Essa crônica foi escrita guiada pela proposta de redação imposta em sala de aula, na qual deveríamos escrever sobre uma praia, a calmaria, o sol, e então o tempo nublado e a chuva, utilizando-se de recursos sonoros.
Nada
mais a acalmava daquela forma como o mar. Em dias como aquele, nos quais
precisava acalmar o coração, andava na beira do céu, deitava na areia branca,
espreguiçava tranquila ouvindo o barulho do burburinho das águas. Suspirava,
sentindo os singelos sussurros serpenteando por entre as árvores, suspensos,
sendo carregados pelo vento. Seu coração, que sempre batia forte, tamborilando
em seus ouvidos, querendo pular para fora do peito pequeno, precisava de um
descanso. Fazia tempos que não conhecia outra batida que não a do amor, a da
espera, a da ansiedade. Algumas vezes o tum tum de dentro se acelerava com o
trim trim do telefone, e quase parava por alguns segundos, ao constatar o tu tu
tu tu do aparelho mudo em sua mão trêmula.