Hey, minha pequena, somos só eu e você agora.
Não, não somos, eu sei. Você pode sair por aí e encontrar outras pessoas, se quiser. Mas se caso estiver a fim de um programa a dois nesse sábado à noite, passe em casa. Prometo render boas risadas ao som do filme mais dramático que tiver, porque não vou te deixar entristecer. Podemos comer pipoca, chocolate, tomar refrigerante e passar a noite acordadas conversando sobre a vida, o destino, ou sobre como eu ficaria bem entre suas pernas. Você pode não querer sair para encontrar alguém, mas poderia escolher ficar sozinha, entre pensamentos e punições, e por mais que eu queria ir atrás, irei te respeitar e deixar você ir. Mas se quiser ficar, eu estou aqui.
Hey, minha pequena, eu preciso ser sincera com você.
Senta aqui, do meu lado, está vendo essas estrelas no céu? Nunca fui muito fã delas... Nunca quis saber qual é a culpa que dizem que elas têm... Mas ultimamente tenho olhado para elas e pensado em você. Aliás, em todos os minutos eu estou pensando em você. E me surpreende como vou às lágrimas tão facilmente ultimamente, e como me dói quando diz que irá passar um dia ou dois longe de mim, sem podermos conversar. É como se faltasse um pedaço de mim, como se eu estivesse sozinha, eu fico esperando você aparecer para conversarmos. Sinto-me entediada, precisando da sua presença.
E sabe o que é mais irônico, minha pequena?
Você nem mesmo está aqui comigo. Todas as noites eu me deito na minha cama, agarrada ao bicho de pelúcia que me lembra você, distribuindo beijos e abraçando-o forte, como se eu pudesse sentir sua presença. Enquanto fecho os meus olhos para dormir, imagino cenários na minha mente de encontros possíveis com você. Quando fico carente, desespero-me querendo sentir o seu toque, pois me sinto segura nos seus braços. E por mais que não seja exatamente como eu quero, é mais do que eu jamais poderia sonhar. Eu estou feliz.
Mas sua ausência me dói, minha pequena.
Eu não sabia que ia ser tão difícil... Eu nunca senti tanto a falta de alguém, nunca quis estar desesperadamente com alguém como quero com você. Estou necessitada dos seus toques, seus beijos, seu cheiro, sua risada, seu olhar... O calor do seu corpo no meu. E o que me alegra e me dá esperanças, é que eu já experimentei tudo isso uma vez. Eu te vi, te senti em meus dedos, minhas mãos, minha boca... Respirei em sua pele. Não foi ilusão, foi real. E eu preciso de mais realidade injetada em minhas veias. Estou cansada de ser alimentada por ilusões. Eu sei que isso lhe dói, essa distância, esse estar-não-estar, e eu juro que não queria ser assim, não queria te fazer sofrer, se sentir carente por ter alguém por tanto tempo através de uma tela fria, mas...
Eu te amo, minha pequena.
É por isso que não consigo lhe deixar ir. Há tanto tempo quero lhe dizer isso... Mas não posso. Se eu me precipitar, vou lhe perder. Ando em corda bamba, em cima do muro, logo eu, sempre tão segura de mim mesma. Mas estou viciada na adrenalina de ser gostada, amada, libertada. E quando lhe digo que te verei outra vez e outra vez, não são meras promessas... Eu realmente quero estar lá e tentarei estar lá, com você, mais de uma ou duas vezes. Eu venho evitando dizer coisas profundas, porque eu tenho medo de estragar tudo. Mas se eu não me apronfudar nesse mar de incertezas, eu desapareço. Fugi do meu porto seguro, soltei a âncora que me prendia naquele barco que agora afunda, e pulei nesse terreno de areia movediça. Eu sei, posso afundar e morrer na praia. Mas pequena, eu preciso arriscar, e não me leva a mal, mas me deixa cuidar de você. Não serei o seu amor, serei sua amiga, mas me deixa ficar.
Porque, minha pequena, somos eu e você agora.
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