Love Game: 3 - Agora É Para Valer


Capítulo 3 – Agora É Para Valer

            Na manhã de quarta-feira cheguei confiante na escola. Paola ia ter o que merecia, duvido que conseguisse se segurar. Entrei na sala dos professores colocando minhas coisas em meu armário, quando ouvi uma voz atrás de mim:

- Uau! Você se superou hoje hein? – me virei dando de cara com Helena.

- Gostou? – abri um enorme sorriso.

- Se eu não fosse casada... – passou a língua pelos lábios e continuou:

- Eu tenho pena daquela menina.


            Minha risada ressoou na sala, pisquei para ela e peguei meus livros, andando pelo corredor sensualmente. A sala do terceiro A ficava ao fim do corredor. Não preciso dizer que ao passar pela porta de quase todas as salas, fui o centro das atenções, não é?
Quando cheguei à porta, abri um enorme sorriso e entrei. De repente se fez silêncio, enquanto eu atravessava a sala, colocando meu material em cima da minha mesa. Ninguém ousava nem mesmo respirar. Olhei para toda a classe e cumprimentei:

- Bom dia turma.

Depois desviei o olhar para Paola, sentada logo na primeira carteira. Aquela menina não perdia tempo, nem eu. Eu pude ver seu olhar de desejo e sua boca seca, ao passar o olhar detalhadamente pelo meu corpo: bota de cano alto e salto fino, de couro preto, mini saia jeans, camiseta preta transparente e sutiã preto. Deixei o cabelo solto, maquiagem leve no rosto e um perfume irresistível.

- Por favor, entreguem a pesquisa sobre o último texto que trabalhamos. – disse sorrindo.

            Sentei na cadeira, em frente à minha mesa, cruzando as pernas e esperei que viessem. Rápidos, pegaram suas folhas e vieram correndo tentando ser o primeiro a ter a minha atenção. Eu sempre me divertia com aquilo, mas dessa vez queria que passasse rápido. Paola pegou sua folha e ficou esperando que a fila diminuísse. Quando viu que não faltava ninguém mais, levantou-se, encaminhando-se para a minha mesa.

            Ficamos frente a frente, ela olhou dentro dos meus olhos, parecia que ia me despir apenas com um olhar. Senti arrepiar-me da cabeça aos pés.

- Aqui, Sally. – ela disse pronunciando meu nome vagarosamente.

            Ela sempre me chamava pelo nome, como poderia saber que daquele jeito eu quase me abria inteira e mandava ela entrar dentro de mim? Se vão ficar de encrenca com o que eu falo ou penso, é melhor parar de ler aqui. E olha que eu ainda estou sendo bem leve...

- Obrigada. Quis ficar por último? – provoquei.

- Claro, assim tenho toda a sua atenção. – passou a língua nos lábios.

- Você não acha que é um pouco abusada não? – perguntei.

- E você não acha que é muito atirada?

            Por um momento fiquei sem palavras, de novo. Como ela conseguia? Seus lábios se converteram em um sorriso de triunfo, e eu me mordia de raiva. Como ela ousava? Eu tinha que mostrar para ela que quem mandava era eu.

- Você gosta de brincar, não é? Pois então, agora vai agüentar... Pode sentar-se.

            Ela sorriu novamente e voltou para a carteira. Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro, explicando a matéria que entraríamos dali para frente, os textos que eles teriam que redigir, coisas do gênero. Voltei para a minha mesa, que era quase encostada com a carteira onde Paola estava sentada, e me sentei em cima da mesa, cruzando as pernas. A sala toda prendeu a respiração, mas minha satisfação foi ouvir um suspiro vindo de Paola, enquanto seus olhos admiravam minhas pernas, do bico da bota até a coxa, onde a barra da saia dava asas à imaginação.

            A aula continuou normal, só não irei relatar passo a passo do que eu disse pois ficará chato e maçante. Acredito que vocês preferem que eu passe para as partes mais... Interessantes.

            Após o sinal, antes de ir ao meu encontro com a Helena como faço todos os dias, fui ao banheiro primeiro. Quando estou lavando as mãos, distraidamente, sinto uma mão em minha cintura. Olhei rapidamente para o espelho à minha frente e deparei-me com os olhos intensamente desejosos de Paola. Sua proximidade com o meu corpo me dava arrepios.

- O que... O que você quer? – tentei ser o mais impessoal possível.

- Eu quero você. – ela afastou meus cabelos com a mão, dando leves beijos em meu pescoço. Sério, não sei como eu conseguia me manter em pé.

- Ai meu Deus... – suspirei. Não conseguiria dizer mais nada na situação que eu estava. Qual? Ela mesma constatou... Passou os dedos pela minha perna, limpando o que,  dentre elas, tinha escorrido.

- Hoje fica só na vontade... – disse lambendo meu pescoço.

            Logo depois se afastou e saiu pela porta. A minha sorte é que o banheiro permaneceu vazio. Segurei-me na pia, ofegante, precisava de ar. Aquela garota estava me tirando do sério, como nenhuma outra jamais tirara. Minhas pernas ficavam bambas, meu coração disparava, meu apetite aumentava lado a lado com o líquido entre as minhas pernas. Sim, eu sei, inadmissível. Mas deixa eu curtir essa sensação de êxtase pelo menos por um pouco.

- O que houve com você? Eu acabei de cruzar com a Paola e... – Helena parou de falar ao me ver daquela maneira. A cara que fez... Eu sabia, ia começar a rir, eu tive vontade de dar uma na cara dela.

- Não diga uma palavra!

- Porque eu sempre chego atrasada hein? – e desatou a rir.

            De repente, eu não estava pensando mais naquela morena que parecia uma boneca risadinha, mas sim em uma garota dos olhos mais intensos que eu já vi. Da onde era? Quem era? Eu só sabia que era nova na escola... E de cara já virara totalmente meu mundo. Eu iria descobrir mais sobre ela. E seria naquele exato momento.

            Arrumei meus cabelos, passei água no rosto, dei um sorriso e me dirigi à porta.

- Aonde você vai? – estranhou Helena.

- Vou dar o troco. Ela procurou. Agora é para valer. – sorri antes de ir até o pátio. 

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