Never Too Late: Capítulo 06



Never Too Late - Capítulo 06

             Emma chutou a cesta de lixo deixando cair vários papéis no chão. Estava muito nervosa e ansiosa. Passava as mãos nos cabelos loiros, quase os arrancando fora. Deus! Como ela podia ter ferrado com tudo? Quando ela disse todas aquelas coisas pra Regina, ela sentiu-se bem. Ela queria vingança, e a conseguiu. Podia sentir o gosto amargo do veneno em suas palavras. Mas agora, que ela estava totalmente sozinha, nada fazia sentido. Tinha um vazio dentro dela, um buraco. Sentiu-se mal por Regina, por tudo o que falara a ela.

            Havia uma luta acontecendo dentro de sua cabeça. Ela realmente queria machucar Regina e acabar logo de uma vez com essa maldita maldição. Ela teve uma oportunidade, e a aproveitou. Agora ela se arrependia. Sentia-se culpada. Não importava o quão má Regina fora no passado (se a maldição fosse verdadeira), Emma não tinha direito de machucá-la desse jeito, de julgá-la, mas ela o fez. De qualquer forma, a voz de Mary Margaret soou em seus ouvidos, lembrando-a da conversa.

- Ok... E alguém saiu machucado?

            Droga! Sim, agora alguém tinha saído machucado.

            Regina chegou a casa como um furacão, ela estava furiosa! Henry a chamou para jantar, mas a única coisa que ela fez foi gritar para que ele começasse a comer sem ela e depois fosse direto pra cama. Foi direto para o seu escritório e ligou para um amigo.

- Mills. Sim, eu preciso de um favor. Eu a quero fora daqui. Sim, não me importa como você fará isso, eu só a quero longe daqui! Obrigada – e desligou.

            Regina suspirou, ela estava cansada de tudo. Estava brava com Emma, mas especialmente consigo mesmo por ter deixado aquilo acontecer. Ela já havia aprendido o quão má as pessoas podem ser. Sim, ela já havia sido muito má também, mas que diabos! Ela tinha sido machucada porque... É. Ali estava o problema. No fundo, ela sabia o porque havia saído tão machucada quanto. Ela tinha sentimentos por Emma. Não importavam quais, mas ela os tinha.

            Fechou os olhos por um segundo. Ela podia sentir a respiração da boca de Emma diretamente em seu pescoço. Um arrepio percorreu sua espinha. Tocou com a ponta dos dedos os lábios, sentindo uma quase imperceptível marca ali. Um pequeno e malicioso sorriso apareceu em seus lábios cheios. Não conseguia parar de pensar no quão prazeroso um sexo selvagem com Emma poderia ser.

            As coisas começariam a mudar em Storybrooke. Não importava que o destino estivesse contra ela. Ela faria do seu próprio jeito e nada nem ninguém iria pará-la, nem Mr. Gold, nem o destino, e nem o amor.

            Após dois dias de silêncio da parte de Regina, Emma começou a pensar que alguma coisa estava muito errada. Ela não tinha visto Regina ou Henry. Tinha tido algumas pequenas coisas em seu trabalho no escritório do xerife.

            Naquele dia de manhã, após uma boa xícara de café, ela foi para o seu escritório começar a trabalhar. Mas a porta estava trancada. Ela pegou sua chave e tentou abrir a porta, mas isso também não funcionou.

- Que diabos... – ela xingou.

- Você está perdida, senhorita Swan? – aquela voz...

            Emma virou-se em seus calcanhares encarando uma Regina muito calma. A prefeita tinha um olhar gelado em seu rosto. Parecia que ela não possuía sentimentos, nenhum coração. Emma engoliu em seco.

- Na verdade eu estou tentando entrar para começar meu trabalho... – ela foi cuidadosa na escolha de suas próprias palavras.

- Ah, sério? Então talvez eu deva avisá-la de que esse trabalho não é mais seu – havia um sorriso em seu rosto. Seus olhos estavam grudados nos de Emma.

- O que você quer dizer? Eu sou a xerife – Emma cruzou os braços em frente ao peito.

- Você era, senhorita Swan.

            E sem dizer mais nada, Regina foi embora.

            Emma voltou para a casa da Mary Margaret, e foi direto pegar uma cerveja na geladeira. Ela precisava de álcool para se manter sã. Irônico, não é? De qualquer forma, ela ainda podia falar com Henry. Bem, isso era o que ela achava.

            Quando ela tentou pegá-lo na escola mais tarde, no horário de almoço, Regina estava lá, com um pedaço de papel em suas mãos e um sorriso em seu rosto.

- Essa é uma ordem de restrição contra você senhorita Swan. Você não pode falar com ele ou se aproximar dele. Do contrário, eu posso colocá-la atrás das grades – aquilo havia pegado Emma de surpresa.

- Regina, você está sendo... – ela não conseguiu terminar a frase.

- Quieta senhorita Swan. Eu sou a prefeita aqui. Eu vou fazer da sua vida um inferno e você sabe o porquê. Você não é tão inocente quanto finge ser. Vá para o inferno! – sua voz estava baixa e fria.

            Ela se ajeitou, pegou o menino pela mão e foi diretamente para o seu carro. Henry tentou falar com Emma, mas sua mãe não o deixou. Emma ficou ali parada ainda surpresa pelas ações de Regina. Ela estava triste e com raiva ao mesmo tempo. E o que estava enlouquecendo é que ela não podia fazer nada para consertar as cosias. Regina era a prefeita, e mãe de Henry.

            Andou pelas ruas ali por perto, sem uma direção exata. Talvez o melhor para ela fosse desistir de tudo e apenas voltar para a boba e ferrada vida que tinha em Boston. Ela não pertencia àquele lugar. E nunca pertenceria. Talvez, no fim de tudo, Henry só estava exagerando sobre aquilo tudo, sua mãe só era rígida.

            Quando percebeu, estava parada em frente à porta de uma loja, e resolveu entrar. O sino da porta tocou quando ela entrou.

- Ah, senhorita Swan, eu não a esperava na minha humilde loja.

- O quê? – ela finalmente olhou a sua volta, reconhecendo o lugar. Ela estava dentro da loja de antiguidades do Mr. Gold.

- Você está procurando por algo em particular? – ele disse por detrás do balcão, sempre muito solícito.

- Um emprego? – ela sorriu dando de ombros.

- Oh claro, eu ouvi dizer que a prefeita elegeu um novo xerife.

- Sim, ela o fez. E eu cansei, para mim já deu. Aqui não é o meu lugar. Eu amo Henry demais, mas se eu ficar, só acabarei estragando sua vida ainda mais, assim como eu faço com a vida de todo mundo – ela respondeu, olhando para o chão.

- Assim como fez com a da Regina.

            Emma olhou-o surpresa. Mr. Gold tinha um olhar misterioso enquanto o seu rosto parecia calmo e natural. Ele sorriu, mudando de assunto.

- De qualquer forma, é uma pena. Eu estava querendo alguém que me ajudasse na loja. Estou um pouco velho demais para fazer algumas coisas sem acabar com uma dor nas costas – ele riu sem jeito.

            Emma pensou um pouco sobre a situação. Talvez... Se ela ficasse um pouco mais, não faria mal. Ela já não podia ver Henry mesmo...

- Ok, eu posso ficar por mais alguns dias para ajudá-lo aqui.

            Ele sorriu, era tão fácil!

Enquanto isso, um pouco longe dali, Regina estava andando de um lado para o outro, preocupada. Henry estava ardendo em febre. Ela já havia lhe dado um banho frio. A febre estava baixa agora, mas ele ainda estava doente.  

- Mamãe, minha garganta dói... – ele estava chorando.

- Eu sei querido, mas logo irá sarar. Você estará bem em um minuto – Regina tentou sorrir para acalmá-lo, mas havia lágrimas descendo de seus olhos escuros.

            Ela lhe deu alguns remédios, mas ainda assim, após uns vinte minutos ele não havia melhorado. Ele já havia ficado doente quando era menor, mas com o tempo ele havia crescido e se tornado mais forte. Agora ela não sabia dizer o porquê ele estava tão doente. Talvez pudesse ser uma infecção...

            Tirou a temperatura dele novamente. Ele ainda queimava em febre. Ela começou a chorar silenciosamente enquanto arrumava as coisas ele. Precisava levá-lo ao médico. Henry começou a delirar.

- Emma... Emma... – ele chamou o nome dela.

            Regina passou a língua em seus lábios secos, engolindo o nó que havia se formado em sua garganta. Ela o pegou nos braços e desceu as escadas, abrindo a porta de entrada. Colocou-o no carro, enquanto ele não parava de tossir.

            Enquanto dirigia até o hospital, ela não conseguia parar de pensar no seu filho. Estava muito preocupada com ele. Henry sempre fora um menino especial. Ele era forte, sempre tendo suas próprias opiniões sobre tudo.

- Mamãe, está doendo... – ele choramingou.

- Tudo vai ficar bem em um segundo, querido. Estou aqui por você – ela sorriu, passando sua mão direita nos cabelos negros dele, acariciando-o.

            As lágrimas amargas continuaram descendo pelas suas bochechas.  

3 comentários

  1. continuaaaaaaaaaaaaa por favorrrrrrrrrr!

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  2. Cara vc escreve muito bem !! Continua por favor ... Sua fic é perfeita PARABÉNS !!! :D

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