Love Game: 4 - Desejei Que Fosse Você


Capítulo 4 – Desejei Que Fosse Você

            Andei a passos firmes e decididos, com a cabeça erguida, passando no meio do pátio. Eu sabia, apesar de olhar sempre para frente, que os olhares de todos se convergiam para mim e para o meu destino. Claro, sempre havia garotos e garotas me olhando durante o intervalo, mas eu estava sempre com Helena e sentávamos sempre em uma mesa vazia, afastada de todos.

            Dessa vez, eu andava em direção a uma mesa quase no meio do pátio, com apenas uma garota sentada nela. Paola. Seus olhos sorriam para mim, ela sabia que eu tinha que falar com ela, que eu não iria deixar do jeito que estava.

             Sentei-me em frente a ela, suspirei.

 - Nem demorou muito para se recuperar. – disse entre sorrisos.

- Quero saber umas coisas. Quem é você? – perguntei sem rodeios.

- Paola Bracho. Prazer. – riu da minha cara de pateta.

            Quis esganá-la naquele instante, ainda fez esse trocadilho infame com o nome da personagem gêmea malvada daquela novela mexicana “A Ursupadora”. Dei um sorriso e ela continuou:

- Sou apenas uma aluna, me chamo Paola. Português é uma das minhas matérias preferidas. Até onde sei sempre gostei de garotas e não sou apenas mais uma. Meus pais moram em outro país, moro sozinha com minha madrinha. Não nego o que eu sou e nem o que eu gosto, e não gosto de ser tratada como apenas mais uma manipulável. Eu penso.

            A cada palavra que ela dizia eu interessava-me mais. Achava fascinante sua personalidade forte e o jeito como batia de frente comigo. Os olhares ao nosso redor já não importavam mais, somente ela importava. Achei estranho como me senti, mas raramente tive medo de fazer certas coisas. Sempre fiz, mesmo que depois me arrependesse.

- Só se esqueceu de uma coisa nessa sua linha de raciocínio. Eu sou sua professora.

- Isso não te impede de vir com roupas provocantes e ser sensual, seduzindo seus alunos. – rebateu prontamente.

            Mais uma vez me deixara sem argumentos. Eu odiava ficar sem saber o que falar, mas com ela não era tão ruim assim.

- Menina, você não sabe onde está se metendo.

- Não me importo, gosto de correr riscos. – colocou sua mão sobre a minha.

            Eu não podia acreditar, era muito surreal tudo o que estava acontecendo. Senti um arrepio só de pensar naquela mão macia passeando pelo meu corpo todo. Afastei esse pensamento repentinamente, não, não poderia nem pensar naquilo. Intocável, Sally, intocável.

            Mas ela parecia ler meus pensamentos. Sorriu de canto e aproximou o rosto do meu, dizendo:

- Cuidado, quem brinca com fogo, pode se queimar.

            Levantou-se e saiu andando calmamente. Meu olhar acompanhou as belas curvas do seu corpo, seu bumbum arrebitado contornado pela calça jeans justa, a camiseta solta e os cabelos encaracolados balançando de um lado para o outro.

            Eu estava enlouquecendo, só podia. Aquela garota mexia comigo, e profundamente. Não era apenas mais uma, eu tinha certeza disso. Uma partezinha pequenininha lá no fundo tinha medo do que essa brincadeira poderia gerar. Mas como eu disse, nunca fui de não fazer o que queria por medo apenas. Por isso, ignorei esse sentimento e sorri.

            Após aquele dia cansativo e prazeroso na escola, cheguei em casa, pensando em não sair tão cedo. Mas o telefone tocou. Helena queria me levar de qualquer jeito na boate. Sara tinha conseguido uma folga em dias, meses, e queria sair. Como dizer não? Ainda mais depois da morena intrometida ameaçar passar dias me enchendo o saco por causa da Paola. Disse logo que iria e que estaria na boate dali à uma hora.

            Tomei um banho demorado, coloquei um vestido preto justo, salto alto, deixei os cabelos soltos, coloquei colar e anéis, meu perfume preferido e uma maquiagem mais pesada. Olhei no espelho, aprovando o resultado. Ninguém iria me segurar!

- Sally, que gata! – foi o comentário de Sara quando me viu.

- Oi para você também. – disse dando dois beijinhos em seu rosto.

- Sério, você vai arrasar lá dentro amiga! – Helena me cumprimentou animada.

- É disso que eu estou precisando! – aquela morena filha de uma mãe deu uma piscada para mim. Fingi que não vi e entramos na boate.

            Não demorou muito e eu já estava dançando no meio da pista, com um drinque na não. Extravasa toda a sensualidade que eu tinha, beijando cada hora uma mulher diferente, até que surgiu uma garota linda, com os cabelos cacheados marrons.

            Fui atraída por ela. Soltei-me dos braços das mulheres que insistiam em ter uma parte do meu corpo e andei até ela. Não, eu não a conhecia. Não sabia quem era. Só uma vontade incontrolável de possuí-la.

- Está sozinha gata? – cheguei junto, segurando em sua cintura.

- Agora não mais. – abriu um sorriso lindo.
            Não me segurei mais. Juntei meus lábios aos dela, beijando-a com voracidade. Levei-a até o banheiro da boate, não conseguiria esperar chegar a qualquer lugar. Tinha urgência. Dentro do reservado, beijei seus lábios, seu pescoço, suguei seus seios, estava cega pelo desejo. Rapidamente desci minha mão entre suas pernas, seu vestido facilitava as coisas. Afastei sua calcinha e introduzi-os, fazendo movimentos de vai e vem, alternando as velocidades.

            Seus gemidos eram músicas em meus ouvidos. Quando senti que ela ia gozar, parei rapidamente o que fazia e lambi seu pescoço, para logo depois ajoelhar-me no chão de piso e mergulhar de boca em seu sexo molhado. Ela explodiu em gritos e senti o seu doce mel descendo pela minha boca.

            Suguei-a com vontade, arrancando mais gemidos da sua boca. Quando olhei para o seu rosto retorcido de prazer, me veio à mente o sorriso sacana de Paola. Afastei-me rapidamente, mas ela estava tão bêbada e anestesiada pelos meus toques, que não percebeu minha mudança brusca. Eu sabia que no fundo eu desejava que fosse ela que estivesse em meus braços, em minha boca.

            Voltei para a pista e fui direto ao bar. Pedi mais um drinque e tomei de um gole só, pedi outro que teve o mesmo destino. Pensar era o que eu menos queria naquele momento. Não, eu não tinha outras aulas no outro dia. Depois de beber muito, aceitei todas as mulheres que vieram para cima de mim naquela noite. E em todas elas vi o rosto de Paola. 

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