Capítulo 17
No outro dia eu cheguei à faculdade cedo e fiquei esperando-a, mas nada de ela aparecer. Entrei para a aula, mas quem disse que eu consegui prestar atenção? Nós duas sabíamos que aquilo tudo era muito mais do que simples atração e eu não queria continuar como a outra o tempo todo. Okay, que ser amante era extramemente sexy e perigosamente delicioso, o sexo era selvagem e... Quero dizer... Eu não queria ser amante para sempre e nem somente sexo. Queria mais, muito mais!
- Bom dia minha linda! – sorri, dando-lhe um beijo no rosto.
- Bom dia. – ela deu um meio sorriso amarelo.
- O que houve? Você está diferente... – sentei-me de frente para ela.
- Nada... Apenas... – baixou um pouco a cabeça, procurando as palavras, e enfim disse:
- Não podemos mais nos ver.
Aquilo me pegou de surpresa. Olhei-a, sem saber o que dizer ou o que fazer, mas então um pensamento me passou pela cabeça... Por que mesmo ela estava usando óculos? Estiquei o braço e tirei lentamente seus óculos escuros, revelando seus lindos olhos com hematomas roxos. Aquilo foi como um soco no estômago, senti toda a dor que tinha em seu sorriso amarelo.
- Ele... Priscila, ele não fez o que eu estou pensando que fez, não é? – eu disse, com um nó na garganta.
- Não. Eu apenas... Caí. – ela olhou para baixo, envergonhada.
- Não mente pra mim! – minha voz subiu um tom.
- Ele descobriu as mensagens no meu celular e ficou furioso por eu estar enganando ele, com uma mulher ainda por cima.
- Aquele filho da puta! – gritei, sem perceber.
As pessoas ao nosso redor nos olharam, eu abaixei a voz, ao dizer:
- Desculpa. Ele não tem o direito! Você tem que denunciá-lo!
- Não! – olhou-me assustada.
- Você não pode deixar isso do jeito como está.
- Eu sei. Por isso, vim para dizer para não falar mais comigo, não me procure mais, me esqueça, por favor. – dizendo isso, recolocou os óculos e levantou-se.
- Priscila, espere!
- Adeus. – e dando-me as costas, saiu andando.
Fiquei sentada, ainda pensando no que ela havia me dito. Era tão estranho, ver uma mulher forte e de aparência poderosa como a dela, sendo submetida àquele tirano filho da puta, sendo humilhada e apanhando... Senti uma enorme revolta crescendo dentro de mim. Ainda mais por ela não querer fazer nada! Ela tinha o direito de viver como quisesse e com quem quisesse, não é porque era eu! Com qualquer um! Mas eu não ia deixar que aquilo acabasse daquela maneira, não mesmo!
- O que aconteceu? – perguntou Camila, sentando-se ao meu lado.
Contei-lhe tudo e ela ficou com uma cara de espanto e medo enquanto eu relatava minhas últimas aventuras. Por fim, disse:
- Cuidado, Sara. Você não sabe do que esse Lucas é capaz. Apesar de se achar, você não é nenhuma heroína.
- Mas Cah, eu tenho que fazer alguma coisa! Não posso ficar aqui calada assistindo-a sofrer injustamente!
- Sara, o mundo é injusto e você não vai conseguir mudá-lo. É melhor ficar na sua antes que sobre feio para você.
- Okay, eu não vou fazer nada demais. Por enquanto... – levantei-me.
- Acho bom não fazer besteiras.
- Não irei. – dei um sorriso sapeca, já sabia quem procurar.
Naquele fim de tarde cheguei ao estúdio de tatuagem e fui direto à recepção, Lili olhou-me sorrindo. Cheguei perto do balcão, abri um sorriso e disse:
- E aí, sentiu saudades? – e dei uma risada.
- Você é muito atrevida, já lhe disseram isso?
- Várias vezes. Eu queria conversar. – ela me lançou um olhar cúmplice e disse:
- Daqui a uma hora saio do trabalho, se quiser esperar...
- Eu espero.
Fiquei rodando pelo centro da cidade, sim a pé, infelizmente, enquanto esperava. Dali um tempo, voltei para o estúdio e a loira estava pronta para ir. Graças a Deus ela tinha um carro! Eu que não ia ficar andando a pé por aí, sim nesse ponto sou fresca. Entramos no carro e ela me levou para um barzinho no sul da cidade, um lugar legal onde poderíamos conversar e comer alguma coisa. Sentamos e ela pediu alguma coisa para tomar, eu pedi um refrigerante mesmo.
- Bem, sobre o que quer conversar? – ela iniciou.
- Como se não soubesse... – sorri, levantando uma sobrancelha.
- Eu sei, quer saber sobre a minha história e a da Priscila, certo?
- Claro como água! – brinquei.
- Deixa eu ver se eu advinho. Lucas?
Fiquei assustada, e balancei a cabeça afirmativamente. Como ela poderia saber que ele era o meu problema? Aliás, problema da Priscila? Nesse angu tinha caroço, e eu ia descobrir o que era. Bem, eu sei, não sou a heróina de verdade, acho que não existe pessoa mais medrosa do que eu, mas ninguém precisava saber disso, ok?
- Como advinhou? – perguntei, com um frio na espinha.
- Porque ele também foi um problema quando eu me relacionei com ela, irei te contar desde o começo...
Fiquei toda ouvidos, mas alguma coisa me dizia que algo naquela história não iria me deixar feliz...
oiii...coloca a historia da >> GAROTA JOLIE <<
ResponderExcluirCAPITÚLO 18 por favor eu gostei da historia é bem legal...
obs:" tou esperando" OK.