Capítulo 04
Demorou um
pouco, mas após quatro horas Emma havia arrumado boa parte do escritório. Ainda
havia algumas pilhas que ela precisava rever, mas a maioria das coisas já
estava em seu devido lugar. Algumas vezes o telefone tocara; pequenas coisas
que ela tivera que resolver na delegacia, que a interromperam de sua tarefa. Mas
apesar disso, conseguira fazer bastante coisa. Já estava na hora de ir embora,
juntou suas coisas e saiu, trancando o escritório. Pegou seu fusca e foi
dirigindo até a casa de Mary Margaret. Logo quando entrou no apartamento
percebeu que o local cheirava à comida. Seu estômago roncou, ela estava
faminta! Mary estava no fogão, cozinhando animadamente, então ela chegou de
mansinho, dando uma espiada no que havia para o jantar.
— Chegou cedo
hoje. – Snow comentou, dando um beijo no rosto da filha.
— É, havia
muita coisa para arrumar no escritório, e eu resolvi deixar uma parte para
amanhã, estou bem cansada.
— Com certeza.
Logo o jantar estará pronto. Henry está lá em cima lhe esperando.
Emma sorriu, subindo as escadas até
o andar de cima, entrando no quarto que pertencia a Henry. Ele estava sentado na
cama, jogando videogame, e mal prestou atenção nela quando entrou. A loira
sentou-se na cama, perto dele, jogando-se de costas, enquanto o assistia jogar.
— E então,
como foi seu dia hoje?
— Bom...
Andamos um pouco pela cidade, comemos no Granny’s, e passei um bom tempo
jogando videogame. Muito trabalho?
— Legal... Um
pouco. – ela sorriu, lembrando-se de Regina. — E sua mãe, falou com ela?
— Ela ligou um
tempo atrás, pediu para que fossemos jantar lá amanhã...
— Fossemos? –
Emma perguntou surpresa, levantando-se um pouco e apoiando-se nos cotovelos,
observando Henry.
— Sim. – ele deu
pause no jogo, voltando-se para ela. — Ela fez questão que você fosse também
comigo. É estranho, não?
— Ahn...
Sim... Por que será? – ela tentou desconversar. — Bom, mas agora vá tomar banho
que logo o jantar está pronto. Depois você joga mais.
Após algumas reclamações ele se
dirigiu para o banheiro, enquanto ela ia para o seu próprio quarto. Então
Regina queria vê-la... Um sorriso apareceu em seu rosto, enquanto ela pensava
na morena. Mas por que queria vê-la no jantar? Era só ter marcado qualquer
outra coisa somente para as duas. De qualquer forma, ela iria ter que se
segurar com Henry a sua volta. Esperava que algo mais surgisse desse jantar, já
estava com saudades da prefeita. Deitou-se na cama, e deixou sua mente vagando
pelos pensamentos, enquanto suas lembranças voltavam.
Flashback
O
tempo estava passando, e parecia que eles andavam em círculos. Enquanto Emma
andava pela ilha, procurando algum rastro, Pan apareceu para ela, tentando
conversar com ela, convencer-lhe das suas verdadeiras raízes: uma criança
abandonada; perdida. Entregou-lhe um mapa, dizendo que ela conseguiria ver a
verdade. Tentou de todas as formas lê-lo e não estava conseguindo, e aquilo a
frustrava. Pensava o tempo todo no que poderia estar acontecendo a Henry
enquanto eles perdiam tempo ali. Quando mostrou o mapa para os outros,
decidiram ir em trilhas separadas para acharem alguma pista, e retornariam para
seu acampamento no cair da noite. Snow e David seguiram norte, enquanto o
pirata, apesar de insistir ir junto com Emma, foi para leste, deixando que Emma
e Regina seguissem para sul.
Andaram
um bom tempo, e quase se perderam no caminho. Eram ambas teimosas, e cada uma
tinha uma opinião diferente do que fazer, mas acabaram se entendendo e seguindo
a mesma trilha, que acabou em uma clareira. Com certeza Pan e seus garotos
perdidos haviam parado ali para acampar, mas devido à secura da madeira e
ausência de marcas na areia, eles já haviam saído dali fazia um bom tempo.
— Merda! – Emma chutou a árvore perto de si.
— A árvore não tem nada a ver com isso, Miss Swan. –
Regina estava perto dela, com os braços cruzados em frente ao peito. — Não
adianta bufar.
— E também não adianta nada ficar aí parada. – ela retrucou,
observando a expressão de surpresa no rosto moreno.
— Não sou eu que tenho que descobrir “a verdade”
sobre mim mesma. – levantou uma sobrancelha, dando de ombros.
— Que seja. – Emma sentou-se em um tronco deitado,
guardando o mapa no bolso e apoiando os cotovelos nos joelhos. — Estou de saco
cheio dessa ilha. Desses garotos perdidos. De tudo. Queria simplesmente... Ugh.
— Desaparecer? – Regina completou a frase,
observando-a. — Por que isso não me surpreende? Você sempre quer fugir quando
uma situação lhe parece difícil, ou quando você sai da sua zona de conforto.
— Até parece que sou a única. – Emma respondeu, estava
zangada, e só depois que disse percebeu que aquilo atingira Regina. Afinal, a
morena também possuía aquele instinto de querer fugir para bem longe, de seus
problemas. — Desculpa.
— Não me importo. Só quero encontrar meu filho,
matar o desgraçado do Pan e sair dessa maldita ilha.
— E depois? – Emma perguntou, levantando a cabeça
para encarar Regina, que estava de pé perto dela.
— Viver minha vida, como sempre fiz, continuar
comandando a cidade...
— E o que eu vou fazer? – ela suspirou.
— Não é da minha conta o que fará da sua vida, Miss
Swan. – ela deu de ombros. — Mas acredito que haja um pirata lhe esperando... –
revirou os olhos.
— Talvez, mas ainda tenho dúvidas... Não sei o que
dizer, o que sentir... Não é exatamente o que eu quero.
— Hum... – Regina aproximou-se, sentando-se ao lado
da loira, sem nada dizer. Mas a informação de que ela não sairia correndo de
encontro aos braços do pirata de alguma forma deixou a morena mais tranquila. —
Bem, você terá espaço na vida do Henry...
— Só na dele? – Emma perguntou, e quase se
arrependeu do que havia dito. O que ela estava fazendo? Levantou a cabeça, com
medo de olhar nos olhos da prefeita, mas ainda assim o fez.
— O que quer dizer com isso? – Regina apertou os
olhos, com medo do que a loira pudesse responder.
Mas
antes que isso acontecesse, Hook apareceu em seu campo de visão. Viera
correndo, perguntando onde raios elas estavam que ainda não haviam voltado para
o acampamento. Já escurecera, e elas nem haviam percebido. Voltaram para o
local sem dizer uma palavra sobre o que tinham conversado.
Fim do Flashback
Emma levantou-se da cama e foi tomar
um banho relaxante. O jantar ocorreu sem maiores problemas. Snow e David
conversavam animadamente com Henry, enquanto Emma permanecia quieta comendo,
seus pensamentos estavam em Regina. Não sabia como, mas não conseguia parar de
pensar na morena. De vez em quando uma pergunta lhe era feita, e ela se forçava
a responder, para não parecer tão alheia assim. Mas a desculpa para sua falta
de atenção caíra-lhe perfeitamente: estava muito cansada e ia deitar cedo.
Subiu as escadas para o quarto, trocou de roupa e deitou na cama. Pegou o
celular, incerta se devia ou não discar aquele número. Arriscou. Os dedos ágeis
apertaram as teclas e logo ela estava esperando na linha, ansiosa.
— Alô?
— Regina? –
ela perguntou incerta. Quase pode perceber o sorriso da prefeita, pelas
palavras que ela disse em seguida.
— Ora ora,
Miss Swan, boa noite. A que devo a ligação?
— Só estou
checando se está tudo bem...
— Até o
momento tudo está maravilhosamente bem.
— Que bom... E
agradeço o convite... Para o jantar...
— Oh, você é
bem-vinda a minha casa, e logicamente pensei que fosse querer acompanhar o
nosso filho.
— Por isso me
convidou? – ela perguntou desapontada.
— Claro, por
que mais seria? – Regina estava brincando com ela, e Emma havia caído.
— Nada... –
uma risada do outro lado da linha foi ouvida.
— É claro que
a quero perto de mim de novo, para poder provocá-la sem que você possa fazer
nada contra isso.
— Me pegou
direitinho... – Emma sorriu de canto.
— Algumas
vezes... Devo confessar que lhe pegar é muito bom, sabia Miss Swan? Seja na
cadeira, contra a parede, em cima da mesa... Estou com uma vontade imensa de
ter na minha cama.
— Hum... Eu
gosto disso... Estou pensando em passar a noite aí amanhã...
— Sabe que o
pessoal vai estranhar... – Regina ficou apreensiva por um minuto, mas logo Emma
a tranquilizou.
— Eu posso dar
a ideia pro Henry, assim eu digo que estou apenas o acompanhando, pode deixar,
ninguém vai desconfiar.
— Se você
acha...
— Relaxa, vai
dar tudo certo. Eu estou morrendo de saudades suas... E vai ser bom poder ficar
um pouco perto de você, sem ter que sair correndo...
— Humm, sim,
será... – Regina respondeu, um pouco hesitante. Tinha medo do rumo daquela
conversa. Havia deixado bem claro para a loira que aquilo não podia passar de
sexo, nada além disso. Apesar de estar doida para tê-la em sua cama, sabia que
passar a noite ia muito além de apenas sexo... Temia pelos sentimentos de
ambas, mas algo dentro dela não queria rejeitar a oferta. Tentou relaxar e
deixar acontecer, desviando o foco da conversa. — Bom, eu tenho que ir, ainda
vou tomar um banho... Sentir a água descendo por todo o meu corpo...
— Hum... –
Emma soltou um gemido, estava com os olhos fechados.
— Me ensaboar
inteira, passar os dedos pelo corpo, sentindo a pele quente, deslizando pelos
meus seios, meus quadris, minhas pernas... Sentindo a umidade entre elas...
— Humm... –
Emma soltou outro gemido, dessa vez de frustração, deixando que suas mãos
percorressem todo o seu corpo, imaginando a prefeita naquela situação. — Eu
queria estar aí... – ela confessou, mordiscando o lábio inferior.
— Eu sei que
gostaria, mas amanhã você estará. Boa noite, Miss Swan, e vê se aproveita para
se tocar gostoso enquanto sabe que vou tomar banho. – ela soltou uma gargalhada
do outro lado da linha, enquanto Emma parecia sem graça.
— Como você...
Eu não... Ah...
— Eu sei que
fica morrendo de vontade, esqueceu? Nos vemos amanhã, não se esqueça que vou
lhe dar o troco pelo o que fez no escritório hoje... Beijos.
— Mal posso
esperar por isso...
Emma suspirou, desligando o
telefone, com um sorriso nos lábios. Regina sabia muito bem o efeito que tinha
sobre ela, principalmente após aquelas vezes em que estiveram juntas. Ela mal
podia esperar para estar com a morena novamente, e só de pensar naquele corpo
de baixo d’água, ela já estremecia. Não sabia o porquê, mas não conseguia parar
de pensar na prefeita, e estava ficando realmente viciada nela. Era
extremamente bom passar tanto tempo com Regina, em seus braços, em sua boca...
Nunca pensara que sentiria tanta falta assim de estar com alguém. De sentir
tanto tesão e desejo por alguém. Então, ela fez exatamente como Regina previra,
deixando suas mãos percorrerem toda a extensão de seu corpo, os seios rijos, a
barriga lisinha, as pernas, e então se concentrarem em seu sexo. Queria
desesperadamente Regina ali, acariciando-a, preenchendo-a... Só aquele
pensamento a fez estremecer de tesão.
Deixou
que seus dedos acariciassem seu intimo, de olhos fechados, pensando no corpo da
prefeita sobre o dela, a boca carnuda beijando seu pescoço, mordiscando o
lóbulo da sua orelha, sussurrando-lhe coisas no ouvido. Com a outra mão começou
a apertar o seio, segurando o bico entre os dedos, apertando-o de leve, fazendo
pequenas caretas, gemendo baixinho. Apertava mais seu sexo, escorregando os
dedos por dentro da calcinha, tocando-se, e percebendo que já estava
completamente molhada. Começou a estimular o clitóris, massageando-o,
estremecendo, imaginando os dedos da morena dentro dela. Ficou durante um tempo
se tocando e acariciando, e quando chegou ao ápice do prazer, gozou enquanto um
gemido longo saia de seus lábios, e em sua mente só vinha aquele nome que
resumia sua vida ultimamente: Regina.
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