Same Mistake - Parte 3


“I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.”

Meus olhos estavam cheios d’água, eu não conseguia parar de chorar. Ouvi tudo o que você disse calada, e agora havia um nó em minha garganta. É, eu realmente te conhecia, e o pior, eu te amava exatamente do jeito como você era. Por um momento não consegui falar, nem me mexer, eu apenas chorava. De seus olhos castanhos também desciam lagrimas incensáveis. Até que entre soluços consegui dizer alguma coisa:

 - Eu sempre te conheci então...

- É, exatamente como você disse uma vez: você me conhecia o suficiente, e eu te conhecia o suficiente. Sempre foi assim.

- E o pior, eu sempre te amei exatamente como você era. Como você é. Apesar de ter sofrido tudo o que eu sofri, eu nunca deixei de te amar. O jeito como você fala, me olha, o jeito como aje... É tudo tão maravilhoso para mim! Eu amo cada pedacinho do seu corpo, e você sabe. – nós duas estávamos com lágrimas nos olhos.

E mais uma vez o silêncio infernal se fez presente. Era como se ele adorasse nos interromper, criando uma barreira entre nós.

- E eu te amei, eu sempre te amei. Eu sei disso e você sabe disso. Mas simplesmente nunca pode acontecer.

Lágrimas corriam livremente pelo meu rosto, e meu coração estava apertado, eu tinha ouvido tudo, mas agora não sabia o que fazer.

- Mas... Por que não?

- Ai... Eu já te disse. Eu... Não posso. – sua voz era cansada e pesada.

- Você me prometeu que seria para sempre...

- Tudo foi um erro! Acorda! Foi brincadeira de criança, mas agora nós crescemos! – disse levantando-se, quase gritando.

- Eu sei que o que passou, passou! – eu disse me levantando também. – Eu não estou pedindo uma segunda chance! – eu gritei, chorando.

- Então o que você quer de mim?

- Eu só queria uma razão... Para entender... – eu disse num fio de voz.

- Não precisa. Foi um erro, que nós duas cometemos. – sua voz agora era fria.

- Fale por si só! Não foi um erro, não pra mim! – eu gritava, com a emoção impregnada em mim.
- Então... Você faria tudo novamente? – sua voz me perguntou, baixa.

- Sim. Se eu tivesse uma chance, eu cometeria os mesmos erros novamente. – eu disse em um sussurro.

Olhamos-nos por um momento, tentando decifrar-nos, quebrar as barreiras que os anos haviam criado novamente. E por mais incrível que pareça, elas não eram tão altas, e nem tão fortes. Seus olhos chocolates desabaram em lágrimas, e seu rosto estava vermelho.

- Mesmo que essa chance acabasse nos machucando mais ainda, reabrindo as feridas que estavam cicatrizando, mesmo assim você os cometeria novamente? – sua voz estava por um fio, e eu respondi nesse mesmo tom:

- Sim, eu faria tudo outra vez, porque eu te amo. E te ver hoje, já reabriu tudo o que não havia cicatrizado ainda. Mesmo que doa mais do que eu já sofri nesses anos, eu pelo menos poderei dizer que eu realmente te amei, realmente te toquei, te beijei e te senti, que não inventei nada! Que você está marcada para sempre não só em meu coração, como em meu corpo, em minha alma.

O silêncio voltou a reinar, e você olhou em meus olhos verdes cor de esmeralda, tentando desvendar minha alma. Eu não precisava fazer isso, te conhecia e você me conhecia. Eu só não sabia o que você faria... Se realmente me daria uma nova chance...

- E se eu te desse uma chance? Nossa única chance? Essa noite?

- É tudo o que eu poderia querer. – a esperança começava a nascer em minha alma. Até que depois disso, você deixou que suas barreiras definitivamente caíssem, dizendo:

- Eu preciso de você essa noite, eu preciso te sentir, para me sentir viva.

Sua voz era mais forte, mais alta e mais viva do que nunca, mais apaixonada. Aquele sorriso que eu amava voltou a aparecer em seu rosto, e agora eu também sorria, como uma criança que havia recebido um presente. Eu cheguei mais perto de você, passando a mão em seus lábios, sentindo sua respiração e olhando dentro dos teus olhos.

- Eu te amo. – eu sussurrei baixinho e percebi que você arrepiou-se inteira.
 
“And maybe someday we will meet, and maybe talk and not just speak.
Don't buy promises 'cause, there are no promises I keep.
And my reflection troubles me, so here I go.”

- Eu também te amo. Eu sempre te amei. – você disse em meu ouvido, beijando meus lábios logo em seguida.

Era uma sensação mágica! Como se todas as estrelas do céu brilhassem, os sinos tocassem e tudo fosse festa. Eu senti algo que nunca havia sentido antes, como se você fosse a pessoa certa para mim. Seus lábios eram perfeitos, assim como tudo em você. Eu te segurava pela cintura, enquanto a outra mão estava entre seus cabelos. Depois do beijo, você encostou sua cabeça em meu pescoço, retomando o fôlego.

- Nunca pensei que eu fosso beijar esses seus lábios bem desenhados. – um sorriso surgiu em sua face.

Nos separamos um pouco, ainda olhando-nos nos olhos. Os seus cor de chocolate brilhavam, como há tempos eu não via.

- E eu nunca pensei que fosse olhar nesses seus doces olhos de chocolate. – seu rosto ficou vermelho, como eu adorava.

- Vêm comigo. – você sussurrou, pegando em minha mão e me puxando até seu quarto.

Eu sentei em cima da cama e enquanto você dizia, parada ao meu lado:

- Há muito tempo, eu te prometi uma coisa... Mas achei que nunca iria prometer cumprir, assim como a maioria das minhas promessas...

Eu senti uma pontada de esperança e foi inevitável não sorrir, eu sabia do que você falava...

- Só que agora você está aqui. – você completou em um sorriso.

- Você vai tocar para mim? – eu perguntei, meus olhos brilhavam.

- Eu prometi, não prometi? – e pegou seu violão que estava encostado em um dos quartos do quarto.

Sentou-se ao meu lado na cama e dedilhou suas cordas, num instânte olhou para mim sorrindo, para logo depois voltar os olhos para o violão, e começar a tocar aquela música.

Seus olhos fecharam-se enquanto os dedos deslisavam pelas cordas do violão, e sua voz começou baixa e quase rouca, mas totalmente inebriante. Você cantava tão docemente, eu apreciava toda a cena á minha frente: admirava cada detalhe, cada gesto, cada toque... Eu sonhei com esse dia por anos, e cheguei a pensar que nunca aconteceria, mas aqui estamos nós. Você cantava para mim a nossa música, a que me fazia lembrar de você, e você sabia disso. Era doloroso tocá-la, ouví-la ou cantá-la, mas dadas as circunstâncias desse dia, acho que isso agora não importava.

Você terminou de tocar e cantar, abrindo os olhos e aprofundando-se nos meus. Os seus estavam cheios de lágrimas assim como os meus.

- Sua voz é lindamente inebriante... – eu sussurrei, com um só na garganta.

- Obrigada, você sempre consegue me deixar sem jeito. – estava ruborisada novamente.

Você deixou o violão de lado, e por um momento não soubemos o que dizer, ainda nos olhávamos. E então, eu vi que suas lágrimas aumentaram, e você não conseguiu mais se segurar, desabando a soluçar.

- Hey hey, minha linda, vem cá... – você deitou na cama com a cabeça em meu colo.

Começei fazendo carinho em seus cabelos castanhos, olhando-a com ternura.

- Eu te prometi tanto... Te iludi tanto... – sua voz era fraca e as lágrimas voltaram a irromper.

- Shh eu quis acreditar. Eu quis me torturar... Não fica assim. Em nenhum momento eu te culpei pelo que aconteceu.

- Mas a culpa de tudo foi minha.

- Talvez. E se fosse, eu já te perdoei. – eu sussurrei, sorrindo. Ficamos em silêncio um pouco e eu disse baixinho:

- Eu... Queria saber se eu poderia dizer o que eu sempre quis dizer para você... – você riu do meu jeito hesitante e respondeu:

- Claro. Eu vou adorar ouvir. – eu sorri e continuei o carinho, dizendo:

- Você é linda, linda demais. E mesmo com todas as mulheres do mundo, é de você que eu não consigo tirar os olhos. E falando em olhos, eu ficava horas olhando seus doces olhos cor de chocolate nas fotos, querendo vê-los pessoalmente. Desejava beijar seus lábios, ouvir sua risada e ver seu sorriso encantador. Sonhava passear com você pelas ruas, caminhar de mãos dadas e te ouvir falar, dar risadas. E quando você chorava, eu queria estar ao seu lado e secar todas as suas lágrimas, te abraçar, te fazer esquecer da sua dor. Nunca consegui te esquecer, apesar do que todos diziam, eu nunca pude te esquecer. Sabia que podia ta sendo o ser mais idiota do mundo, mas mesmo assim, eu não desistia de você. E a cada música que você me mandava, eu sorria de felicidade e ficava um tempão ouvindo sua voz. Porque eu te amo. Eu sempre te amei. Nunca consegui te culpar, porque eu te amava. Te perdoei por tudo o que você tenha falado ou feito contra mim. Porque pra mim, você sempre será minha menina mulher. 

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