Um Amor Além da Vida: 16 - Meu Mundo Cor De Rosa



Capítulo 16 – Meu Mundo Cor De Rosa

Eu acordei na manhã de sábado com a luz do sol batendo em meus olhos castanhos. Levantei-me sentando na cama e vi que Clarice não estava ao meu lado, continuei olhando para o lençol em desalinho e sorri ao me lembrar de tudo o que acontecera ali. Ouvi um barulho vindo da cozinha e logo depois vi Clarice chegar com uma bandeja nas mãos.

- Bom dia minha linda! – ela disse sorrindo.

Sentou-se na beirada da cama, colocando a bandeja em minhas pernas.

- Espero que goste do café da manhã.

- Bom dia amor. – eu sorri de volta.

Olhei para a bandeja. Havia algumas frutas, pão com manteiga, suco de maracujá e duas xícaras. O cheiro era inconfundível.

- Café? – eu perguntei torcendo o nariz. Ela riu da minha cara dizendo:

- Café pra mim, e chá para você, bobinha. – eu olhei na outra xícara, e realmente era chá.

Sorri de volta, ela realmente havia pensado em tudo! Começamos a comer enquanto conversávamos, era a primeira vez que tudo estava bem.  Ao acabar tudo o que havia na bandeja, a coloquei de lado. Percebi que ela não parava de me olhar, me admirar.

- Você é linda, sabia? – ela sorria bobamente.

- Obrigada. Você é que é maravilhosa, em todos os sentidos! – seu sorriso aumentou ainda mais.

Clarice debruçou-se por cima de mim e beijou meus lábios, mordendo o inferior, percebi que ainda estávamos sem roupa.

- Quer fazer o quê hoje? É sábado. – ela perguntou, enquanto continuava me beijando.

- Sei lá... Podíamos sair... Ir andar, o que você acha? – eu perguntava em meio aos carinhos dela que começavam a ficar cada vez mais atrevidos.

- Ótima idéia. – ela começou a beijar meu pescoço e suas mãos começaram a avançar...

- Hey! Desse jeito a gente não sai mais daqui! – eu disse rindo. Ela beijou-me uma vez mais:

- E quem disse que eu quero? – abracei-a, fazendo-a se deitar ao meu lado na cama, cobrindo-a de beijos e carinhos. Nada estava prometido, mas estávamos felizes.

Levantamos da cama e nos trocamos para sair. Eu peguei umas roupas emprestadas dela. Coloquei uma blusa azul clara com um shortinho jeans e tênis. Penteei meu cabelo deixando-o liso e solto. Ela colocou uma blusa preta, como sempre, uma calça comprida jeans e seus tênis all star. Colocou uma tiara nos cabelos negros, separando a franja vermelha.

Pegamos a moto e ela foi dirigindo, em meio aos carros nas ruas. O vento batia em meu rosto, e eu sorria, apertando mais a cintura dela, enquanto encostava minha cabeça em suas costas. Clarice parou a moto em uma praça, no centro da cidade. Como era sábado de manhã, ainda estava vazia, mas com um clima ótimo.

- Vamos ficar por aqui?

- Sim. – ela disse, descendo da moto.

Logo depois me deu a mão, me ajudando a descer. Era um local muito bonito, uma praça enorme com várias árvores grandes, folhas ao chão, eu lembro que devia ser outono. Começamos a andar de mãos dadas, o vento batia em nossos rostos, era uma manhã tão gostosa. Havia alguns bancos de madeira por ali, nós nos sentamos em um deles, ao lado de uma enorme árvore. Estava tudo tão quieto, não havia ninguém por ali, somente nós duas. Ela segurava minha mão na dela, acariciando-a, enquanto olhávamos o céu, as árvores... Distraídas.

- Sabia que quando você disse que me amava também, eu pensei que estava sonhando? – Clarice me disse, sorrindo.

- É, mas não está. Há um tempo eu descobri que também te amava, só nunca disse nada.

- Você fez minha vida ter sentido. Fez tudo ficar mais fácil. – ela disse, segurando minha mão e acariciando meus cabelos.

- E você fez minha vida cor de rosa. – eu disse rindo, sabia que ela não gostava muito dessa cor.

- Não podia ser qualquer outra cor? – ela disse sorrindo.

- Eu diria o que? Vermelho? Roxo? Preto?

- Preto seria engraçado! – ela disse rindo, continuei olhando-a enquanto sorria.

- Eu amo sua risada, sabia?

- E eu amo você inteira. – ela me respondeu, beijando meus lábios e mordiscando-os.

Ficamos algum tempo ali, sozinhas na praça, até ela me pedir:

- Hey, você canta para mim?

- Agora amor? Mas eu não tenho violão aqui... – eu dizia, mas ela balançou a cabeça dizendo:

- É. Agora! Canta para mim, por favor! – ela fez um biquinho irresistível, e eu cedi.

- Okay minha linda. – Clarice me puxou pela mão me fazendo levantar e sentou-se em baixo da árvore, me fazendo sentar ao seu lado. Depois, ficou entre minhas pernas, encostada em mim.

- O que você quer que eu cante?

- O que você quiser. – ela me respondeu, fechando os olhos e segurando minhas mãos, que estavam em volta da sua cintura.

Pensei um pouco e comecei a cantar, “Onde Quer Que Eu Vá”, do Paralamas do Sucesso. Minha voz saiu baixa e doce, enquanto eu sentia seu perfume delicioso me invadir. Estar ao seu lado me fazia feliz, me deixava feliz, me completava. Seu riso, seus pensamentos, sua inteligência, tudo fazia eu me apaixonar por ela a cada dia. Eu a amava demais, mas nunca tivera coragem de dizer alguma coisa.

- “Aonde quer que eu vá, levo você, no olhar”. – eu cantava para ela, quando de longe consegui ver uma pessoa.
- Ah não, até aqui? – era inacreditável! Clarice abriu os olhos e começou a rir:

- Você não consegue ficar sozinha!

Carla vinha andando com uma menina, uma amiga nossa chamada Rachel, elas me viram e vieram correndo até a gente.

- Amiga! Quer dizer que deu certo? Bom dia Clarice. – ela disse, toda sorrisos.

- Você me persegue? – eu disse, sem conseguir segurar um riso. Ela gargalhou abertamente, dizendo:

- Claro que não! Apenas sou indispensável na sua vida. Ah, Rachel, essa é Clarice, amiga nossa. – ainda bem que ela não disse nada além disso.

- Oie. – elas se cumprimentaram e Carla disse:

- Podemos sentar?

- Claro. – nós dissemos. Elas se sentaram ao nosso lado e começamos a conversar.

- Ah, hoje, lá na faculdade, vai ter mais um ensaio para a nossa peça daqui a alguns meses.

- É mesmo! Eu tinha esquecido! Que horas vai ser? – eu perguntei e Rachel respondeu:

- Hoje ás cinco horas da tarde.

- Não sei se vai dar...

- Eu te levo. Mas posso ficar para assistir? – Clarice me perguntou.

- Claro. – eu disse, sorrindo.

Ficamos um tempo conversando e como ficamos com fome, resolvemos ir até o McDonalds que tinha ali perto para comer alguma coisa. Pedimos lanches e refrigerantes, sentamos em uma das mesas e começamos a comer e conversar.

- Sabiam que a Pri não era nada santinha quando criança ne? Além de cair e tropeçar em todos os lugares!

- Sério? – Clarice perguntou rindo, e Rachel confirmou.

- Hey, da para calarem a boca? – eu disse rindo também. – Chega de falar de mim!

- Nem pensar! – Carla disse. – Você caia muito! Já caiu da árvore, na piscina, em tudo quanto é lugar! Teve uma vez...

Ah eu não agüentava mais Carla falar sobre antigamente, então eu disse:
- Cala a boca ou você vai ver!

- O que? Ai que medinha! – todas começaram a rir de mim e então eu peguei um pedaço do lanche e taquei nela.

- Ou isso! – e desandei a rir. Carla ficou com raiva, dizendo:

- Ah é? Você vai ver também! – ela começou a me tacar mais lanche e começamos a jogar comida umas nas outras, foi muito divertido. Até o pessoal das outras mesas começarem a reclamar. Saímos de lá e ficamos andando na praça mais um tempo, até Clarice dizer:

- Acho que esses momentos merecem uma foto! – todas concordaram e Rachel pegou a câmera que ela sempre tinha na bolsa.

Sentamos as quatro em um dos bancos e começamos a tirar foto de todos os tipos: de língua para fora, sorrindo, fazendo caretas e etc. Até a minha salvadora da Carla gritar:

- Hey! Clarice, Priscila, juntem as duas aí que quero tirar uma foto de vocês! – eu olhei para ela fuzilando-a, e ela apenas riu.

- Vamos, tira uma foto comigo. – ela olhou nos olhos e não tive como recusar.

Sentamos uma ao lado da outra e ficamos juntinhas, de mãos dadas para tirar a foto. Carla bateu a foto de nós duas juntas e, olhando ao redor e ver que Rachel estava prestando atenção em outra coisa, disse:

- Vai, uma foto agora super fofa das duas!

Clarice me olhou profundamente nos olhos e eu sorri, olhando para ela. Foi nessa hora que ela tirou a foto.

- AH! Ficou perfeita! – Carla veio saltitante em nossa direção e mostrou-nos a foto.

Clarice olhou para a foto e depois disse:

- Nossa, eu amo esse seu sorriso encantador!

- Mas eu só o tenho quando olho para você. – eu respondi.

Olhamo-nos carinhosamente, mas logo a Rachel voltou para conversar com a gente. Passamos mais um tempo na praça, até tivermos que voltar para eu poder me arrumar para o ensaio mais tarde. 

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