tenha sido algo pessoal...
Assim que a médica legista chegou,
determinou a hora da morte mais ou menos há três horas, indicando que o crime
deveria ter ocorrido entre sete e nove horas da noite. No total foram cinco
tiros, e o que o matou foi perto do coração. Havia sinais aparentes de luta,
mas ela só saberia mais após fazer um exame completo no IML. Fomos para a
delegacia, e começamos a investigar. Ryan e Esposito avisaram a família,
enquanto eu e Castle procurávamos por qualquer fato aparente que fosse motivo
suficiente para um assassinato. Bart era dono de cinco empresas na cidade,
dentre elas uma loja de carros esportivos. Era casado há cinco anos e tinha
três filhos, já casados. Era filho de Bart Johhnson, criador do império da
família, e desde que este se aposentara, Bart Jr. tomou a frente das empresas. Apesar
de ser riquíssimo, havia uma grande dívida no banco e parecia que suas finanças
não estavam indo bem. Enquanto eu corria os olhos pela fatura de um de seus
cartões de crédito, senti-me observada. Levantei os olhos do papel e peguei
Castle me olhando.
— O que foi? –
perguntei.
— Nada... –
ele sorriu de volta, e parecendo querer disfarçar, voltou a falar. — Procure
por quantias específicas gastas todo mês.
— O que isso
quer... – eu comecei a falar enquanto voltava a olhar o papel, mas logo parei
quando percebi que todos os meses quatrocentos reais saiam de sua conta por
volta do mesmo período. — Como sabia?
— Empresário
rico, com uma boa família, finanças indo por água a baixo, adicione uma boa
dose de narcisismo – que acredite, ele tem, eu já o encontrei umas duas ou três
vezes e ele esnobou meus livros, não que eu tenha me incomodado com isso... –
de qualquer forma, é claro que ele precisaria de uma válvula de escape para os
problemas e as discussões infindáveis em seu casamento.
— Tem muita
experiência no assunto, hein Castle? – sorri, alfinetando-o. Ele fez uma
careta, sentando-se na ponta da mesa em que eu estava.
— Você não
sabe o quanto... – ele sorriu e piscou para mim. Eu fiquei surpresa, pois sabia
muito bem do tipo de experiência que ele estava falando.
Esposito entrou no escritório com a
ficha da vítima em mãos. Disse que descobriram que ele vinha mesmo tendo um
caso com sua secretária, senhorita Gabriela Sanches, e que até mesmo sua esposa
sabia disso. Mas por causa das aparências, fingia não o saber. E
coincidentemente, Miss Sanches morava na esquina da rua da praça em que o
empresário fora encontrado morto. Castle e eu saímos para ir até o local para
investigar e conversar com a moça, na esperança de que ela soubesse de algo ou
estivesse por perto na hora do assassinato, sem é claro descartar de que ela
própria pudesse o ter cometido.
— Mas eu
pessoalmente não acredito em traição. – Castle estava ainda falando quando
descemos do meu carro, após eu estacioná-lo a uma rua do apartamento da
suspeita. — Acredito que quando se ama alguém, você não tem tempo e nem olhos
para outra pessoa. – sorri amarelo, sabendo que no fundo aquelas palavras me
atingiram.
— Eu também
não acredito, Castle. Mas nem tudo é exatamente preto no branco como a gente
quer... A vida é... Complicada.
— Mas... –
estávamos chegando à porta do edifício quando um homem de boné estava saindo.
Ele ia virar em nossa direção, mas quando nos viu, rapidamente deu meia volta e
saiu correndo para o outro lado.
— Polícia de
Nova Iorque, parado! – eu gritei, correndo atrás dele, com Castle em meu
encalço. Corremos um quarteirão, e quando percebi, estávamos adentrando a
praça. Podia escutar ele correndo, mas quase não dava para ver, por causa das
árvores e da vegetação alta. Paramos um segundo, enquanto eu olhava ao meu
redor. Castle parou bem ao meu lado, quando ouvimos um barulho perto de nós, e
por mais rápido que eu tenha virado, vi rapidamente Castle ser atingido na
cabeça e cair no chão. Atirei duas vezes, e acertei o bandido na perna. Ele
tentou correr, arrastando-se, mas já não estava mais tão ágil. De arma em
punho, corri atrás dele e o dominei no chão, colocando as mãos para trás e algemando-o.
Chamei por reforços no rádio e quando me certifiquei de que ele não ia fugir,
corri até onde Castle estava caído.
— Castle! –
chamei, ajoelhando-me ao seu lado. Havia um enorme galo em sua cabeça e um pequeno
corte com um sangramento. Como ele continuava de olhos fechados, comecei a
ficar preocupada de que a pancada tivesse sido muito forte. Para me certificar
de que ele ainda estava respirando, coloquei dois dedos em seu pescoço e me
aproximei de seu rosto.
— Seu perfume
é tão gostoso... – a voz dele, ainda que fraca, nunca perdia o tom galanteador.
— Mas é
bobo... – comecei a rir, voltando a me endireitar e olhando em seus olhos. —
Como está se sentindo?
— Como se
tivessem batido em minha cabeça. – ele sorriu, dando-me a mão e eu o ajudei a
se sentar.
— Castle...
— Obrigado. –
ele olhou na direção do cara caído e depois de volta para mim. — Infelizmente
não consegui ver quando você corajosamente o derrubou, mas sei que você
arrasou.
— Só um
pouquinho... – dei uma risada. — O reforço já está chegando e você precisa ir
ao hospital, só para ter a certeza de que está tudo bem com sua cabeça.
— Mas nunca
esteve tudo bem com minha cabeça... – ele riu de novo da própria piada. Revirei
os olhos, ajudando-o a se levantar.
Logo mais viaturas chegaram, e
quando a ambulância chegou deu uma assistência ao Castle, só para se certificar
de que tudo estava bem. Fizeram um curativo e disseram que o corte fora
superficial. Apesar da força da pancada, ele só deveria ficar em repouso
durante algumas horas e observar se não haveria nenhum outro sintoma. O
suspeito foi levado para o hospital e depois de medicado e cuidado Ryan e
Esposito iriam pegar o seu depoimento e interrogá-lo. Resolvemos deixar para
interrogar a suposta amante no dia seguinte.
Levei
Castle até sua casa, e ele me convidou para entrar. Alexis estava na casa de
uma amiga e Marta já estava em seu quarto. Eu sempre ficava maravilhada com
aquele lugar. Não era o fato de ser uma grande casa, ele era rico, então era
óbvio que ela fosse grande e bonita. Eu gostava da forma como era bem cuidada,
aconchegante, como se sempre houvesse espaço para mais um. Estava cheia de
artefatos, decorações e peças únicas, e sempre que eu ia até lá prestava
atenção em um detalhe que eu nunca vira antes. O escritor perguntou se eu
gostaria de vinho, mas antes que eu respondesse ele já estava com duas taças em
cima do balcão da cozinha e uma garrafa de vinho na mão.
— Castle, acho
que eu já tomei bastante vinho por hoje... Aliás, você não deveria ir
descansar? Eu tenho que...
— Kate, por
favor, não vá me fazer essa desfeita... – ele me interrompeu, entregando-me uma
taça com vinho pela metade. — Só essa taça, a gente conversa um pouco e você
pode ir...
— Okay. –
olhei-o ainda em dúvida e peguei a taça de suas mãos. Dei um gole no vinho, e
nos sentamos no sofá que havia no centro da sala.
— Você quer
sair comigo? – ele fez a pergunta com um sorriso no rosto, olhando-me
diretamente nos olhos.
— Como? –
quase engasguei com a bebida.
— Sair, um
encontro. De verdade.
— Não sei,
Castle... Eu...
— Sem
expectativas, sem pressão... Eu só queria que pudéssemos sair para conversar,
tomar um drinque ou comer alguma coisa sem ser relacionado estritamente ao
trabalho. Se você quiser, claro...
— Tudo bem... –
sorri para ele. Talvez uma noite em um encontro de verdade fosse o que eu
precisava. — Nesse fim de semana, se houver um espaço, podemos sair depois do
trabalho para comer alguma coisa. – tomei mais um gole do vinho e me levantei. —
Agora eu realmente preciso ir, antes que nos chamem de volta para a delegacia.
Preciso de um banho. E você tem que descansar.
— Ok, ok, eu
vou descansar, senhorita. – ele se levantou também. Coloquei a taça em cima de
uma mesinha e nos encaminhamos para a porta.
— Até amanhã.
— Até amanhã,
detetive. – e antes de fechar a porta, ele me surpreendeu com um beijo no
rosto. Fiquei corada e totalmente sem graça, apesar de ter adorado. Sorri
timidamente e fui indo embora. A sensação estava ótima, não sei se pelo beijo
ou pelo vinho, ainda que eu mal tenha tomado, mas então ela foi embora ao toque
do meu celular. Uma mensagem, mísera mensagem, mas que trouxe de volta toda a
saudade que eu tinha da ruiva quando li os dizeres: “Não estava conseguindo dormir, liguei o rádio e a nossa música estava
tocando. Dancei sozinha, desejando seu corpo colado ao meu. Saudades. Beijos,
Addie.”
Ahhhhhhhhhhhhhhhh Addie e Kate :'(, sai Castle, SAAAI u.u kkkk, brincadeira, eles são fofos juntos (Kate e Castle), mass Addie e Kate são infinitamente melhores *o* hihi mas sou suspeita pra falar. Já quero maissss <3 Amei o capítulo, Laris! Parabéns
ResponderExcluirHahahhaha simmmm, tu é louca pro Castle sair de cena hahaha uhumm são mesmo fofos, eu amo, mas Addie e Kate são muito boas juntas *_* logo elas já voltam! Obrigada pelo comentário ^^
ExcluirOmg um capitulo novo p me alegrar *-* Sou caskett ate o fim mas nessa fic abro excecao p Addie. Louca p ver logo elas juntas de novo. (e se rolar um angst melhor ainda hahah) Aguarndando ansiosa o prox cap :)
ResponderExcluirComo assim? Acabou aqui? Nao acho os outros capitulos, af. Necessito de mais Kate e Addie.
ResponderExcluirPor favor eu preciso de outro capítulo
ResponderExcluirTo morrendoooooooo
Castle e Kate always,mas Kate e addie são infinitamente melhor💕