Garota Jolie - 12

          
          Tínhamos aula de sábado, por isso que eu a havia visto naquele dia de manhã. Coincidentemente ela também teve aula. Eu fiquei em casa, a tarde, sem saber o que fazer ou o que falar, estava super feliz! Parecia que tinha visto passarinho verde! Aliás, ela não era pássaro nem aqui nem na China, talvez um tigre, uma leoa, felina, feroz, cheia de sensualidade.

            Entrei no computador, como sempre faço, acho que esqueci de mencionar, mas não vivo sem a internet. Entrei no msn, como sempre também, e percebi que havia uma pessoa querendo me adicionar. Sem prestar muita atenção, como não conhecia o e-mail, logo aceitei e fui fazer minhas coisas nas redes sociais. De repente, subiu uma janelinha e abriu uma outra janela, dizendo assim:


- Priscila - :
Olá

            Meu coração foi a mil! Espera... Era realmente ela? Como que ela tinha o meu msn? Como ela tinha conseguido? Não fazia ideia, mas eu tinha que respondê-la, rápido! Com um sorriso de orelha a orelha, respondi:

.Sara.
Oie! Tudo bem? 

- Priscila -
Tudo sim e contigo?

.Sara.
Tudo também. E aí, o que tem feito?

- Priscila -
Trabalhando rs Estou usando a net pelo meu celular, agora no intervalo.

.Sara.
Epa! Alguém me disse que você não tinha celular... Acho que eu estou ficando doida...

- Priscila -
Ok, você me pegou. Eu menti. Imagina como deve ser difícil a vida de uma mulher qualquer, casada, que de repente se pega atraída por uma garota? O mais lógico é se afastar, tentar dizer não. Não se envolver.

.Sara.
Foi o que você fez... Até começar a se aproximar.

- Priscila -
Se quiser eu me afasto! Rs

.Sara.
Quero não! Rsrsrs está tão bom assim... Mas porque essa mudança de repente?

- Priscila -
Quer a verdade? Eu não consegui me controlar. Toda essa aventura, o proibido, é tudo tão... Gostoso... rs sei lá, se quiser pular fora... sabe os riscos que corre com uma mulher casada como eu. Eu sei, é uma fria.

.Sara.
Hahah que é fria isso é verdade! Mas depois de tudo o que você demonstrou, acha que eu seria doida de te dispensar?

- Priscila -
Se você for esperta, vai me dispensar rs

.Sara.
Vixe então ferrou! Hahahah



- Priscila -
Bem eu tenho que ir, voltar ao trabalho. Passa amanhã aqui na loja, na hora do almoço. Tenho uma hora, a gente pode comer na praça de alimentação e ficar conversando.

.Sara.
Tudo bem, combinado! Bom trabalho ;)

- Priscila -
E um bom dia para você ;*

            Vi ela ficar off no msn e meu coração estava quase na boca. Sabe, eu era meio criança inconsequente em alguns pontos, e esse era um deles. Apesar de ter a cabeça no lugar, não fazer besteiras graves nem nada do tipo, mexer com mulher casada era realmente uma fria. Eu não fazia ideia de como era o marido dela. Só esperava não ser um brutamontes, homofóbico, chato e machista. Aí eu estaria assinando meu atestado de morte!

            Peguei o telefone correndo e contei tudo para Camila, que só ria de mim. Mas ao fim do meu relato, me disse bem séria, o que pensava da situação. Ela estaria ali sempre para me ajudar e aconselhar, mas era para eu tomar cuidado. Eu não conhecia Priscila direito, e me jogar de cabeça numa situação dessas era suicídio!

            Eu disse que tomaria cuidado, iria devagar. Mas quem segura alguém apaixonado? Ainda por isso, Priscila continuava me dando corda, na verdade a mesma corda para me enforcar, mas no momento eu só enxergava uma corda para eu subir e alcançá-la. Poesia forçada? Talvez, mas ainda assim era o que estava acontecendo.

            No outro dia, domingo, acordei mais cedo e me arrumei. Coloquei uma calça jeans, uma camiseta e prendi o cabelo em um rabo de cavalo. Disse que iria no shopping com as minhas amigas, o que não era de todo mentira, e peguei um ônibus rumo ao meu destino. Olhei no relógio do celular: 11:57, eu estava parada perto da loja, sentada em um banco próximo. Não demorou muito, visualizei Priscila, sorrindo para mim, de dentro da loja. Desapareceu por uma porta, e dali alguns minutos voltou com uma bolsa nas mãos.

- Achei que você não viria... – sorriu, ao me dar um beijo no rosto.

- Mas é claro que eu viria! Deixar passar uma oportunidade dessas é loucura! Se eu não viesse, poderiam me internar!

            Ela começou a rir, e andamos até a praça de alimentação, que não era longe. Sentamos em uma das mesas e quando ela sentou, meus olhos automaticamente pararam em suas coxas grossas. Ela deu uma risada, dizendo:

- Caramba, como tem uma fascinação pelas minhas pernas! – corei, e retruquei:

- Não só pelas pernas...

- Pelo que mais? – mostrou-se interessada e eu fiquei sem graça.

- Nada...

- Fala vai... Eu sei que você não é santa e adoro o jeito como me quer. Sim, você se denuncia quando me olha. – mordeu o lábio e eu me prendi naquele gesto.

- Eu... Ai céus, você ainda me mata!

- Vêm, vamos comer alguma coisa. – levantou-se, indo para um dos quiosques de comida.

- O que eu queria comer está bem na minha frente... - falei bem baixinho, para que ela não ouvisse.

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