Capítulo 16 – A Fugitiva
Sally sorriu, entrando na casa sem ser convidada. Deu uma olhada por todos os cantos, e finalmente encarou os olhos confusos de Lola.
- Nada demais. Percebi que estávamos sem nos falar a muito tempo, por isso decidi vir até aqui.
- Decidiu? – perguntou Lola, levantando uma sobrancelha. Fechou a porta e andou até perto do sofá, apoiando-se nele.
- Não! – gritou Lola, virando-se de costas. Andou até a janela aberta, do outro lado da sala e ficou de costas para Sally, continuando a falar:
- Não vou deixar que você tire a minha razão de novo. Não podemos! A audiência é amanhã, você nem deveria estar aqui!
A loira sorriu de canto. Andou vagarosamente até onde a morena estava postando-se atrás dela. Segurou em sua cintura e colou seu corpo no dela. Começou a movimentar-se de um lado para o outro, enquanto dizia:
- Ninguém me diz o que eu devo ou não fazer, onde eu devo ou não estar, entendeu? – passou a língua vagarosamente pelo pescoço da outra.
- Entendi. – sussurrou Lola, apoiando as mãos no parapeito da janela.
- Não dou a mínima para o que vai acontecer amanhã! Só quero saber do agora. De saciar essa minha vontade louca do seu corpo.
Afastou-se um pouco dela e tirou-lhe a blusa, com Lola ainda apoiada na janela. Olhou para as suas costas e passou as unhas vagarosamente, fazendo com que a morena gemesse. Virou-a de frente para si, sorrindo. Fez com que ela se sentasse no parapeito da janela. O vento frio arrepiava os bicos dos seios de Lola, que estava sem sutiã.
- Sua louca, alguém vai ver! – sussurrou.
- Foda-se! – sorriu, encostando a boca no seio esquerdo de Lola.
- Que vejam! – sugou lentamente.
Lola colocou as mãos na janela, uma de cada lado, tentando se segurar. Sally desabotoou a calça da morena, tirando-a logo em seguida. Aproveitou para tirar-lhe a calcinha. Um barulho fez com que os corações delas disparassem. A morena olhou assustada para fora, mas nada viu.
- Relaxa, não é nada. – a loira passou a língua pelos lábios.
Ajoelhou no chão e começou a beijar a parte interna das coxas de Lola, fazendo-a gemer baixo. Das pernas, chegou até o sexo já molhado. Vagarosamente começou a deliciar-se da outra, fazendo movimentos circulares com a língua. Quando sentiu que Lola começara a estremecer demais, parou, afastando-se.
Frustrada, Lola olhou-a confusa. Sally levantou-se e puxou a outra pela mão, levando-a pelo corredor até o quarto da outra. Estava certa do que iria fazer. Jogou a morena na cama, e sorriu de canto quando viu uma algema em cima da mesa, junto com o distintivo dela. A morena rapidamente entendeu o recado e disse:
- Não, nem pense nisso! – mas já era tarde demais.
Com as algemas na mão, Sally sussurrou em seu ouvido:
- Relaxa e aproveite. – prendeu o braço direito em um dos canos da cabeceira da cama.
Acabou de tirar todas as roupas de Lola e contemplou o corpo nu da outra. Tinha certo fascínio em seus olhos. Ajoelhada e apoiando nas mãos em cima da cama, lentamente, como se fosse um felino, andou um pouco, passando a língua pelo pescoço de Lola, seus seios, sua barriga, seu quadril.
A morena gemia, enquanto pedia para que a outra acabasse logo com aquilo. Beijou as partes internas das coxas da outra, depois se deitou entre elas, segurando o quadril da morena. Mergulhou em seu sexo, beijando-a, sugando-a, fazendo com que Lola se contorcesse, suas pernas se levantavam e dos seus lábios saiam palavras desconexas. Não podia sair daquela posição, e isso a excitava mais ainda.
Lola começou a gemer mais alto e a respirar com mais dificuldade. Seu corpo tremeu inteiro e ela descansou o corpo após chegar ao ápice. Sally deitou-se ao seu lado, ainda passando a mão por todo o seu corpo. Sorriu, deu um beijo apaixonado nos lábios da morena. Levantou-se e abriu a primeira gaveta da cômoda. Pegou a chave e abriu a algema, libertando-a.
- Você é doida, sabia? – disse Lola, com dificuldade.
- Sabia. E você gosta. – pulou na cama, deitando-se ao lado da morena.
Lola olhou diretamente nos olhos azuis, sorrindo. Amava aquela mulher mais do que tudo, nunca amara ninguém daquela maneira.
- Fica comigo para sempre? – perguntou Sally, abraçando-se a ela.
- Fico. Para sempre.
Dormiram abraçadas. Sally sabia o que tinha que fazer. Quando os primeiros raios de sol começaram a surgir, levantou-se e recolheu sua roupa do chão, colocando-a. Parou perto da cama, e sorriu ao ver Lola dormindo. Deu um beijo em seu rosto, sussurrando:
- Eu amo você. Não se esqueça disso. – saiu do quarto e foi embora.
Depois de um tempo procurando por Sally, Lola saiu do tribunal e ligou para Helena. Nem mesmo a melhor amiga sabia dela. Tinha sumido. Voltou para lá e o Juiz começara a falar:
- Então Jack, onde está sua cliente?
- Não sei, Excelência. Não conseguimos encontrá-la. – suspirou, cansado.
- Pois bem. A senhorita Sally tinha que comparecer hoje à esta audiência, como não o fez, está desacatando ordens, é uma fugitiva. Declaro uma ordem de prisão contra ela.
Lola olhou rapidamente para o seu comandante, sentado nos bancos. Sabia que ele designaria alguém para ir atrás dela. Correu de encontro à ele, enquanto Mariana gritava para que ela voltasse.
- Capitão, eu... – ele levantou a mão, interrompendo-a:
- Não. Você não vai. Você está fora do caso, sabe disso. Designarei Jaque e Mauro para irem atrás dela. – e saiu da sala, com o celular em mãos.
- Desculpe, mas não ficarei aqui sem fazer nada. – disse mais para si mesma, antes de sair pelos fundos do fórum.
- Lola volta aqui! – gritou Mariana, mas a outra já tinha sumido. Sabia que aquilo não acabaria em boa coisa.
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