N/A: Aeee eu voltei! Muito obrigada pelos comentários! Fico super feliz que estejam gostando da história, da continuação! E então, como será o encontro das duas? E o que será que Kate vai encontrar em LA? Será que vai se dar bem com o pessoal da clínica? Leiam e comentem!
Boa Leitura!
Parte 02
Eu
não conseguia esconder minha ansiedade quando sobrevoávamos a tão famosa Cidade dos Anjos. O sol já iluminava o
alto dos prédios, e a cidade tinha todo um leve ar dourado sobre si,
diferentemente da cidade da qual eu vinha. Será que Addison me esperava no
aeroporto? Bem, eu havia avisado o horário de chegada, talvez ela estivesse
lá... Senão, eu teria que pegar um táxi para um hotel ou coisa parecida. O que
será que eu ia encontrar em LA? Eu não fazia a mínima ideia, e só essa sensação
de liberdade já me dava um frio na
barriga. Eu sempre fui uma pessoa muito centrada no trabalho e nas
responsabilidades, sempre gostando de ficar sozinha, relaxando, e talvez desde
os meus vinte anos que eu não viajava simplesmente pela diversão de fazê-lo.
Quando
desci do avião, no aeroporto de Santa Mônica, Califórnia, e peguei minha mala,
fiquei ali parada, no meio do salão, trocando o peso de uma perna para a outra,
ansiosa demais, tentando achar os cabelos ruivos no meio da multidão. Sem
sucesso; talvez ela estivesse ocupada, mesmo para as sete horas da manhã, e não
pudesse ir. Respirei fundo e comecei a andar, com a cabeça baixa, pelo
corredor, até ouvir uma voz chamar meu nome, gelando-me a espinha:
— Kate! – virei
no minuto seguinte, avistando a médica a alguns metros, olhando-me com um
sorriso nos lábios e os braços cruzados. — O meu carro está do outro lado... – ela
descruzou os braços, mostrando a chave do automóvel na mão direita.
Sorri
instantaneamente, balançando a cabeça de um lado para o outro, e tomei o rumo
contrário, andando até ela. Quando finalmente estava a poucos passos dela,
Addison me encarou, o seu sorriso iluminando seus olhos azuis, como se pedissem
permissão, a qual eu concedi. Ela abraçou-me forte, suspirando, e eu não tive
uma reação muito imediata. Senti as pernas bambearem, e a abracei de volta,
aspirando seu cheiro que eu tanto sentira falta. Afastamo-nos e fomos andando
lado a lado, em silêncio, até o estacionamento, onde nos dirigimos até o seu
carro. Ela colocou minhas malas na traseira, e entramos no veículo.
— O gato comeu
sua língua? – ela me perguntou, levantando uma sobrancelha.
— Não, mas
talvez uma gata o faça... – respondi, dando risada junto com ela.
— É muito bom
te ver. – ela sorriu olhando-me
ternamente, e acariciou meu rosto.
— Então... Vai
me levar para o meu hotel? – perguntei tentando disfarçar minha timidez.
— Hotel? Por
que eu te levaria para um hotel? Você vai ficar na minha casa.
— Mas Addie,
eu não quero atrapalhar... – ela me cortou, antes que eu continuasse.
— Sem mais,
nem menos. Fora, que minha casa é um paraíso, ainda mais comigo dentro. – ela
piscou para mim, rindo logo em seguida.
— Alguém está
ficando muito convencida...
Ela
deu partida no carro e dirigiu até sua casa. Addison já havia me contado que
morava em Malibu, em uma daquelas raras casas de praia de frente para o mar,
mas nada do que eu consegui imaginar poderia se comparar à visão que eu tive
quando, depois de mais ou menos uns cinquenta minutos, paramos em frente a
casa. Era grande, com a fachada pintada de branco, e o telhado alto de cor
escura. Havia uma casa igual ao lado. Não pude evitar a expressão de surpresa
em meu rosto. Olhei para ela, que somente deu de ombros, não querendo tocar na
questão dinheiro-família, decisão a qual respeitei. Para poder morar numa casa
daquelas, ela tinha que realmente, ser bem afortunada. No começo, minha família
também era bem de vida; estudei em boa escola, viajei para alguns lugares fora
do país, tinha uma boa e grande casa... Mas ainda assim, não deixei de ficar
assombrada com o lugar.
Após
guardar o carro, descemos, e a areia parecia incômoda embaixo das minhas botas.
Enquanto Addison desfilava de vestido florido e uma echarpe, lá estava eu de
botas, jeans e casaco, vestimenta nada apropriada para praia. Entramos em sua
casa, e eu olhava cada detalhe que chegava aos meus olhos. A sala, o corredor,
as portas que provavelmente dariam nos quartos, a copa, a cozinha... Tudo
impecavelmente arrumado. Deixei minha mala na sala, enquanto ela me levava até
os fundos da casa. Saindo pela cozinha, deparei-me com uma varanda e uma visão
maravilhosa do mar, ali, a poucos metros de distância. Parei por um minuto,
assistindo as ondas, sentindo a brisa no rosto, e quase me perdi nas percepções
não fosse Addison abraçando minha cintura.
— Linda, não
é? – ela beijou meu pescoço, fazendo-me arrepiar.
— Muito. É
maravilhoso! – respondi.
— Agora você
vai poder desfrutar dessa visão, da praia, da casa... Poder relaxar.
— Isso seria
ótimo. Bem que todo mundo falava que eu precisava mesmo de umas férias...
— Pois
então... – ela soltou-se de mim, puxando-me pela mão para virar para ela. —
Ainda é difícil de acreditar que você realmente está aqui. – ela deu um meio
sorriso.
— Duvidou que
eu viesse?
— Talvez...
Achei que fosse demorar mais para tomar uma decisão.
— Acabou que
tudo se encaminhou para isso... Ei, você não tem que trabalhar?
— Eu vou pra
clínica só daqui uma hora e meia, mais ou menos. E você vai comigo. – ela
sorriu sapeca.
— Addie, eu
não quero atrapalhar... Acho melhor eu ficar aqui, conhecendo a casa,
descansando...
— Nada disso!
Você vai ter muito tempo para descansar... Ou não. – ela levantou uma
sobrancelha, maliciosamente.
— Será
possível que você só pensa nisso? – perguntei rindo.
— Não, eu
penso em você também. E muito. – ela puxou-me pela cintura, colando nossos
corpos, selando nossos lábios em um beijo saudoso e apaixonado.
Tudo
foi acontecendo naturalmente. E isso me assustava. A naturalidade com que seus
lábios viajavam pelo meu pescoço, meus ombros, meu corpo... Com que suas mãos
trilhavam as minhas costas, minha cintura... Fechei meus olhos, deixando-me
levar pela sensação do seu toque. Ela puxou-me para dentro de casa, o que eu
agradeci mentalmente, e levou-me em direção ao seu quarto. Quando percebi, que
na verdade ela ia em direção ao banheiro, eu tentei pensar, colocar a cabeça no
lugar, o que foi bem difícil com seus beijos por todo o meu corpo.
— Addison...
Não... Espera... – minha voz saiu abafada pelo desejo.
— Hum? – foi o
som que saiu de sua boca, enquanto me empurrava banheiro adentro.
— Não acha que
está... Cedo... Para... – eu tentava, em vão, colocar um pouco de juízo na
cabeça dela.
— Eu quero
você. Aqui e agora.
A
partir desse momento, eu parei de resistir. Deixei que suas mãos ágeis
retirassem minha roupa, enquanto ela me empurrava para dentro do Box. Logo
retirou sua própria roupa, ligando o chuveiro, deixando que a água quente
atingisse meu corpo. A sensação era boa, mas eu não imaginava como ela conseguia
aguentar a temperatura da água naquele clima de LA. Sua resposta? "Você
vai entender..." seguida de um sorriso malicioso. Realmente, eu entendi. A
água quente deixava o corpo mais relaxado, e por incrível que pareça, aumentava
a minha excitação. Claro que, grande parte dela, era devido aos carinhos de
Addison. Como eu sentira falta daqueles toques!
Sentir
sua pele quente e macia contra a minha, suas unhas arranhando minhas coxas,
enquanto ela me prensava de encontro à parede de vidro do Box. Abraçando-me por
trás, suas mãos passeavam pelo meu corpo, apertando-me, massageando-me, e eu
não conseguia parar de gemer. Ela sussurrava em meu ouvido coisas que eu quase
não entendia, mas que ainda assim me arrepiavam ainda mais. Ela estava aprimorando
seus truques, seus toques, pois eu já estava beirando o orgasmo, quando ela
parou os movimentos, e começou a mordiscar minhas costas, desde a minha nuca
até minha cintura. Resmunguei, em frustração, mas ela nem se deu ao trabalho de
responder.
Ajoelhou-se
entre minhas pernas, e rapidamente introduziu dois dedos em meu sexo, enquanto
me lambia e me chupava. Não pude mais controlar meus gemidos, e cheguei ao
ápice do prazer mais de uma vez. Ficamos nos amando por um tempo, mas
infelizmente o despertador do celular dela nos avisou que já estava na hora de
ir. Saímos do chuveiro, e nos trocamos. Peguei uma roupa mais apropriada para o
clima, algo um pouco mais leve, e fiquei esperando enquanto ela se trocava.
Observava-a, embevecida pelo seu corpo; seus cabelos vermelhos e molhados
escorridos pelos seus ombros nus, o corpo escultural dançando pelo quarto
enquanto ela pegava suas roupas, os seios médios balançando naturalmente...
Sorri. Dava para perceber a confiança que ela tinha nela mesma, e isso era uma das
coisas que me chamavam à atenção nela.
De repente, parou na minha frente, dançando
uma música que ela mesma cantava, mexendo os quadris de um lado para o outro,
aproximando-se da cama, colocando as duas mãos em cima do colchão. Inclinou-se,
beijando meus lábios rapidamente, com um sorriso. Addison era divertida, e isso
me animava. Ela trocou de roupa, escolhendo uma calça comprida vermelha escura,
uma blusa branca de tecido leve e saltos altos. Secou o cabelo e logo já estava
pronto para ir. Tentei dissuadi-la de me levar com ela uma vez mais:
— Talvez eu
deva ficar, Addison. Não quero te atrapalhar lá...
— Não seja
boba, Kate, você não me atrapalha. – ela me deu um selinho. — Além do mais,
ficaria aqui sozinha, e lá você pode conhecer as pessoas com quem trabalho, e
se divertir um pouco.
— Tudo bem, já
vi que não vai adiantar discutir...
— Não mesmo. –
ela sorriu triunfante.
Entramos no carro e Addison foi
dirigindo. Não levou mais que quinze minutos até a clínica. Era um grande
prédio de esquina, com um letreiro escrito “Oceanside Wellness Group”. Parecia
um lugar discreto e confortável, nada daquelas paredes de vidro e aço das
grandes e frias construções. Entramos no prédio e fomos até o quinto andar.
Quando as portas do elevador se abriram, fiquei surpresa com o conforto do
lugar, era bem diferente do que eu imaginara. Havia algumas pessoas transitando
por ali, mas Addison passou por elas, indo diretamente até uma sala onde havia
uma mesa, uma pia, geladeira e armários. Estilo sala de descanso.
— Suco? – ela
perguntou, tirando uma jarra de suco de laranja de lá de dentro. Afirmei,
agradecendo.
— Addison,
você vai... – uma moça morena entrou, e parou de falar quando me viu. — Hey! –
ela cumprimentou, sorrindo, olhando de soslaio para a médica.
— Ah, oi Nai!
Essa é a Kate, aquela minha amiga de NY. Kate, essa é a Naomi, que eu te falei.
Ela é dona da clínica, e médica especialista em fertilidade.
— Olá. –
cumprimentei-a com dois beijos no rosto.
— Você é a tão
famosa Kate! Prazer em te conhecer! – olhei rapidamente para Addison, será que
ela havia contado alguma coisa? Ela deu de ombros, franzindo o nariz e eu
fuzilei-a com o olhar.
— Desculpa,
mas ela é minha melhor amiga... Eu...
— Relaxa! –
Naomi piscou para mim, sorrindo. Enquanto andava até a geladeira, pegando um
iogurte. — Eu não vou dizer nada a ninguém. Todos temos os nossos segredos...
— Que
segredos? – voltei-me para a porta, onde apareceu um cara de uns trinta anos,
cabelos negros, testa alta, rosto mais cheio. Entrou na sala, pegando um pacote
de bolacha no armário.
— Se eu te
contar, não são mais segredos, não é Cooper? – Naomi disse, sentando-se.
— Depende. Se
contar para um amigo e ele prometer não contar, não estaria quebrando o sigilo.
– ele disse comendo uma bolacha.
— Claro que
estaria. E isso também vale para o sigilo médico. – uma nova voz se fez ouvir
na sala. Voltei-me para a dona dela, que acabava de passar pela porta.
— O sigilo
médico é uma coisa, segredo é outra completamente diferente. – comentou Naomi.
— Sim, mas...
– o cara comeu outra bolacha. — Você não contaria o seu segredo para mim,
Violet? – ele perguntou para a moça de cabelos cacheados, óculos de aro e uma
barriga de grávida.
— Depende do
segredo... – ao responder, todo mundo começou a rir dele, enquanto ele tentava
argumentar, defendendo-se. Ninguém parecia notar minha presença estranha no
local, até que ouvi uma voz masculina atrás de mim.
— Quem é ela?
– o homem se aproximou; era alto, magro, cabelos negros e rosto tranquilo.
Todas as atenções se voltaram para mim, e eu fiquei sem saber o que dizer.
— Ah me
desculpem, acabei me esquecendo de apresentar! Essa é a Kate, uma amiga minha
de Nova Iorque. Ela vai passar uns dias aqui em LA, e chamei-a para vir aqui
comigo, conhecer a clínica, etc. – e então, apresentou-os para mim:
— Este é o
Cooper, pediatra; Aquela é a Violet, psiquiatra, e esse que chegou é o Pete,
que pratica medicina alternativa.
— Prazer. – eu
sorri incerta sobre o que fazer.
— Seja
bem-vinda! – comentou Violet.
De todos eles, o único que ficou me
olhando de forma estranha foi o tal do Pete. Ele deu um sorriso mínimo, entrou
na sala, pegou uma fruta e saiu logo depois. Não sei por que não gostou muito
de mim, mas o sentimento foi mútuo. Aos poucos, a sala foi se esvaziando, cada
um deles indo pegar o seu primeiro paciente. Até que ficamos somente eu e
Addison na sala. Ela sorriu para mim, aproximou-se e se inclinou na mesa,
debruçando-se, enquanto me olhava.
— Então, o que
achou deles?
—
Diferentes... Mas interessantes. – comentei sorrindo de canto.
— Eles são
legais. Meio malucos, mas depois que os conhece, legais. – ela sorriu e tentou
me dar um selinho, mas eu virei o rosto. Ela suspirou frustrada. — Vem, vamos
para a minha sala.
Levantei e a acompanhei até a sala
dela. Addison estava com uma paciente naquela manhã, iria fazer o parto de uma
moça de dezesseis anos. Tão nova! Parece que ficou grávida do namorado, que
logo a abandonou quando descobriu, e o pai da moça estava furioso com ela. Sentada
ao lado da médica, pensando longe, foi inevitável não me lembrar de Castle e
Alexis. O que ele faria se ela, filha dele, ficasse grávida adolescente? Acho
que ele teria um ataque do coração, do jeito que é cuidadoso com ela. Apesar de
eu saber que ela é cuidadosa e responsável, essas coisas acontecem quando menos
se esperam...
— Kate? – a voz
de Addison me tirou de meus pensamentos. Olhei-a. Ela estava me olhando
curiosa. — Pensando em que?
— Em nada... –
sorri, depositando um beijo em sua bochecha.
Balancei
a cabeça, tentando não pensar mais na minha cidade, e estar com ela. Enquanto
ela via a pasta do caso da paciente, eu me aconcheguei ao seu lado, sentada na
cadeira. Vi um vulto passando e levantei a cabeça; aquele mesmo cara, o tal de
Pete, passava em frente à janela dela, e nos olhava com uma expressão
estranha... Não tinha uma expressão muito definida, e mesmo não sabendo o que
ele exatamente sabia, eu pressentia que ele iria me trazer problemas. Não se
demorou muito ali, logo desviou o olhar e continuou seu caminho. Revirei os
olhos, voltando minha atenção para a médica ruiva ao meu lado.
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