Capítulo
5
Após
um bom tempo no escritório silencioso, Emma pensou que seria bom sair para dar
uma volta, fazer a ronda. Saiu do escritório e trancou as portas; entrou no
carro de polícia e começou a dirigir pelas ruas. Quando estava chegando perto
da casa da prefeita, ela ouviu vozes alteradas, gritadas. Avançou mais algumas ruas,
agora ela estava apenas a quarteirão de distância.
Lá
estavam Regina e o Mr. Gold no jardim. Eles estavam discutindo avidamente.
- Você sabe que não pode fazer isso –
Regina parecia estar incomodada com algo.
- É claro que eu posso, Regina. E você
sabe disso – ele sorria.
- Que diabos, você sabe que o acordo não
era esse!
- Você está tentando-me dizer como devo
fazer os meus próprios acordos? – ele disse sério.
- Não, eu só estou tentando entender de
que lado você está – a voz dela voltou a abaixar.
- Eu não tenho um lado. Eu gosto de
fazer acordos. Não é da minha conta de qual lado você está – ele sorriu
novamente.
- Mas estou certa que você deve ter
algum interesse por detrás. De outra forma, por que você me traria o Henry,
sabendo quem é a mãe biológica dele? – ela o encarava.
- Regina eu realmente não preciso lhe
dar satisfações, e você sabe muito bem disso. Ela serve para o trabalho, e não
há ninguém para substituir o Graham. Ela ficará – um sorriso brotou no canto
dos seus lábios.
- Tudo bem – e dizendo isso, Regina
virou-se e voltou para dentro de casa, sem olhar para trás.
Mr.
Gold suspirou, olhando para as macieiras a sua frente.
Emma
ainda estava surpresa pela conversa que ouvira. Seus pensamentos estavam longe.
Então ela seria a nova xerife?
- Como você está nessa maravilhosa
tarde, senhorita Swan?
Emma
assustou-se, pulando no assento. Virou a cabeça, olhando para a janela do
carro. Jesus Cristo! Por que raios Mr. Gold sempre aparecia do nada
surpreendendo as pessoas?
- Meu Deus, você me assustou! Eu só
estou fazendo a ronda... – ela tinha um sorriso amarelo nos lábios.
- Estou vendo... De qualquer forma, se
você ouviu as boas novas, você foi promovida à xerife – ele sorriu,
afastando-se do carro e desaparecendo na esquina.
Então
ela se lembrou da maldição. Ela tinha plena certeza de que os dois estavam
metidos naquilo, sabiam de alguma coisa.
Fazia
algumas horas que estava ali no escritório, fazendo a papelada. As horas
pareciam não passar. Olhou para o relógio na parede, já era cinco horas da
tarde, e ninguém aparecera. Por um minuto, seus pensamentos a consumiram. As
coisas estavam ficando fora de controle. As coisas sobre as quais Henry
constantemente falava estavam começando a consumi-la. Ela não deveria estar
acreditando naquilo.
Uma
batida na porta a acordou de seus pensamentos. Era Henry. Emma pulou da
cadeira, indo abrir a porta.
- O que está fazendo aqui, Henry?
- Eu preciso conversar com você – ele disse,
passando por ela e indo sentar-se na cadeira dela.
- Okay... – ela fechou a porta e puxou outra
cadeira, sentando-se próxima a ele.
Ele
estava muito animado, e ela ponderava sobre o que ele havia descoberto dessa
vez. Toda vez que ele corria para ela, sua cabecinha estava cheia de novas
ideias.
- Bem, é sobre a Operação Cobra – ele sorriu.
– Graham conversou comigo. Ele se lembra de tudo sobre a maldição. É mais uma
coisa do nosso lado – piscou pra ela.
- Ah é mesmo? Isso é ótimo! – ela sorriu
de volta, não muito certa.
- Sim, e agora você precisa começar a acabar
com a Rainha Má.
- Sério? – ela rolou os olhos. – Henry,
você não acha que está indo longe demais? Tem certeza sobre a maldição? – ela disse
hesitante.
- É claro que tenho certeza! O que está
acontecendo com você? Você precisa derrotar a Rainha Má, e para fazer isso você
precisa destruí-la!
- Mas Henry, ela é sua mãe, não a Rainha
Má – ela passou seus dedos longos em sua própria cabeça, em um gesto frustrado.
Ela não sabia mais em que acreditar.
- Ela não é minha mãe. Você é – ele a
olhava sério.
Emma
parou o que ela estava fazendo por um minuto e o encarou. Aquilo era cruel, até
mesmo para ela.
- Por favor, Henry, não diga isso. Você
a está machucando, ela é sua mãe.
Ele
rolou os olhos, claramente não se importando com o que ela disse. Emma achou
que seria melhor se ela concordasse com a operação, então ela não o
desapontaria, mas ela também não faria nada que machucasse a Regina.
- Ok, você conseguiu. Eu vou tentar
achar uma maneira de quebrar a maldição, certo?
- Certo! – um grande sorriso se abriu em
seu rosto.
- Agora vá pra casa. Tenho certeza que a
Regina está preocupada com você – ela tentou sorrir.
Ele
não respondeu. Levantaram-se e após ela abrir a porta, ele saiu correndo. Ela
ficou ali por um momento, pensando. Ela estava ponderando... O que ela deveria
fazer? Ela estava muito confusa com relação à criança, a Regina, ao Mr. Gold e
aos seus próprios sentimentos. Não queria machucar Regina de qualquer forma,
mas ela também não podia deixar que a prefeita a machucasse, ou a qualquer
outra pessoa. Ela não podia desistir de tudo de uma hora pra outra, mas também
não podia fazer o que Regina quisesse.
Ela
fechou a porta e deu dois passos, quando ouviu alguém bater na porta novamente.
Talvez Henry pudesse ter se esquecido de algo. Voltou, abrindo a porta. Ficou
surpresa ao ver ninguém mais ninguém menos do que Regina.
- Henry não está aqui – ela disse
primeiro.
- Não estou aqui por isso. Mas me parece
que você tem a mente culpada – ela sorriu maliciosamente.
- O que você quer? – Emma perguntou de
forma rude.
- Então você ainda não tomou seu lugar? –
Regina levantou uma sobrancelha.
- Não, eu não o fiz porque ainda não é
oficial.
Ela
olhou a prefeita de cima a baixo. Regina usava uma das suas blusas pretas
cheias de botões, e uma saia cinza até os joelhos. Ela estava sempre de salto
alto.
- Agora é – Regina disse com um olhar
resignado.
- Bem obrigada – ela respondeu dando a
entender que a conversa havia acabado, mas Regina não se moveu.
- Posso entrar, xerife? – sorriu maliciosamente.
- É, claro... – Emma deu um passo para o
lado, deixando que Regina entrasse.
A
prefeita sentou em cima da mesa de Emma, olhando profundamente para a loira.
Emma aproximou-se, apreensiva com o que Regina poderia querer dela. A morena
deu uma boa olhada em Emma, como se ponderasse o que deveria fazer.
- Então...? – Emma perguntou finalmente.
Por
um momento, Regina não respondeu. Ela estava claramente ali com segundas
intenções. Desde aquele dia, em sua casa, ela não conseguia parar de pensar em
Emma. Na verdade, não só nela, mas nos sentimentos que a loira produziu ao
tocá-la. Regina mordeu seu lábio inferior, tentando conter seus desejos. Ela
sempre fez o que quis. Ela não queria aqueles sentimentos, mas com certeza ela
queria o corpo de Emma. Seus olhos se encontraram com os verdes.
A
loira entendeu tudo o que Regina queria desesperadamente dizer. Então, pensou
sobre o que Henry disse e viu uma grande oportunidade a sua frente. Ela não
poderia desperdiçá-la. Emma se aproximou ainda mais da morena, posicionando-se
entre suas delicadas pernas. Então ela segurou nos cabelos negros, puxando-os
fortemente. De início, Regina surpreendeu-se pela atitude, mas então um sorriso
malicioso apareceu em seus lábios cheios e vermelhos.
Emma
fechou os olhos. Seus lábios colidiram, e o beijo foi profundo e intenso. Emma
mordiscou o lábio inferior de Regina, e ela podia sentir um gosto de sangue
ali. Regina gemeu contra seus lábios rosados. A loira começou a beijar o
pescoço da outra, deixando a marca de pequenas mordidas. Os gemidos saíram mais
altos, Regina amava aquilo.
Então
Emma quebrou o contato. Distanciou-se do corpo de Regina, deixando-a com um
olhar confuso.
- Venha aqui. Agora – ela ordenou.
Regina
a olhou, sorrindo prazerosamente. Ela não gostava quando as pessoas lhe diziam
o que fazer, mas Emma estava ali, provocando-a. Ela tinha aquela loira para lhe
satisfazer, e tudo o que ela precisava fazer era ir até ela. Obedecer Emma. Ela
fechou os olhos e engoliu em seco. Ela não conseguia mais aguentar. Ela
precisava daquela estúpida e tola Emma Swan em cima dela. Ela abriu os olhos, e
encontrou os de Emma. Havia algo selvagem naquelas íris verde esmeralda.
Ela
se levantou, andando lentamente até Emma, de forma sensual. Quando chegou bem
perto, ela mordeu o queixo de Emma, e depois seu pescoço. Os gemidos da loira
eram música para os seus ouvidos. E então Emma agarrou seus braços de forma
bruta, virando-a de encontro a parede. Emma pressionou Regina com as costas
viradas para ela. Seu corpo estava colado ao de Regina novamente, seu joelho
entre as pernas da morena.
- Você gosta? – perguntou com uma voz
rouca.
Regina
sentiu um arrepio percorrer toda sua espinha, mas não respondeu.
- Responda-me – Emma puxou seus cabelos,
mordendo-lhe o ombro moreno.
- Sim, eu gosto – ela respondeu com um
gemido.
- Sou eu que mando agora, senhora
prefeita. Sabe o que isso significa? – Emma tocou entre as pernas de Regina, sentindo
seu sexo pulsar. Seus dedos massageavam o local, ainda por cima da calcinha. Ela
podia sentir Regina arrepiando-se com o toque, podia ouvir os gemidos de
satisfação. Mas ela queria mais.
- O que significa?
- Significa que eu estou no controle.
Significa que eu posso fazer o que eu quiser. Significa, Regina, que ninguém
quer você. Ninguém a ama, nem Henry ou Graham. Nem eu.
Dizendo
isso, Emma soltou Regina e afastou-se. Tinha um sorriso maldoso nos lábios. Ela
sabia que havia machucado Regina.
Quando
Regina se virou, ela tinha fogo nos olhos negros. Emma sentiu um arrepio de
medo percorrer sua espinha. Os olhos de Regina fuzilaram os de Emma, com todo o
ódio que ela sentia. Não havia o que dizer. Havia um nó em sua garganta. Ela
havia sido traída novamente. Por alguém que ela não poderia esperar, ou
poderia? Uma vez havia sido Mary Margaret, e agora Emma, filha dela.
- Eu irei destruí-la, nem que seja a
última coisa que eu faça! – ela disse com raiva.
Regina
foi embora do escritório, amaldiçoando cada parte da existência de Emma. Como
ela havia se aberto tanto para alguém? Para alguém como Emma? Aquela foi a
última vez que ela se abatera. Rumplestilskin estava certo. Uma vez, ela
precisou matar o que mais amou, agora o tempo havia chegado novamente.
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