Sentada na degrau da porta, assisto ao movimento rareado de fim de noite. Com o cigarro entre os dedos, soprando a fumaça em frente aos olhos que vagam, penso sobre minha vida. A brisa da noite chuvosa me embala, fazendo-me sorrir de saudades do que nunca tive. Eu deveria estar fazendo tanta coisa da minha vida... E acabei não fazendo nada. Nos finais de semana, viro garrafas de tequila nos lábios sedentos, danço até o dia amanhecer, cercada por pessoas tão bêbadas que não conseguem ficar de pé. Era para ser uma noite divertida, cercada de amigos, na qual eu pudesse relaxar, mas somente sinto pena da minha existência quando, mais uma vez, constato falta de inteligência humana nesses lugares escuros e sombrios. Gostaria de passar alguns dias em uma praia deserta, mas não curto ficar vermelha como camarão, muito menos empanada como frango, então me mantenho longe de praias e afins. Às vezes, raramente, penso que seria bom poder sentar-me embaixo de uma árvore, ouvindo os pássaros e o barulho do rio... Mas tenho intolerância a insetos e a qualquer tipo de mato. Gostaria de passar mais tempo do que já passo lendo, mas divido meu tempo entre os livros, noitadas, trabalho e internet. Seria bom encontrar um amor que estivesse perto de mim, a um telefonema e uma quadra de distância, mas todas as pessoas por quem meu coração bate vivem a quilômetros daqui. Sabe, seria bom ficar observando as estrelas e esquecer do mundo, mas a agitação me consome. São tantas coisas que eu deveria estar fazendo, mas não faço... E ao mesmo tempo que penso que deveria viver uma vida mais saudável, resolvo deixar para outra hora, outra pessoa, outra vida. Pego mais um cigarro, deito-me na calçada e ali fico, até que alguma moça apareça para saber se ainda respiro ou se já cheiro a gente morta. Quem sabe se assim, consigo modificar um pouco meus hábitos noturnos? Se bem que eu não deveria mudar por alguém, mas por mim mesma... Bem, que seja, a fumaça já se dissipou, o cigarro já acabou, e ninguém apareceu.
Hábitos
Sentada na degrau da porta, assisto ao movimento rareado de fim de noite. Com o cigarro entre os dedos, soprando a fumaça em frente aos olhos que vagam, penso sobre minha vida. A brisa da noite chuvosa me embala, fazendo-me sorrir de saudades do que nunca tive. Eu deveria estar fazendo tanta coisa da minha vida... E acabei não fazendo nada. Nos finais de semana, viro garrafas de tequila nos lábios sedentos, danço até o dia amanhecer, cercada por pessoas tão bêbadas que não conseguem ficar de pé. Era para ser uma noite divertida, cercada de amigos, na qual eu pudesse relaxar, mas somente sinto pena da minha existência quando, mais uma vez, constato falta de inteligência humana nesses lugares escuros e sombrios. Gostaria de passar alguns dias em uma praia deserta, mas não curto ficar vermelha como camarão, muito menos empanada como frango, então me mantenho longe de praias e afins. Às vezes, raramente, penso que seria bom poder sentar-me embaixo de uma árvore, ouvindo os pássaros e o barulho do rio... Mas tenho intolerância a insetos e a qualquer tipo de mato. Gostaria de passar mais tempo do que já passo lendo, mas divido meu tempo entre os livros, noitadas, trabalho e internet. Seria bom encontrar um amor que estivesse perto de mim, a um telefonema e uma quadra de distância, mas todas as pessoas por quem meu coração bate vivem a quilômetros daqui. Sabe, seria bom ficar observando as estrelas e esquecer do mundo, mas a agitação me consome. São tantas coisas que eu deveria estar fazendo, mas não faço... E ao mesmo tempo que penso que deveria viver uma vida mais saudável, resolvo deixar para outra hora, outra pessoa, outra vida. Pego mais um cigarro, deito-me na calçada e ali fico, até que alguma moça apareça para saber se ainda respiro ou se já cheiro a gente morta. Quem sabe se assim, consigo modificar um pouco meus hábitos noturnos? Se bem que eu não deveria mudar por alguém, mas por mim mesma... Bem, que seja, a fumaça já se dissipou, o cigarro já acabou, e ninguém apareceu.
Contado por
Laris Neal
Marcadores:
crônicas ensaiadas
Laaaaaaaris! Amei o pequeno texto...ao mesmo tempo tão curto, mas tão cheio de verdades; Quantas vezes não nos pegamos colocando "se" em nossas vidas, não colocamos desculpas, deixamos para o amanhã. As palavras que você aqui colocou retratam exatamente isso! Muito bom, amei (: nunca pare de escrever
ResponderExcluirHeeey, obrigada pelo comentário, que bom que gostou! Sim, verdade, são tantos se... tanta vontade de fazer tudo diferente, mas no fim, acabamos fazendo sempre as mesmas coisas... muito obrigada, não pararei! Beijoss
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