N/A: Sejam felizes, meus queridos leitores! Finalmente voltei com mais história para vocês! Espero que ainda continuem lendo, gostando, divertindo-se e comentando!
Castle Walls
Parte 04
— Vem, vamos
lá para o quarto... – pedi, mordiscando-lhe o ombro, mas a ruiva parecia ter
outra coisa em mente.
— Tive uma
ideia... – ela sorriu abertamente, sentando-se. — Vem! – puxou-me pela mão,
fazendo-me levantar também.
— Aonde você
vai? – perguntei curiosa, enquanto a observava andar pela varanda, abrindo a
portinha da cerca.
— O mar deve
estar uma delícia! – ela sorriu, piscando para mim e descendo a escada para a
praia.
— Addie, está
louca? – segui-a.
Ela já estava colocando os pés
descalços na areia fofa. Havia bastante vento soprando naquele momento, fazendo
com que seus cabelos se esvoaçassem. Começou a tirar a blusa enquanto se
encaminhava para o mar. Ela era louca? Gritei que alguém poderia vê-la daquela
forma, ela deu de ombros e pediu que me juntasse a ela. Tirou a calça vermelha,
jogando-a na areia, ficando apenas de lingerie. Aproximou-se do mar, com os pés
tocando a água.
— Kate, venha!
– ela chamava, toda animada.
— E se alguém
nos ver? – perguntei, olhando para os lados, preocupada. — E se a polícia
pegar?
— Ué, você é
policial, não é? Vem me prender... – ela sorriu maliciosamente, e eu comecei a
rir.
Como é mesmo o ditado? Se não pode
com eles, junte-se a eles! Retirei minhas roupas, deixando-as no chão, andando
até onde Addison estava. Mas ela já tinha ido um pouco mais longe, adentrando
ao mar, e quanto mais perto eu chegava, mais para longe ela ia. A água estava
fria, e eu arrepiei inteira. Resolvi relaxar, e fui deixando que a água tomasse
meu corpo quente. Quando a água já batia em meu busto, a ruiva voltou para
perto de mim, agarrando-se ao meu pescoço, beijando-me os lábios
apaixonadamente. Meus braços envolveram sua cintura, enquanto meus lábios se
perdiam em seu pescoço e ombros, mordendo-a e beijando-a. Seus gemidos eram
música aos meus ouvidos. Uma das minhas mãos desceu entre as pernas delas, e
rapidamente meus dedos se introduziram em seu sexo. Suas unhas arranhavam minha
nuca e desciam pelas costas, enquanto eu aumentava o ritmo dos meus dedos
dentro dela. Ela mordeu o lóbulo da minha orelha, enquanto sussurrava em meu
ouvido.
Eu adorava dar prazer a ela,
descobrira que essa era uma sensação viciante. Ela pendeu a cabeça para trás,
enquanto eu beijava e mordiscava seu pescoço. Aumentei o ritmo dos meus dedos,
enquanto massageava o clitóris com o dedão. Seus gemidos ficaram mais altos, e
seu corpo começou a estremecer cada vez mais forte. Logo ela explodiu em um
orgasmo nos meus braços, suas pernas enfraquecendo, seu rosto contorcido em uma
expressão de prazer. Voltou-se para frente, agarrando-se ao meu corpo,
completamente satisfeita. Seus lábios procuraram os meus novamente, enquanto
ela sorria minimamente. Saímos do mar, e deitamos na areia, uma ao lado da
outra, olhando para o céu.
— Isso foi...
Incrível. – ela disse sem me olhar. — Eu literalmente vi estrelas... – eu não
aguentei e comecei a gargalhar.
— Sua boba!
— Mas é
verdade... E foi lindo. – seus olhos se desviaram para os meus. Olhei-a também,
perdendo-me naquela imensidão que me puxava para si. Estremeci, mais de medo do
que de frio.
— Addison,
eu... – um nó se formou em minha garganta, e eu não conseguia falar. Voltei a
encarar o céu. Estava muito escuro, quase negro, com alguns pontos brancos
iluminando aquela escuridão. — Eu estou feliz. E isso me assusta.
— Eu sei... –
respondeu, voltando a observar o céu também. — Também me assusta.
— Não sei como
isso pode continuar... Apesar de ser o que eu mais quero. Mas é como um sonho,
entende?
Lá estava eu novamente, fechando-me
dentro do meu castelo. Por mais sincera que eu estivesse sendo, por mais que eu
estivesse lhe falando sobre os meus sentimentos, eu estava me fechando, e não
me abrindo. Era meu instinto protetor, avisando-me que quando as coisas
chegavam tão rápido nesse estágio, eu tinha que me proteger, guardar-me de tudo
o que poderia me fazer mal. Eu era sozinha, sempre fora, e não podia deixar que
ninguém entrasse sem saber se essa pessoa não iria me machucar.
— Eu não vou
exigir de você mais do que você pode me dar.
— Obrigada.
— Aqui em LA,
agora, somos só eu e você, então eu quero viver o aqui e o agora, com você. E
eu sei que você já tinha uma vida antes de mim, não vou pedir por mais.
— Isso é
estranho... – eu comecei a rir, e ela me olhou confusa. Tratei de me explicar. —
As pessoas sempre dizem que as mulheres é que são complicadas de se lidar, e
você é a primeira com quem lido romanticamente, e até que não achei tão
complicado...
— É... – ela respondeu
com um sorriso, mas seus olhos estavam marejados.
— Addie... –
eu estava quase chorando também, não aguentava vê-la triste daquela forma.
Rolei para o lado dela, entrelaçando
minha perna entre as dela, puxando-a para um beijo intenso. De olhos fechados,
sussurrei contra seus lábios:
— Eu amo você.
– senti seu corpo estremecer. — Não posso prometer minha vida com você, mas
aqui... – mordisquei seu queixo. — Aqui somos só eu e você.
Antes que eu pudesse dizer mais
alguma coisa, ela me empurrou para trás, fazendo-me deitar na areia, e
sentou-se em cima de mim, com um joelho de cada lado do meu corpo, aproximando
os lábios dos meus e me beijando com intensidade. Seu corpo se movia em cima do
meu, fazendo nossos sexos se friccionarem, e eu comecei a sentir um imenso
prazer. Minhas unhas arranhavam suas coxas, enquanto ela me arranhava e beijava
o pescoço e os ombros. Quando percebi, ela já estava no comando da situação, e
eu relaxei, deixando-a que fizesse o que quisesse comigo. Eu estava cansada de
pensar naquela noite, cansada de ter o controle emocional da situação.
Olhei para o céu, e realmente, era
lindo. Enquanto eu sentia os espasmos de prazer, meu corpo inteiro
estremecendo, os lábios de Addison por todo o meu corpo, e aquela sensação boa
invadindo todo meu ser, eu olhava para o céu escuro, para os pontos luminosos
que pareciam brilhar ainda mais. Tudo parecia desaparecer naquele momento, não
entendia mais qual o propósito da vida. Era tudo e nada ao mesmo tempo.
Suspirei, completamente aliviada e relaxada, com um sorriso nos lábios. Eu
estava enlouquecendo.
Na manhã seguinte, acordei com
Addison me trazendo café da manhã. Informou-me que naquele dia poderia ir mais
tarde para a clínica, já que seu primeiro paciente era depois da hora do
almoço.
— Bom dia, Kate.
– ela estava linda, ainda de camisola de seda preta. Sentou-se ao meu lado, com
a bandeja em cima da cama.
— Bom dia
minha ruiva. – respondi, pegando a xícara de café da bandeja e tomando um gole.
Ficamos conversando durante a manhã
e eu nem percebi o tempo passar. Almoçamos na casa dela mesmo, e logo fomos
para a clínica. O clima estava diferente. Apesar de todos me tratarem da mesma
forma, percebi que estavam mais receptivos comigo, e que estavam mais à
vontade, assim como eu estava com eles. Addison passou parte do dia atendendo a
clientes, enquanto eu andava pela clínica, conversando com as pessoas. Entrei
na sala de Naomi, e ela me chamou para me sentar. Começamos a conversar, e ela
falava sobre as preocupações com a amiga.
— Kate, eu sei
bem que minha amiga já é crescida e sabe se cuidar. Mas eu queria saber...
— Quais são
minhas intenções com ela? – interrompi irônica.
— Por aí... –
ela sorriu. — Ela está apaixonada, e eu sei que você só está aqui de férias...
— Bem, nós
conversamos... Sim, estou só de passagem, logo tenho que voltar para Nova
Iorque. Eu queria ficar... Mas, não posso largar tudo o que eu tenho, meu
trabalho, para viver esse sonho...
— Eu entendo.
Só não quero que ela sofra.
— Eu também
não.
— Pois
então... Quando for, peço que não lhe dê esperanças, ok?
— Ok.
Levantei-me, despedindo-me dela e
procurando por Addison. Eu entendia bem o que Naomi queria dizer, e sabia que
ela estava certa. Eu não poderia dar esperanças de uma vida que não existiria
para Addison. Aquelas férias já estavam se estendendo demais. Conforme fui
avançando para o corredor, ouvi vozes alteradas vindas da sala de Addison.
Estranhei, e fui me aproximando. As vozes estavam cada vez mais claras.
— Eu já falei
que não é da sua conta! – a voz dela se sobressaiu.
— Ela não quer
nada sério com você, não percebe? É apenas um passatempo para ela! – uma voz
masculina apareceu.
— E você quer?
Faça-me o favor, Peter! Me deixa em paz.
— Eu só não
quero que você sofra Addison, por alguém que não vale a pena. Você está
deslumbrada por essa mulher!
— Eu não me
meto nos seus casos, então não se meta nos meus! E se eu estiver? É um problema
meu.
— Addison,
ponha juízo nessa sua cabeça!
— Por que você
se importa tanto?
— Porque eu
amo você!
Nesse momento eu tinha acabado de
chegar à porta da sala dela. A última frase viera de Peter, de pé no meio da
sala, de frente para Addison, os dois completamente presos na discussão e nem
me viram chegar. Ao ouvir a confissão, fiquei paralisada, e por um milésimo de
segundo, meu peito doeu. A ruiva tinha um sorriso triste nos lábios, e
suspirou, ao responder:
— Mas eu não
amo você. – e seus olhos passaram de Peter para mim, adotando uma doçura ao
parar em mim.
Ele logo se virou, surpreendendo-se
comigo na porta, finalmente percebendo que atrás de mim, e pelo vidro, várias
pessoas observavam a grande briga. Ele fechou a cara, sem responder, e passou
por mim rapidamente, sem nem me olhar. Através do vidro, pude ver o rosto de
Naomi, e ela me olhava séria, apesar de nada dizer. Eu sabia o que aquele olhar
queria dizer, principalmente ao olhar novamente para Addison. Seu rosto
brilhava, ainda mais com o sorriso que se abriu em seus lábios vermelhos,
enquanto ela me observava. Eu não queria machucá-la, não queria criar
expectativas onde não havia. Realmente, meu tempo ali se esgotara, e eu já
sabia fazia tempo. Addison aproximou-se de mim, segurando em minha cintura e
encostando os lábios nos meus. Abracei-a, querendo prolongar aquele minuto para
sempre.
— Addie... –
eu sussurrei.
— Eu sei... –
ela sussurrou de volta. E aquilo também doeu.
Durante o resto do dia permanecemos
quietas, sabendo do fim inevitável que se aproximava cada vez mais. Quando
acabou o expediente, partimos para a casa de Addison novamente. Enquanto eu
arrumava minhas malas, ela estava deitada na cama, observando-me. Olhei em
volta, e pensei que aquilo poderia ser minha vida. Ela tinha uma vida estável:
carreira, um lugar para morar, amigos... Tudo estava certo. Mas eu sabia que não
passava de um sonho, eu não merecia tudo aquilo. Quando estava tudo pronto,
aproximei-me da cama, inclinando-me e beijando-a.
— Você volta?
— Não posso
prometer...
— Quem sabe um
dia. – ela completou por mim.
Ela me levou ao aeroporto, e ficamos
por lá durante uma meia hora. Quando o momento chegou, da despedida, ela me
abraçou forte. Havia lágrimas em seus olhos, e eu não queria ir embora.
Sussurrei que a amava uma vez mais, e ela repetiu minhas palavras. Quando nos
soltamos, peguei minha mala e comecei a me afastar dela, sem olhar para trás. Enquanto
o avião decolava, olhei para a cidade e comecei a sorrir. Cidade dos Anjos. Realmente, agora eu entendia o sentido do nome.
Eu estivera no céu durante alguns dias, mas como todo mortal, eu tinha que
voltar para a terra, e deixar meu anjo repousando em sua divindade. Aqueles
dias em LA tinham mudado completamente a minha vida, tinham me mudado
completamente. Eu estava mais leve, mais feliz, mas ao mesmo tempo, mais
confusa. Fiquei relembrando os nossos momentos até adormecer.
Nova Iorque. Cidade de concreto.
Aqui estava eu novamente. De volta ao meu apartamento, de volta a minha cidade,
de volta ao meu trabalho. Cheguei de manhã e logo parti para o escritório.
Estava tudo como eu havia deixado, ou quase.
— Bom dia
Beckett! – ouvia a voz de Ryan, que acabara de aparecer.
— Yo Beckett,
que bom que está de volta. – Esposito apareceu logo atrás dele.
— Olá meninos,
também estou feliz de estar de volta. – eu sorri.
Sentei-me à minha mesa, que estava
lotada de papelada. Era bom estar de volta, poder finalmente voltar a trabalhar
depois de bastante tempo. Comecei a conferir os relatórios e arrumar a minha
mesa, e não percebi quando alguém se aproximou. Era a única coisa para a qual
eu evitara ao máximo ter que voltar.
— Teve boas
férias em Los Angeles, Beckett? – aquela voz...
— Bom dia pra
você também, Castle. – sorri minimamente, com os sentimentos conflitantes em
meu peito.
Ele estava parado em pé perto de
mim. Estava mais bonito, mais moreno. E continuava tão charmoso como sempre
fora. Puxou a cadeira que estava ao lado e sentou-se de frente para mim, ao
lado da mesa.
— Rejeitou
minha oferta para Hamptons, mas foi para LA sozinha? – o tom irônico em sua voz
me fez parar. Agora eu entendia.
— Não fui
sozinha... Eu fui ver uma... Amiga. – sorri, engolindo em seco.
— Uhum, sei...
De qualquer forma, fico feliz que esteja de volta.
— Eu também,
Castle, eu também. – suspirei.
— Você está
diferente... – ele me observava atentamente, e aquilo começou a me incomodar. —
Mais... Não sei... Radiante... – ele tinha um sorriso nos lábios, e eu estava
alerta.
— Bobagem.
Deve ser o sol e o mar... – e quando eu disse isso, foi inevitável não me lembrar
de Addison e eu dentro do mar, naquela noite estrelada. Engoli em seco,
tropeçando nas palavras. — É...
— Beckett,
você está bem? – ele se inclinou, analisando-me.
— Claro que
estou bem. Acho que esse tempo todo com sua ex te deixou mais maluco do que já
é. – respondi de bom humor, levantando-me e aumentando o espaço entre nós. Ele
estava me deixando paranoica.
— Beckett, o
capitão acabou de nos passar mais um homicídio. Um cara morto num assalto, a
facadas, encontrado em cima de uma árvore.
— E voltamos
ao trabalho! – sorri, finalmente aliviada de poder me livrar sobre as perguntas
pessoais. — Vamos? – perguntei, segurando o arquivo e olhando para o Castle,
com um sorriso no rosto.
— Nada melhor
do que um corpo para animar o meu dia. – ele suspirou, e eu comecei a rir.
Levantou-se e me acompanhou até o elevador. De repente, tudo estava de volta.
Ter Castle novamente perto de mim estava mexendo com meus sentidos. Eu estava
mais confusa ainda. E agora, estando perto dele, eu não conseguia parar de
pensar em o que Addison estava fazendo em Los Angeles. Eu realmente estava
considerando ir em algum analista antes que pirasse de vez.
Nossa, mal posso esperar pelo próximo capitulo...
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