Cinco Loiras E Uma Sentença - 4


Capítulo 4 – Fabiana

Um dia desses, minha amiga resolveu ir ao outro shopping da cidade, eu não estava muito á fim de ir, mas ela insistiu tanto que resolvi fazer logo a vontade dela. Priscila me buscou em casa e nós fomos ao shopping, andamos em umas lojas de bijuterias, sapatos, bolsas, e então, entramos numa loja de roupas famosa do shopping.

 Ela começou a olhar os celulares que tinha em um quiosque no meio da loja, cada lado do quiosque era de uma operadora. Eu parei ao lado dela e começamos a olhar os celulares, quando uma moça veio nos atender.

- Boa tarde, gostariam de ver um celular em especial? – meus olhos instintivamente prenderam-se naquela voz de anjo.


Era uma moça loira, nem muito magra nem muito gorda, mas com os olhos lindos, castanhos e com sombras rosa nas pálpebras. Uma boca cheia que se abria em um largo sorriso e uma enorme simpatia.

- Eu gostaria de ver esse aqui. – apontou Priscila, mostrando um celular rosa de última geração.

A atendente pegou o celular que ela queria e começou a mostrar-lhe as vantagens do aparelho, enquanto eu só conseguia sorrir para ela. Fui pega desprevenida e não conseguia parar de olhá-la, analisei tudo! Os olhos, a boca, o cabelo comprido preso em um rabo-de-cavalo e até as unhas feitas, pintadas de um marrom avermelhado.

- Gostei desse, o que você acha Jessy? – perguntou minha amiga. Eu olhei para o aparelho dizendo:

- Muito bonito, mas eu sinceramente preferia de outra cor. Quem sabe roxo vermelho ou preto. – eu disse sorrindo.

- Ah sim, nós temos de outras cores também, se você quiser ver. – e ao dizer isso deu um sorriso para mim, quase derreti ali, virando poçinha.

Ela pegou um celular roxo e entregou em minhas mãos. Eu olhei bem para ele e agradeci, não poderia comprar outro celular por enquanto, além do mais estava contente com o meu.

- Não sei se vou levar esse... Tenho que ver se vou ter o dinheiro aqui. – disse minha amiga, pegando a bolsa.

- Não tem problema, aceitamos cartão também. Olha, qualquer coisa meu nome é Fabiana. – ela disse estendendo a mão. Nós apertamos e minha amiga disse:

- Eu sou a Priscila e essa é a Jéssica. – sorrimos e então minha amiga ficou andando pela loja olhando as roupas enquanto decidia-se. Por fim, resolveu levar o celular, voltamos até o quiosque e fomos falar com a Fabiana.

- Vou levar o celular mesmo. 

- Ah que bom! Vou pegar. – ela pegou o celular e começou a fazer as etapas da compra. – Em cartão ou dinheiro?

- Cartão. – respondeu minha amiga.

Começou a fazer a compra, minha amiga escolheu o chip que iria colocar no celular, e precisaria ativar o número, o que Fabiana prontamente se disponibilizou para fazer.

- Para fazer o cadastro é só ligar para um número qualquer, vou ligar pro meu celular e vai cair para falar com a moça do cadastro.

E assim ela fez, discou o número do próprio celular e começou a fazer o cadastro, pegando os dados de Priscila. Ao acabar, deu o celular a minha amiga dizendo que estava tudo pronto. Já íamos embora e fomos nos despedir, abracei-a e ela me disse:

- Foi um prazer atendê-las! Qualquer coisa que precisar é só chamar!

- Muito obrigada, outro dia a gente volta. – Priscila disse.

- Estarei esperando! – eu sorri para ela.

Minha amiga e eu saímos da loja, eu estava andando em nuvens, Fabiana era tão linda! E, além disso, muito simpática, diferentemente de Francine.

- Eu quase escorreguei lá na loja. – Priscila comentou sorrindo de canto. Eu na hora não entendi e na maior inocência perguntei:

- Por quê?

- Porque você babou tanto na Fabiana que estava escorregadio o chão. – aí sim ela caiu na gargalhada.

- Há há há! Engraçadinha. Mas ela é realmente linda! – dei um tapinha no ombro da minha amiga e continuamos nas compras.

Passamos o dia no shopping e depois fomos para a casa dela, iria fazer um jantar pra gente, quando se lembrou do celular, esquecera de perguntar quanto tempo era a primeira recarga.

- O número do celular dela ficou gravado no celular, liga para ela e pergunta? – disse Priscila, com vergonha e também porque queria que eu falasse com a Fabiana.

- Okay. – peguei o meu celular e disquei o número dela. Esperei alguns segundos e logo o celular foi atendido.

- Alô?

- Oi, é a Fabiana? – eu perguntei sorrindo.

- Sim, é ela. Quem está falando?

- É a Jessica, lá da loja, minha amiga comprou um celular hoje com você.

- Ah sim, lembro de vocês!

- Então, ela queria saber de quanto tempo é a recarga. – eu disse sorrindo.

- Ah a primeira recarga é de quatro horas. – ela respondeu e eu agradeci, ainda sorrindo, tinha que dizer alguma coisa antes que ela desligasse...

- Então, além disso, eu gostaria de saber, bem... Eu vou ao cinema com a Priscila nesse fim de semana, gostaria de saber se não quer ir também.

- Eu... Ahn... – ela hesitou um pouco do outro lado, mas acabou concordando.

Combinamos de ir no sábado e nos encontraríamos em frente ao cinema, já que ela trabalhava no shopping. Passei o resto da semana ansiosa, queria muito conversar com Fabiana, tinha adorado-a, era muito simpática e realmente linda.

Chegado o fim de semana nos encontramos em frente ao cinema, Fabiana estava linda, calça jeans, bota de cano alto, uma blusa vermelha e o cabelo solto, enquanto eu estava de vestido florido e Priscila com uma calça jeans e uma bata azul.

Conversamos um pouco e Priscila disse que ia comprar uma pipoca e refrigerante para ela, mas como o filme estava quase começando, pediu que eu e Fabiana fôssemos à frente para arranjar os lugares. Fomos entrando na sala enquanto conversávamos, sentamos lá em cima na última fileira e guardamos um lugar ao meu lado, para Priscila.

As propagandas começaram e meu braço estava no apoio da cadeira, o braço de Fabiana pousou em cima do meu, e sua mão tocou a minha, os dedos se tocando. Eu sorri, continuando a olhar para a tela do cinema. Ficamos assim, só nos acariciando por um tempo, logo Priscila chegou e sentou-se ao meu lado, ela olhou para mim e sussurrou em meu ouvido:

- Você não vale nada Jéssica.

- Mas eu não fiz nada. – eu disse inocentemente com um sorriso nos lábios.

O filme começou e ficamos assistindo, até que eu encostei minha cabeça nos ombros de Fabiana, que nada disse, mas colocou a mão sobre minha perna. Comecei a beijar seu pescoço, dando leves mordidinhas e pequenas lambidas ali, sentindo-a estremecer com esses toques.

Mas acabei descobrindo que ela não era nada santinha como eu pensava, pois sua mão foi escorregando para o lado interno da minha coxa.


- Jéssica, será possível que você só pega mulher para transar? – interrompeu-me Marina, indignada com o que eu contava.

- Mas eu que fui abusada sexualmente! – eu disse levantando os braços, inocentemente.

- Epa, foi nada! Você é muito pior do que eu. – respondeu Fabiana tentando defender-se.

- Mas bem que você gostou que eu fosse pior. – respondi sorrindo e prontamente Fabiana ficou roxa de vergonha.

- Cala a boca! – recebi mais um tapa em meus ombros.

- Ai! Isso doeu! – eu disse massageando o local será possível que a Marina achava que eu era um saco de pancada?

- É para doer mesmo, ver se você se ajeita!

- Mas foi você que pediu que eu contasse a história toda! – eu disse inconformada. Marina bufou e voltou a acalmar-se.

- Posso continuar, sar... – parei a frase no meio ao ver o olhar de matar dela, acabei concertando a frase á tempo:

- Minha coisinha linda do meu coração? – eu sorri tentando convencê-la.

- Okay, okay, continua logo.


Então, continuando, a mão de Fabiana escorregou para dentro das minhas pernas, entrando por debaixo do meu vestido. Seus dedos começaram a trabalhar dentro de mim, me deixando ofegante, enquanto eu tentava controlar os gemidos. Em sua boca ela sustentava um sorriso de vitória.

Passei o filme todo sentindo meu corpo tremer de prazer, e no fim ela ainda teve a capacidade de me perguntar:

- Gostou do filme? – enquanto saíamos do cinema. Eu respondi segurando em sua cintura:

- Foi o melhor, gostaria de repetir... – eu disse beijando o seu pescoço.

Priscila que vinha atrás da gente soltou um sorrisinho, ela sabia como eu era.

Passado esse dia, eu e Fabiana começamos a sair sempre, íamos jantar ou almoçar, conversar e passar o tempo. Conversa era o que não faltava, mas com o tempo tudo foi caindo na mesmice, e a Fabiana começou a trabalhar demais, as coisas foram esfriando, e nos víamos com pouca freqüência. Eu ficava triste com o ocorrido, e passou um tempo que eu acabei...


- Me conhecendo. – disse Marina, interrompendo-me. Eu balancei afirmativamente com a cabeça.

- Ou seja, esse tempo todo enganou a gente ficando com todas simultaneamente. – disse Francine com cara de poucos amigos.

- Isso, está parecendo a Shane. Conhece a gente, enfeitiça, se lambuza e se diverte e depois nos deixa! – disse Tatiane indignada.

- Você não merece só esses cascudos que eu dou não, viu dona Jéssica? Merecia uma surra! – Marina me deu um tapa mais forte e eu gritei.

- Mas, mas, não foi assim que aconteceu! Não distorçam minhas palavras! E dá para parar de me bater?

Eu sabia que uma hora ou outra ia ser esquartejada por aquelas mulheres furiosas. Lembrete: nunca mais pegar loiras na minha vida.

- Você não presta Jéssica, brinca com o amor das pessoas. Não vale nada mesmo! Cachorra, safada, sem vergonha!

Marina dizia isso me dando tapas pelo corpo, enquanto eu tentava me defender das almofadadas que recebia das outras, segurando o lençol que me cobria com uma mão.

- Mas hey! Parem, parem! AGORA! – eu gritei levantando-me da cama.

Todas pararam prestando atenção em mim. Eu olhei para cada uma delas e então me dei conta, perguntei então:

- E como foi que vocês vieram parar aqui? – era muito estranho o fato de elas estarem ali todas na mesma hora, querendo me matar.

- Recebemos uma mensagem no celular dizendo que você nos enganou esse tempo todo, que nos trocou por uma mulher loura de cachos, que sempre nos corneou, e se não acreditávamos, era só virmos até esse endereço. – respondeu Fabiana olhando-me com raiva no olhar.

Foi então que entendi tudo. Olhei para o lado e vi um par de olhos marrons cruéis olhando para mim, encarando-me, enquanto a boca convertia-se em um sorriso de vitória, e a voz denotava sarcasmo:

- Gostou da minha pequena surpresinha, ‘amor’? – era Alessandra.

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