Eu queria voltar atrás, resgatar minhas dores,
Reabrir feridas com minhas próprias mãos,
Fazê-las sangrar, deixá-las expostas,
E rir e chorar da minha própria desgraça.
Busquei melodias que me faziam chorar,
Reli velhos textos amarelados pelo tempo,
Trouxe à memória conversas e monólogos,
Mas não há mais lágrimas em meus olhos secos.
Eu tentei gritar, mas nenhum som se fez presente,
Quis socar a parede, mas meu braço não se moveu.
Não há mais raiva para ser consumida, cuspida.
Finalmente virou fumaça, ilusão, loucura.
Não há mais vestígios de quem um dia eu fui,
Não há mais lembranças para serem lembradas,
Aqueles textos já não falam mais de mim, de nós.
As conversas se evaporaram, assim como as imagens.
Essa é minha dor agora, o que me arranca lágrimas.
Eu nunca existi pra você, nunca me conheceu, reconheceu.
Meu nome nunca morou na sua boca.
Você me rejeitou e me negou até que eu virasse cinzas.
Não há mais dor, sofrimento, sentimento, não há mais nada...
EU PRECISO SENTIR! EU QUERO SENTIR!
Caio sentada no chão, em desespero, inerte.
E você, não é mais meu fantasma, mas minha loucura.
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