Já é a terceira xícara de café que tomo, e o gosto continua amargo. Continuo tomando, achando que com outra xícara o gosto poderia ser diferente, mas foi em vão. Assim como a minha vida patética. O café já faz parte de mim; quando acordo, depois do almoço, e por quê não enquanto leio um livro antes de dormir?É engraçado quando alguém toma café pela primeira vez. Já prestou atenção?
A pessoa acha o cheiro ruim, o gosto enjoativo só de imaginar, e tem aquela rejeição constante por ser preto, comum e sem graça. Mas é só experimentar... O jeito certo que o café foi feito... A circunstância... Bang! Antes que a pessoa possa pensar, já está aceitando cafezinhos em reuniões, bares, ou na cantina da faculdade. E isso se torna vital para a vida daquele ser humano tão maravilhado, extasiado! O cheiro viciante do café entra pelas suas narinas todos os dias as 6 e meia da manhã; o gosto do café adocica os lábios após a reifeição do meio dia. E aquilo vira uma rotina. Todos os dias, a tão esperada hora do cafezinho inseparável. Até a hora em que em uma cafeteria no centro da cidade em uma sexta-feira de manhã, o nosso ser tão adorado esbarra em uma xícara de algo mais elaborado. Não importa o que seja, ele nunca experimentou, mas somente o vizual chique e arrumado desse novo líquido já atiça e aguça a curiosidade do nosso nobre rapaz. O atendente levanta a garrafa de café, mas com um aceno de mão, o rapaz recusa, e aponta para o cartaz enorme com o anúncio do novo produto. O sorriso no rosto do atendente é notório ao recolocar a garrafa de café de volta no balcão, escondido da vista de todos. A nova xícara chega, com o líquido marrom, açúcar, mel, desenhos brancos e amarelos especialmente feitos para o nosso rapaz em especial. Seus olhos brilham. E quando leva o líquido quente à boca, e sorve o primeiro gole, ele entra em extase! É a melhor bebida já provada! O café, sem cor, sem graça, sem gosto, recusa o açúcar que lhe é jogado, melhor que seja amargo.
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