Ser amada é doce como eu jamais achei que poderia ser. Eu sempre me foquei em amar as pessoas, em me doar ao máximo, mesmo sabendo que eu nunca seria amada da mesma forma. Então eu experimentei a doçura de toques suaves, apelidos carinhosos e abraços quentinhos em noites frias. Acostumei-me a acordar com seus beijos e seu rosto macio, a ir dormir enroscada em seu corpo, de mãos dadas. E tal criança pequenina falo contigo em uma linguagem fofinha que os amantes usam.
Ser amada é doce como um sopro de vida. Saber que mesmo com todas as lágrimas e as vozes que sussurram em meu ouvido eu tenho uma alegria que me abraça todas as amanhãs. Sentir-se amada é um calorzinho gostoso de fim de tarde, contrastando com aquele arrepio gostoso da brisa das manhãs. Sinto-me mais viva, com vontade de viver e desbravar novos lugares, viver novas situações.
Ser amada é doce como o balançar dos seus quadris. Enquanto dançamos, minhas mãos na sua cintura, meus olhos mirando os seus, o sorriso que se recusa a sair dos meus lábios e em minha cabeça somente o pensamento do quão linda você é. Hipnotiza-me com seu corpo colado ao meu, arrepiando-me, fazendo-me flutuar ouvindo a doce melodia. Meu coração se acelera e sinto-me sortuda por lhe ter em minha vida. Sinto sua sensualidade invadindo-me as narinas, embriagando-me em seu perfume e me tirando os sentidos.
Ser amada é doce. Amar você é doce.
Mas a vida nem sempre o é.
Amar você foi amargo, como eu já previra que iria acontecer. Houve dias em que as brigas eram constantes e eu senti medo de que havíamos chegado ao fim. Tantas sombras nos rondaram e roubaram nosso sono que estava difícil acreditar que havia salvação. Discussões sem fim, dias cheios de lágrimas, mágoas e dores. Mas nosso amor persistiu como uma flor que nasce em meio ao concreto. Foi se desabrochando, ainda que tivesse poucas chances de sobreviver. A tempestade que havia em meu coração transformou-se em garoa de fim de tarde.
Ser amada é doce como o sentimento de coragem de finalmente viver a vida sem amarras. Nosso segredo que tanto me consumia as entranhas finalmente foi revelado, libertando as borboletas para que pudessem viver e voar livremente. E uma vez que elas estão no céu, não podem ser capturadas novamente. Deixe-as voar. Deixe-as ser. Deixe-as amar.
Amar você dá medo, como eu jamais achei que fosse dar. Sempre me vi tão seguramente planejando o futuro, falando "felizes para sempre", que agora me estranho em temer dar os próximos passos. Apesar de ser amada ser doce, tenho medo de não durar. Ainda estou me acostumando ao sentimento bom que isso me traz. Tento viver o hoje e o agora e aproveitar o quão doce é amar e ser amada. Cuidar e ser cuidada. Esperar e ser esperada. Até enquanto durar, até enquanto tiver que ser, e viver cada segundo desse presente que foi-me dado depois de tanta desesperança.
Amar você é doce.
Ser amada é doce.
Viver é doce.
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