Cinco Loiras E Uma Sentença - 6



Capítulo 6 – Marina

Então, continuando, a história da Marina foi completamente diferente das que eu vivi com as outras mulheres. Por quê? Bem, por que com a Marina havia algum sentimento. Eu fiquei com as outras mulheres tentando tapar um buraco que havia ficado em meu coração depois de Alessandra. Buscava outros braços, outros beijos, outras mulheres para aliviar a mágoa e a dor de não ter a pessoa que eu amava para mim.

Com o tempo, descobri isso da maneira mais difícil, e acabei ficando deprimida, não queria sair para lugar nenhum, até que em uma noite de sábado minhas amigas conseguiram me levar para um bar. Estávamos sentados nos divertindo, mas eu estava muito quieta, na minha, amuada, até que a Marina surgiu.


Não poderia me esquecer daquele dia, ela sentou perto de mim e fazia brincadeiras, dava risada de tudo, até de suas próprias desgraças! Muito bem humorada, acabou me tirando do tédio e a única que me fizera sorrir naquele dia, aliás, em semanas.

Depois que passou um tempo, as conversas ficando menores e então ela começou a conversar comigo:

- E então, porque uma moça tão linda está tão amuada dessa maneira? – eu dei um sorriso e respondi:

- Ah umas coisas que aconteceram...

- O coração? – ela olhou diretamente em meus olhos e eu senti-me confiante em dizer:

- Sim, é sempre o coração.

- Se você não quiser falar, não tem problema...

Mas ela foi tão solícita, que eu acabei gostando de conversar com ela e contei por cima que não estava bem por causa de uma garota, mas não disse quem era nem dei detalhes, ela também não perguntou. Mas aquilo me fez sentir melhor. Acabei conversando com ela a noite toda e foi tão bom! Acho que não me sentia daquela maneira em meses...

Acabou que, aquela noite foi à única que eu consegui dormir bem em tanto tempo! Uns dias depois eu e Marina nos encontramos na rua e logo conseguimos o telefone uma da outra, ela começou a ficar em casa, éramos amigas.
O jeito dela era tão legal, amoroso, que me fazia esquecer a tristeza. E eu quase não pensava mais em Alessandra.


- Então você me usou como estepe? – perguntou Marina, com uma faísca de ódio no olhar.

- Claro que não! – eu respondi surpresa. Será que todo mundo só pensa mal de mim?

- Eu não enganei ninguém! Nunca disse que eu não amava a outra garota, nem que já a tinha esquecido! Nunca escondi de você o fato de eu amar ela como nunca amei ninguém, a única mulher da minha vida!

- É verdade... – respondeu Marina pensativa. Aproveitei a brecha e continuei:

- Eu estava começando a gostar de você, de verdade! Não estou contando que apesar das outras mulheres que entraram em minha vida, nenhuma delas me fez tão bem quanto você? Nenhuma delas ficou realmente.

- Também depois de mim... – Alessandra disse com um sorriso no rosto.

- Fica quieta na sua. – eu respondi nem olhando para ela. – A Marina foi a única, depois de você, que me deixou feliz, que fez meu coração pular de alegria.

- Jura? – eu podia jurar que vi um brilho nos olhos da Marina, mas logo desapareceu.

- Continua contando vai. – ainda bem que dessa vez não recebi tapa nenhum!


Até que um dia, enquanto eu estava em minha casa, conversando com a Marina, aconteceu o seguinte:

- Você nunca ficou com uma garota? – eu perguntei surpresa. Ela sorriu envergonhada e respondeu:

- Não. Eu não tenho preconceito, tenho até curiosidade, mas nunca beijei realmente uma garota.

- Nossa, eu não sabia disso! E tem vontade de beijar? – eu perguntei sorrindo, no começo, inocentemente.

- Sim, morro de vontade. – logo depois de dizer isso, ficou vermelha e abaixou a cabeça.

- O que foi? – eu perguntei levantando a cabeça dela. Sorri olhando amavelmente em seus olhos verdes. – Gostaria mesmo de experimentar?

Ela balançou a cabeça afirmativamente. Olhei bem dentro dos olhos dela e lentamente aproximei minha cabeça da dela, queria que fosse bem devagar, pois era a primeira vez que ela fazia aquilo. Fechei os olhos e encostei meus lábios nos dela, sussurrando:

- Se quiser parar, é só me dizer... – mas não veio resposta da parte dela, por isso, continuei.

Seus lábios abriram-se lentamente, e eu comecei beijando-a de vagar, encontrando a língua dela, explorando sua boca. O beijo começou lento e foi ficando mais intenso, acho que a experiência foi boa porque só nos soltamos quando demos conta que precisávamos de ar para respirar e não morrer.

- E ai o que achou? – perguntei afastando um pouquinho dela.

- Adorei! Você beija muito bem. – ela disse dando uma risadinha.

- Obrigada pelo elogio! Você também! – continuei olhando-a nos olhos e ela mordeu os lábios.

Aquilo foi tudo para mim! Meu desejo acendeu novamente em meu corpo e eu a beijei mais uma vez, mas dessa vez com mais intensidade. E ela correspondeu da mesma maneira.

Deitei-a no chão da sala e comecei vagarosamente beijando seu rosto, pescoço e barriga, queria que tudo fosse perfeito, seria a primeira vez dela. Não queria assustá-la nem nada do tipo. Queria que ela gostasse e que fosse bom para ela também.


- Jéssica! – parei de contar ao receber um grito nos ouvidos e um tapa na cabeça. Olhei confusa para a autora da agressão:

- O que foi agora Marina? Isso dói, sabia? – eu estava ficando cheia de ser agredida!

- Quando eu pedi para você contar a história, não precisava entrar nos mínimos detalhes! – foi então que eu percebi que ela estava vermelha de vergonha, enquanto as outras riam baixinho.

- Okay, me desculpa, não foi minha intenção.

- Nunca é sua intenção. – Fabiana disse baixinho, mas eu tinha ouvido.

- A conversa não chegou até aí. – respondi cheia de raiva.

- Mas então, continua! O que aconteceu? – perguntou Tati.

- Bom, depois disso eu descobri que Marina estava apaixonada por mim. Fui com calma no começo, pois não sentia o mesmo por ela, mas ela acabou me conquistando. Era tão carinhosa, amorosa, engraçada que fazia meu coração pular. Depois de uns meses, começamos a namorar. E eu já tinha esquecido todas, até hoje.

Marina olhou-me com um sorriso meio magoado e um olhar triste, mas o que eu poderia fazer? A culpa não era minha!

- E agora? – perguntou Francine, cansada de tudo aquilo. Eu também queria saber que fim ia dar essa história.

- Agora? – respondeu Marina, olhando-me com um olhar frio.

- Sim, e agora? – ia chamá-la de sargenta, já que ela realmente parecia uma, dando ordens, a líder das louras!

Só esse pensamento já me fazia rir! Mas estava tão machucada com tantas torturas e surras, e não pensem que estou exagerando, porque é verdade, que achei melhor ficar quieta.

- Já ouvimos tudo o que você disse seus argumentos e o seu lado da história. Agora, vem a sentença.

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