Luxúria: 3 - Mostrando Ao Que Veio



Capítulo 3 – Mostrando Ao Que Veio

            Carmen conseguiu ficar na primeira fileira, de frente para o palco, que agora estava iluminado. Sentia uma enorme excitação à sua volta, que começava a contagiá-la. O palco ficou iluminado, e logo todos começaram a assobiar, enquanto a música da incrível Lady Gaga tomava o ambiente. Seus olhos se prenderam à imagem extraordinária de Margaret surgindo, por detrás das cortinas. Seu corpo estava coberto por uma saia curta e rodada, de seda negra e transparente, e na parte de cima havia apenas um pedaço de pano de seda negro que cobria os bicos dos seios. Seus cabelos caiam pelos ombros nus, e uma maquiagem pesada cobria seu rosto.

            Junto com ela, apareceu um cara negro alto e forte, enquanto ela dançava em torno dele. Fazia gestos obscenos para a platéia, se contorcia, mostrava a língua, enquanto ouvia os aplausos frenéticos do pessoal. Em um dado momento, interagiu com o cara, dando-lhe um beijo apimentado, depois se virou de costas e se esfregou nele por cima da calça, enquanto ele a segurava pela cintura. Quando parecia que ele que levava a melhor, ela pegou uma espada que estava pendurada na cintura dele, afastando-se, fazendo a platéia ir ao delírio com a volta por cima. Com a lâmina voltada para o outro lado, passou a língua sensualmente na espada, fazendo com que os homens presentes expressassem sua frustração sexual.  

            O homem se distanciou, e uma nova dançarina entrou no palco. Loira, cabelos compridos. Totalmente nua, apenas com uma coleira negra no pescoço. Ela aproximou-se de Margaret, sentindo os olhares da platéia sobre si. Todos gritavam, como loucos, enquanto a protagonista tocava o corpo da moça despudoradamente, dançava no ritmo da música, se esfregando no corpo de penugem branca da moça. Carmen tinha os olhos grudados na cena, e sentia uma inveja daquela loira no palco, queria ela estar ali, sendo tocada pela mulher fatal. Quando percebeu, Margaret saia do palco por trás das cortinas, puxando a loira pela coleira. As luzes se apagaram e ouvi-se o som de aplausos frenéticos. Logo, outra mulher entrava para se apresentar no palco, ao som de Madonna.

            Automaticamente Carmen abriu caminho por entre a multidão, indo até o começo do corredor que dava para o backstage. Havia dois seguranças, dessa vez, dois homens de preto, um negro e um branco, fortões. Um olhou pro outro, e depois para ela. Um pouco insegura, a morena disse:

- Luxúria. – um olhou para o outro, com um sorriso malicioso no rosto.

            Deixaram-na passar. Ela andou pelo corredor comprido, olhando os nomes nas várias portas brancas de madeira, até que achou a porta com o nome de Margaret. Bateu na porta, e logo esta foi aberta pela garota linda que estava nua. Ela sorriu para Carmen, deu um beijo na bochecha dela e saiu para o seu próprio camarim. Carmen entrou, fechando a porta atrás de si. Era um cômodo pequeno, uma prateleira com um espelho grande por cima, maquiagens na bancada, uma cadeira. Uma cama grande, um guarda-roupa, várias prateleiras com acessórios, uma televisão e um rádio.

- Eu estava lhe esperando. – disse Margaret, saindo de uma porta que dava para o banheiro do seu camarim.

- Eu... Uau, você estava magnífica. – a morena sorriu.

- Obrigada. – a ruiva abaixou a cabeça levemente, e sentou-se na cadeira em frente ao espelho. – O que achou da apresentação?

- Diferente. – a ruiva sorriu ante ao comentário da morena, já esperava por isso.

- Hum, interessante... E o que esse diferente lhe fez sentir? – dessa vez, ao perguntar, olhou dentro dos olhos da outra.

            Precisava saber, fazer um pequeno teste. Carmen enrubesceu, sem saber o que dizer. Sentou-se na ponta da cama, mordendo o lábio inferior. Margaret tinha lá suas dúvidas quanto a sua nova convidada, não entendia se o que a movera até ali fora curiosidade pura, e que depois de se satisfazer, olharia para ela com cara de nojo e de superioridade, sério, Margaret odiava esse tipo. Ou se estaria interessada em algo a mais. Por isso, resolveu mostrar-lhe de uma vez no que se metera e esperar pelo pior, ou melhor, dependendo do ponto de vista.

- Não precisa ficar com vergonha. Uma mulher maravilhosa como você... – Margaret levantou-se, olhando diretamente nos olhos da morena.

- Obrigada... – Carmen sorriu timidamente.

- Eu sei que você ficou querendo mais depois da minha apresentação. Eu posso te dar o que você quer. – Margaret ligou o rádio, que tocava um CD que já estava lá dentro.

- Eu... Eu... – sem saber o que dizer, ela apenas observou.

            Margaret começou a se balançar de um lado para o outro, sem tirar o sorriso malicioso dos seus lábios vermelhos carmim. Aproximou-se, empurrando gentilmente o corpo de Carmen na cama, deitando-a. Sentou-se no seu colo, com um joelho de cada lado, levantando um pouco do vestido da outra.

- O que... Você... – Carmen tentou falar, mas não conseguiu segurar um grito de prazer ao sentir Margaret movimentando-se em seu corpo.

            A ruiva jogara a cabeça para trás e movimentava-se para frente e para trás, ao som da música, esfregando-se na morena. De olhos fechados, deixava que sua pele quente e macia friccionasse contra os pelos já arrepiados da outra. Começou a rebolar, aumentando o ritmo. Carmen fechou os olhos e gemeu, sentindo seus seios se enrijecerem tocando os da outra, mesmo por cima do tecido. Quando sentiu o corpo da outra começar a se contorcer, Margaret mudou de estratégia. Escorregou uma das coxas entre as coxas da morena, e começou a esfregá-la. Carmen sentiu seu corpo tremer novamente, precisava cada vez mais daquele contado. Impulsionava o quadril para frente e para trás, e conforme a perna de Margaret saia do lugar, Carmen movimentava-se para não interromper o contato.

            Seu corpo se convulsionou uma, duas, três vezes, enquanto ela gemia e gritava. Após gozar, seus olhos tentaram focar o rosto satisfeito de Margaret, ela continuava sorrindo. Deitou-se por cima da morena, sua mão desceu, passando pelo umbigo, sentindo a calcinha já encharcada da outra. Sabia que ela já estava toda sensível, então pressionou os dedos em seu clitóris, massageando em círculos e para frente e para trás. Carmen sentiu tremeliques pelo corpo todo, e começou a morder o ombro da sua anfitriã. Ouviu Margaret gemer involuntariamente. Logo, entrou em êxtase novamente e gozou de novo, dessa vez, Margaret retirou os dedos lambuzados e os levou a boca, sensualmente lambendo todo o líquido.

            Sentou-se, ainda em cima de Carmen, sem deixá-la fugir, e tentou procurar no olhar da outra o que provocara. Sinal de medo, repulsa, nojo, ou qualquer outro sentimento adverso. Surpreendeu-se ao ver apenas um desejo irrefreável para o qual ela abrira as portas.

- O que quer agora? Satisfeita?

- Eu... Meu Deus, você é mais magnífica do que aparenta! – um riso fino e histérico saiu da boca de Carmen, ainda extasiada com as novas sensações.

- Fico feliz que tenha aproveitado. – Margaret levantou-se, e como Carmen não fez menção de sair, ela continuou:

- Então, o que quer de mim?

- Que pergunta estranha. Você que me chamou para o seu camarim. – ela sorriu, mudando de posição, deitando-se de lado, para ver a ruiva.

- Vou ser direta. Não te trouxe aqui por amor a primeira vista, não sou a princesa que precisa de cuidados e quer ser resgatada. Precisava que visse, aliás, sentisse isso para entender. Há duas alternativas: ou você foge, ou fica.

- Entendi, gostei. Você é direta. Bem, eu demonstrei interesse desde o começo, certo? Se não se incomodar comigo, eu gostaria de ficar. – mordiscou o lábio inferior e deu uma piscadela.

- Na verdade, não me importo nem um pouco! – sua risada ressoou. – Menina, escuta uma coisa. Isso foi só uma amostra bem pequena do que acontece por aqui. Esse lugar não é um parque de diversão para crianças, mas para adultos.

- Já percebi o esquema. Sou maior de idade, não vou dar problemas. E sobre o que acontece por aqui... Bem, eu gostei no geral. Se algo me desagradar, eu vou embora.

            Margaret a observou. Parecia diferente daquela moça com quem esbarrara na rua, talvez fosse o lugar em que estavam, ou o que acabara de acontecer, mas ainda assim, podia enxergar algo selvagem no olhar de Carmen. Algo que estava, sempre estivera, adormecido dentro daquele corpo frágil e dócil de uma boneca, algo que ansiava por sair, e quando saísse... De repente, seus olhos verdes se encontraram com os de Carmen, e ela sentiu um arrepio bom pelo corpo. Estava certa, aquele era só o começo da diversão. 

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