Love Game: 9 - Um É Pouco, Dois É Bom, e Três?


Capítulo 9 – Um É Pouco, Dois É Bom, e Três?

            Ficamos ali mais um tempo, apenas nos curtindo, conversando, aproveitando o momento. Depois, fomos para nossos respectivos quartos, porque logo, logo seria o jantar. Ao chegar ao quarto, lá estava Helena, arrumando-se para tomar banho também.

- Apareceu a bela adormecida! – sorriu ela.

- Ai Lena, estou tão feliz! – peguei minha toalha, roupas e xampus.

- Fico feliz por você, de verdade. Desde... – ela olhou-me, com receios de mencionar aquele nome. Dei de ombros e ela continuou:

- Desde Karina que você não se permite amar de novo.

 - É eu sei. – fomos para o banheiro, entrando cada uma em um compartimento. Liguei o chuveiro, enquanto continuava falando:

- Você sabe o que eu passei por causa do nosso rompimento... Foi dolorido demais, desgastante demais. Jurei nunca mais ficar essa boba e tola apaixonada. Mas... Com Paola é diferente, eu sei, eu sinto!

- É visível como vocês se olham. Só te peço que tome cuidado... Converse com ela, e tudo, não quero que saiam machucadas.

- Pode deixar. – após a conversa, meus pensamentos se voltaram para Paola. Estava tendo uma grande idéia...

            Fomos para o jantar. Entrei com Helena, o salão estava bem cheio já. O bom daqueles acampamentos é que, como havia muitos monitores, e os alunos já eram grandes, não precisava ficar muito em cima.

            Entrei na fila, para pegar comida, quando sinto uma mão discretamente pegar em minha cintura. Pelo cheiro, que exalava tão perto de mim, eu sabia que era Paola.

- Sabia que vocês estão dando muita bandeira? – Bruna disse, chegando perto de nós duas.

            Virei para o lado e percebi que Paola não gostara muito do que a outra dissera. Segurei firme em sua mão, para que ela soubesse que estava comigo.

- Nem tanto. Você que anda reparando muito... Aliás, quer sentar com a gente? – disse, enquanto Paola me olhava de cara feia.

- Claro! Vou estar esperando vocês lá na mesa. – saiu toda feliz.

- O que foi isso que eu acabei de presenciar? – Paola perguntou irritada.

- Amor... – vi o sorriso quase instantâneo que essa palavra provocou nela. – Eu gostaria de conversar uma coisa com você e com ela. Responde a verdade: você a acha bonita? Atraente?

            Ela seguiu o olhar até onde a loira estava sentada. Sorriu. É obvio que achava. Pegamos a comida e sentamos-nos à mesa onde Bruna estava. Começamos a conversar e logo Paola se enturmou, interessando-se na conversa. Eu sorria, estava ciente do que iria propor. E se eu não tivesse certeza dos meus sentimentos, nunca teria proposto.

- Bruna eu gostaria de conversar algo com você e com a Paola. – as duas olharam para mim, curiosas.

- Não é novidade que eu e a Paola estamos... Juntas. Bom, não para você. E eu não sou nada boba, percebo o jeito que me olha. O que gostaria de propor é que, se a Paola consentir, poderíamos passar a noite nos “divertindo”, as três.

            Bruna sorriu, era das minhas. Já Paola, olhou-me por um momento, sem saber o que responder. Sorri para ela, tranqüilizando-a. Olhou dentro dos meus olhos, senti-me estremecer com aquele olhar. Parecia me desvendar a alma. Por fim, sorriu.

- Como negar? – sorriu para Bruna.

            Bruna nos convidou para ir para o quarto em que ela estava, já que estava dormindo sozinha ali. Entramos, eu e Paola de mãos dadas. Bruna trancou a porta. Sentamos em sua cama e ela quebrou o silêncio:

- Bom, agora acho que vocês têm que falar como vão querer. Porque não quero criar situações chatas para nenhuma das duas, já que vocês que estão juntas.

- Linda, é você quem sabe. Por mim, não há problema nenhum. – disse a Paola.

- Confio em você. – sorriu ao dizer. E eu senti algo diferente dentro de mim.

            Ela levantou-se da cama e foi em direção ao rádio que tinha em cima de uma mesa. Ligou. Depois, postou-se atrás da loira, colocando as mãos na cintura dela, e começou a dançar, mexendo os quadris junto com o de Bruna, no ritmo da música.

            A loira sorria enquanto se remexia. A saia curta que usava subia e descia conforme suas pernas se balançavam. Paola colocou uma das mãos por baixo da saia da loira, na frente, provavelmente tocando-a. Bruna começou a ficar ofegante, enquanto virou a cabeça, arrancando um beijo de Paola.

            Eu assistia a tudo. Senti uma pontada de ciúmes, mas aquela cena estava boa demais para parar. Bruna mordeu o lábio inferior e estendeu a mão, me chamando. Levantei-me e fui em direção a ela. Comecei a dançar no mesmo ritmo, enquanto beijava seu pescoço, seus lábios.

            Ficamos um tempo ali, até Paola pedir para que Bruna deitasse na cama, o que a loira obedeceu rapidamente. Paola segurou em minha cintura, mordendo meu queixo, e me pediu:
- Vem... – puxou-me até a cama. – Eu quero que você a coma... – sussurrou em meu ouvido. Não tive como negar.

            Fiquei entre as pernas de Bruna, enquanto sentia o gosto dela, a textura, Paola ficou ao nosso lado, às vezes beijando-a, às vezes arranhando minhas costas, enquanto Bruna gemia cada vez mais.

            Passamos a noite toda ali, as três, nos satisfazendo. De manhã acordei e me vi sozinha na cama. Olhei para o lado e vi Bruna sentada na poltrona, com uma camisa longa cobrindo seu corpo.

- Paola foi para o quarto dela, recebeu uma ligação que precisava atender. – ela disse.

            Achei estranho, mas não respondi. Eu tinha um sorriso bobo no rosto. Rolei na cama, apoiando-me no braço, deitada de lado.

- Você a ama. – ela disse sorrindo. Assustei-me.

- O qu-que?

- Não adianta negar. – disse entre risos, olhou para mim. – Está na cara! O jeito como vocês se olham, o jeito como se tocam... Você a ama. E ela te ama.

- Você tem razão! – comecei a rir, como há muito tempo não ria. Ela veio correndo e pulou em cima de mim, enquanto ríamos.

- Então, fale com ela. Não a deixe escapar.

            Ficamos ali deitadas um pouco. Ela tinha razão, eu amava a Paola. Eu já sabia o que fazer. Quando voltássemos, eu iria resolver aquela situação. 

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