Oneshot - Let Her Go
Ship: Red Beauty
Songfic / Romance / Amizade / Yuri / Oneshot
N/A: Então, essa fic é oneshot, escrita para o aniversário Red Beauty! Não é uma das melhores, talvez, mas... Está fofinha, espero que gostem! E a fic é baseada na música "Let Her Go" da banda Passenger. Sugiro que escutem a música enquanto leem a história. Boa leitura!
N/A: Então, essa fic é oneshot, escrita para o aniversário Red Beauty! Não é uma das melhores, talvez, mas... Está fofinha, espero que gostem! E a fic é baseada na música "Let Her Go" da banda Passenger. Sugiro que escutem a música enquanto leem a história. Boa leitura!
A
lua já estava alta, e a noite estava tão calma naquele dia... Quase não tivera
movimento no restaurante, e muito menos na rua. Não havia nada para ver naquele
dia. Ruby estava parada atrás do balcão, descansando com os cotovelos em cima
da planície, e um copo de bebida a sua frente. Olhava desanimada para a janela,
para a porta, esperando que alguém entrasse para lhe fazer companhia. Naquele
dia em especial, estava mais desanimada ainda. Nada parecia dar certo em sua
vida... Talvez, essa fosse a sua verdadeira maldição. A solidão. Ruby aprendera
a lidar com a sua forma de loba. Aprendera a se controlar, e a aceitar que o
animal era parte de si. Há muito tempo, quando andava pelas florestas,
sentia-se culpada por ser tão selvagem daquela maneira. Mas sua mãe a ensinara
a conviver consigo mesma, e a ser ela mesma. Enquanto vivia na Floresta
Encantada, tudo era diferente. Ela era livre, e se sentia bem. Mas em
Storybrooke... Ruby sentia-se sozinha. Deslocada.
“Well
you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know you love her when you let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go
And you let her go”
Only know you love her when you let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go
And you let her go”
Vivendo com a sua avó, tendo que
tomar conta do restaurante, nunca tinha ninguém com quem conversar. Claro, Mary
Margaret era legal, mas sempre estava maravilhada com seus alunos e com seus
estudos. Sempre certinha e inteligente e doce... Sempre tão... Normal. Enquanto
ela vinha ao Granny’s com suas saias compridas e blusas bem comportadas, lá
estava Ruby com seus micro-shorts, sapatos de salto, blusas com a barriga de
fora e um batom vermelho vivo nos lábios. Ruby queria sair, divertir-se, mas a
professora nunca aceitava. Havia também aquela loira... Ashley... Mas parecia
que só estava preocupada consigo mesma, seu trabalho e o bebê que carregava.
Nem pensava em sair para beber alguma coisa ou jogar conversa fora. E os dias
passavam, enquanto a morena se resignava em passar seus dias cheirando a frituras
e a cerveja, reclusa da pousada para o restaurante, do restaurante para a
pousada.
Chegou a se perguntar por que
trabalhava no restaurante. Ficava tanto tempo sozinha, que sua mente nunca
parava de trabalhar. Tinha medo dos seus pensamentos. Vivia mais dentro da sua
cabeça do que no mundo real. Qual era o sentido em ficar ali, servindo mesas?
Ela não queria ficar presa... Queria... O que? Nem ela mesma sabia o que
queria. Só sabia que queria ser livre. Poder fazer outras coisas, conhecer
outras pessoas, outros lugares... Sua alma inquieta era o que a fazia acordar
todos os dias e levantar para mais um dia de trabalho. Então, tudo mudou, com a
chegada de Emma. A loira vinha da cidade grande, trazendo novidade, sabendo se
virar. Talvez fosse um pouco mais velha que a morena, mas a entendia. Trabalhar
com ela alguns dias na delegacia foi o ápice para a loba. Finalmente estava
fazendo algo diferente do que servir mesas, e apesar de não ser o serviço certo
para ela, sentia-se bem em fazer aquilo.
“Staring
at the bottom of your glass
Hoping one day you'll make a dream last
'Cuz dreams come slow and they go so fast
You see her when you close your eyes
Maybe one day you'll understand why
Everything you touch all it dies”
Hoping one day you'll make a dream last
'Cuz dreams come slow and they go so fast
You see her when you close your eyes
Maybe one day you'll understand why
Everything you touch all it dies”
Sentia-se mais conformada em fazer a
mesma coisa todos os dias, começou a aceitar melhor o seu destino, até que
alguma coisa mudou em sua rotina. Até aquele dia em que aquela moça cruzou a
porta do restaurante. Os cabelos castanhos descendo em anéis até os ombros, tão
ajeitados... Ruby nunca tinha visto aquela moça na cidade. Seria ela de fora? A
ansiedade começou a assolar a morena. Os olhos tão claros, tão curiosos...
Apareceu, aproximando-se do balcão, incerta, pedindo alguma coisa para tomar. Ruby
deu tantas opções, mas a moça parecia perdida, então a morena sugeriu algo que
ela própria gostava bastante. Pediu para que a moça se sentasse em uma das
mesas, que ela logo levaria o pedido. Com um sorriso no rosto, começou a
preparar a bebida. Queria se aproximar da moça, mas ainda sentia um pouco de
vergonha... Não era certo ficar importunando os clientes, sua avó sempre
dissera. Aproximou-se, com o copo em mãos. Colocou-o em frente da moça, que
logo tomou a bebida quase que toda de uma vez.
— Está com
sede... – a morena riu.
— Hum... Pode
me trazer mais um? – a moça deu de ombros, sorrindo sem jeito. O jeito como
falava era encantador, com um leve sotaque inglês.
Enquanto
Ruby ia buscar outro copo, imaginava se aquela moça seria da Inglaterra,
Londres talvez... Animou-se com aquilo, apenas com a leve visão daquelas
cidades, de outros lugares... Aproximou-se novamente da mesa, e quando colocou
o copo em frente à estranha, essa logo tomou tudo rapidamente uma vez mais.
Achou graça, e quando estava levando o terceiro copo, não aguentou, e disse,
sem conseguir se segurar:
— Tem certeza
que está bem? É o seu terceiro chá gelado...
— Sim, mas é
que é delicioso! Eu nunca tinha tomado esse tipo de chá antes...
— Você é nova
na cidade? Nunca te vi por aqui... – contrariando todos os ensinamentos da avó,
sentou-se de frente para a moça.
— Digamos que
sim... Fiquei presa durante muito tempo... – ela fez uma careta.
— Entendo...
Relacionamento difícil?
— Um pouco...
Digamos que eu preciso de uma mudança de vida. Entende?
— Claro! –
Ruby entendia, a ansiedade tomou conta dela.
— Não tenho um
lugar para viver ainda, nem emprego...
— Posso pedir
um lugar na pousada para você, tenho certeza que vovó não vai se incomodar... –
a morena repetia tanto em pensamento para que a moça aceitasse, que as palavras
estavam quase saindo da sua boca.
— Sério? Eu
iria adorar! – aquele sorriso pareceu iluminar o restaurante todo.
— E o que você
gosta de fazer?
— Humm... Eu
gosto muito de livros, amo ler. – os olhos claros brilharam.
— Que legal!
Bem tem a biblioteca... Está fechada há muito tempo... Você poderia reabri-la.
— Gostei,
poderia... Obrigada... Qual é mesmo seu nome? – ela sorriu.
— Ruby.
— Belle.
“But you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know you love her when you’ve let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go”
A partir daquele dia, tudo mudou na
vida de Ruby. Belle começou a frequentar o restaurante, passando horas
conversando com a morena, ficando muitas vezes até tarde, quando quase todos os
clientes já tinham ido embora. Conversavam sobre bobagens, suas histórias, seus
desejos, suas vontades, seus segredos... Ruby encontrou a amiga que tanto
faltava, mas o que não percebeu, é que a amizade começava a se transformar...
No começo, nem ela mesma entendera seus sentimentos confusos. Mas ficava
emburrada quando Mr. Gold aparecia do nada para chamar Belle, ou quando a castanha
dizia que tinha que ir embora por causa do namorado, ou até mesmo quando
sugeria que Ruby saísse com alguém. Ela dizia que não estava querendo namoros
no momento, mas não entendia o porquê da sua tão repentina irritação.
Somente em uma segunda-feira gelada,
quando ambas ficaram sozinhas no Granny’s até tarde, pois nenhuma delas
precisava fazer algo no outro dia, foi que Ruby finalmente se deu conta do que
acontecia. Um toque da mão de Belle acariciando seu rosto, suas bochechas
ficando mais vermelhas que o normal... Seu faro apurado sentindo o perfume doce
da castanha, e o coração acelerado no peito. E então, a decepção quando viu
Belle saindo de lá com Mr. Gold. Naquela noite, ao chegar em casa, deitou-se na
cama, chorando, tentando entender seus próprios sentimentos. Não estava
assustada com eles, mas sabia que Belle não era para ela, aliás, a moça já
tinha um namorado. Ruby tentou se afastar, tentou seguir com sua vida, mas não
conseguia... Belle era a calmaria no meio da sua tempestade. Sempre fora
afobada, ansiosa, agitada, e com sua maldição de lobo, muitas vezes se sentia
triste, infeliz ou fora de controle. Belle era calma, tranquila, fofa e
inteligente. Sempre a ajudava, ouvindo seus desabafos, fazendo-a rir, se
acalmar e ver o lado positivo da situação.
— Belle,
espera... – a castanha parou na porta do restaurante, dando alguns passos para
trás.
— Que foi,
Ruby? – ela perguntou, vendo o semblante nervoso da morena.
— Eu... Eu
queria... Te dizer uma coisa... – ela não sabia o que dera nela naquela noite,
para resolver se abrir assim. Mas sabia que precisava.
— Diga. –
aquele sorriso a desarmou, e ela estava quase gaguejando.
— Eu... Hum...
Bem... Não sei como falar...
— Não fique
nervosa, apenas diga... – sempre doce.
— Eu... Não
quero você vá.
— Como assim?
— Sentirei
muito a sua falta... – Ruby não sabia se olhava para o chão, para o balcão, ou
para aqueles olhos tão claros e calmos.
— Eu também,
mas não vou ficar muito tempo longe... Daqui uns dias estou de volta.
— Não é isso,
é que... Eu gosto de você. – sua voz quase sumindo.
— Também gosto
de ti, Ruby.
— Não... Eu
realmente gosto de você. – seus olhos finalmente se encontraram com os da
castanha.
— Ruby...
Eu... – então, ela finalmente entendeu. — Desculpe, mas... Eu... Eu estou com o
Rumple... – seu semblante estava entristecido.
— Eu sei...
Tudo bem, na verdade... Eu só... Precisava te dizer...
— Ruby... –
mas antes que ela pudesse falar algo, Rumple apareceu na porta, chamando sua
namorada.
“Staring at the ceiling in the dark
Same ol’ empty feeling in your heart
'Cuz love comes slow and it goes so fast
Well you see her when you fall asleep
But to never to touch and never to keep
'Cuz you loved her to much
And you dive too deep”
A castanha se despediu com tristeza
no olhar, sem dizer palavra. Ruby ficou ali, sentindo-se perdida, sozinha...
Naquela noite não conseguiu dormir direito. Belle ficou fora durante uma semana
inteira, talvez a pior semana para a morena. Não tinha mais vontade de fazer
nada, e novamente se trancou dentro de sua mente. Mas dessa vez, era diferente,
era pior. Dessa vez ela havia experimentado a doçura de Belle, o amor puro e
tranquilo pela castanha, e a vivacidade e a alegria de conviver com ela. Voltar
para si, depois de ter visitado o céu, era um inferno. Depois de mais um alguns
dias, passando pela biblioteca, viu que Belle estava lá. Seus olhos se encontraram,
mas o da bibliotecária logo voltou ao livro que lia. Sentiu-se muito mal. A
castanha deveria ter ficado noiva de Rumple, o que era o plano inicial...
Contrariando todos os seus
instintos, ao em vez de sair correndo e pedir que a castanha ficasse com ela,
resolveu calar-se. Afinal, era Rumple quem Belle amava, não era? Ele era o seu
príncipe, o seu namorado. Ela, Ruby, que havia interferido naquele
relacionamento. Deixou-a ir embora, deixou aquele amor para se desvanecer com o
tempo. Planejava sair da cidade, aventurar-se por aí, sozinha. Era o que ela
estava pensando naquela noite calma e de lua alta. Sozinha, tomando um chá
gelado, era nisso em que sua mente estava. Ela estava fadada àquela maldição.
Suspirou, e quando se preparava para colocar o copo na pia da cozinha e
finalmente ir embora, ouviu um barulho do lado de fora do estabelecimento.
Olhou para frente, e viu a porta abrir-se repentinamente, enquanto a castanha
surgia.
“Well you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know you love her when you’ve let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go
And you let her go”
— Belle, o que
você... – não conseguiu terminar a frase. A castanha se aproximou do balcão,
debruçando-se.
— Me vê um chá
gelado?
— Mas... Eu...
Ok. – Ruby deu de ombros. Era por isso que ela estava ali, para comemorar com
um chá gelado. Que irônico. Ela encheu um copo grande e colocou na frente da
castanha, que tomou um longo gole, só então falando novamente:
— Eu sabia que
isso ia me dar coragem para fazer o que eu tenho que fazer.
— E o que é? –
agora a morena estava intrigada.
— Isso. – ela
sorriu.
Belle puxou Ruby pelo colarinho da
camisa, aproximando-as e colando seus lábios nos da morena em um beijo
surpreendente e apaixonado. A loba quase caiu, totalmente surpresa. Quando se
afastaram, não havia palavras para perguntar o que se passava.
— Você...
Enlouqueceu?
— Uhum... –
ela riu. — Não consegui parar de pensar no que me disse, e bem... O que eu
sentia pelo Rumple foi há muito tempo... Não é o que eu sinto pelo Mr. Gold. E
bem... Posso contar um segredo?
— Claro... –
Ruby concordou ainda estupefata.
— Eu também gosto
de você. – ela disse, dando uma risadinha.
— Belle!! – os
olhos da morena brilharam, enquanto um sorriso se abria em seu rosto. — Isso é
mesmo verdade?
— E eu
mentiria pra você?
— Eu achei...
Que fosse me deixar...
— Eu nunca vou
te deixar, lobinha. – Belle a puxou para mais um beijo apaixonado.
Ruby sorriu, sentindo uma felicidade
imensa, uma corrente elétrica por todo o seu corpo, e o seu coração se aquecer.
Ela não estava sozinha, e realmente Belle estava com ela. Talvez Regina
estivesse mesmo certa... Toda maldição podia ser quebrada. E Belle quebrou a
dela.
“Ooooo
ooooo oooooo
And you let her go
Ooooooo ooooo ooooo
Well you let her go”
And you let her go
Ooooooo ooooo ooooo
Well you let her go”
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