Tick, Tack



Tick, tack, tick, tack, tick, tack,

Olhos grudados no relógio, esperando pelo ponteiro que nunca chega, esperando pela volta que nunca se completa.


tick, tack, tick, tack, tick,

Os pés batendo no chão, as mãos nervosamente segurando o celular, digitam rapidamente, e a mensagem breve não capta o seu desespero latente. O que houve?

tack, tick, tack, tick, tack.

Mais de cinco minutos, e nada de uma resposta. Os olhos pregados no visor do celular, só dali saindo para grudarem no ponteiro do relógio, que parecia andar pra trás.

tick, tack, tick, tack, tick

O coração quase na garganta, uma palpitação, o estômago dando piruetas e as borboletas corroendo-lhe por dentro. Tentava respirar, não conseguia. Os dedos a apertar as teclas rapidamenteça formaram um Me responde! na tela do pequeno celular.


tack, tick, tack, tick, tack, 

Dez minutos se passaram, ou seria dez horas? Já não enxergava o relógio, e o celular já mandara mais de mil mensagens. Andara de um lado para o outro, quase fazendo um buraco no chão, enquanto um buraco se abria dentro dela. A ansiedade e o nervosismo literalmente a corroíam por dentro.

tick, tack, tick, tack, tick,

Olhando para a tela em branco, sentindo-se tonta, ela foi caindo lentamente no esquecimento, sentindo seu corpo contraindo-se em espasmos de desespero. E em sua lúcida loucura, ela ouviu o apito do celular, mas já não tinha forças para se levantar.


tack.

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