- Eu posso explicar! – essa foi a pior
resposta que Emma poderia dar.
- Ah, é mesmo, senhorita Swan? Então
você pode me explicar o que está fazendo na minha casa sozinha, no meio da
noite, mexendo nas minhas coisas? – ela estava calma, perigosamente calma.
- Eu... Eu... Bem... É... Henry! Henry
me pediu para vir aqui e procurar algumas coisas que ele acabou esquecendo por
aqui. Eu errei a porta, me desculpe. – ela engoliu em seco, totalmente nervosa.
- Tem certeza que você quer brincar
comigo? – Regina disse em um tom baixo, olhando fixamente para Emma.
- Sim...? – Emma deu um sorriso amarelo.
- Saia da minha casa – ela disse em uma
voz baixa e calma, pausadamente.
- Me desculpe, mesmo. Eu te prometo
que... – Emma disse, aproximando-se com cautela.
- Saia da minha casa agora! – Regina
estava gritando, e começando a perder a calma.
Emma
passou por ela quase correndo, com medo de que a morena mudasse de ideia, mas
como não viu o sofá no meio do caminho, tropeçou nele e quase caiu no chão. Olhou
para trás e Regina estava a ponto de ter um ataque de nervos.
- Você me paga! Eu vou acabar com você
em um piscar de olhos! Sua hora chegou Emma Swan! – a loira ouviu a voz da
morena gritando do escritório, lá do lado de fora.
Emma
abriu a porta da frente, rapidamente saindo de dentro da casa. Entrou no carro,
aliviada, logo deu partida e saiu. Não ficaria nem mais um minuto ali.
Com
que direito Emma entrava na casa dela daquela forma? Ela era a prefeita, pelo
amor de Deus! Emma não tinha medo dela? Ótimo! Agora ela iria mostrar que
estava na hora de rever seus conceitos. Ela não tinha nenhum direito de invadir
a casa das pessoas, quanto mais a da prefeita! Regina ainda não sabia o que a
outra estava querendo, mas com certeza iria descobrir.
Ela
rapidamente abriu as gavetas, uma por uma, encontrando alguns papeis na última.
Droga! Lá estavam os papeis da adoção de Henry, e também os papeis sobre a
maldição. Regina pegou aqueles papeis com um brilho estranho nos olhos. E se
Emma soubesse alguma coisa sobre a maldição? Se o maldito do Mr. Gold disse
algo para ela, Regina o mataria, e com requintes de crueldade! Que inferno!
Tudo estava desabando, nada ia como o previsto. Tudo e todos estavam saindo do
seu controle, e ela não poderia permitir aquilo. Ela pegou as algemas que Emma
deixou cair no chão e saiu de casa.
Emma
foi diretamente para o seu escritório. Ela nunca vira um olhar tão assassino
quanto o de Regina naquele dia, ela estava muito, mas muito brava. Bateu com
força as mãos em cima da sua mesa. Será que ela estava drogada quando decidiu
invadir a casa de Regina? Emma se perguntou, tentando entender o que a motivara
a fazer aquilo. Fora tremendamente inconsequente, e agora a prefeita queria sua
cabeça em uma bandeja de prata.
- Emma Swan, você está presa por invasão
– ela ouviu a voz de Regina.
Olhou
para a porta e viu Regina, com uma expressão contorcida de ódio no rosto,
segurando as malditas algemas. A prefeita andou até ela com um sorriso maldoso
nos lábios, cheio de prazer. Graham chegou naquele momento, presenciando a
cena. Rapidamente se colocou na frente de Regina.
- Desculpe, senhora prefeita, mas o que
está acontecendo aqui? Aliás, você não tem o poder de prender alguém, esse é o
meu trabalho – ele logo se arrependeu da última frase.
- Era, xerife. Não é mais seu trabalho. Eu
não digo duas vezes. Agora saia da minha frente – ela respondeu rudemente.
Graham
estava surpreso, mas ele sabia que ela era capaz de qualquer coisa, então
obedeceu rapidamente. Ela sorria maliciosamente. Ninguém ficaria em seu
caminho, nunca. Quando estava bem próximo à Emma, ela a algemou antes que a
loira pudesse se defender.
- Ei! Espere! Eu já disse que posso
explicar! – Emma começou a resmungar, tentando se soltar, ou pelo menos
tentando fazer com que Regina mudasse de ideia, mas não conseguiu nada, apenas
deixar Regina mais irritada.
- Cale a boca – Regina segurou as mãos
da loira atrás das costas, e arrastou para dentro da cadeia, colocando-a atrás
das grades.
- Eu tenho meus direitos, Regina! – ela
gritou desesperadamente. Regina virou-se, encarando-a por entre as grades, com
uma satisfação no olhar.
- Você não tem direito nenhum aqui,
senhorita Swan. Essa é a minha cidade – Seus olhos fitavam diretamente os de Emma.
Ela sentia um enorme prazer em ver Emma em uma posição inferior, e ela nada
poderia fazer para mudar isso. Regina tinha o poder. Ela possuía tudo, ou quase
tudo.
- Não, senhora prefeita. Essa é a minha cidade – Mr. Gold disse aparecendo
na delegacia.
- O que está fazendo aqui? – Regina
estava surpresa com a presença dele. Andou até ele, parando próximo, enquanto
falava. – De qualquer forma, não importa. Ela invadiu a minha casa, então ela
precisa ser punida.
- Você está certa, senhora, mas eu não tenho
certeza de que essa é a forma mais justa de puni-la – ele sorriu polidamente,
encarando Regina.
- O quê? Você só pode estar louco, Mr.
Gold! É óbvio que é a maneira certa! Eu a quero trancafiada, você me ouviu?
- Sim, eu a ouvi. Mas, Regina, você se
esqueceu, por um acaso, que eu controlo essa cidade e você precisa fazer tudo o
que eu quiser? – seus olhos se encontraram. Ela podia ver o passado em seus
olhos negros.
Era
uma vez uma Rainha Má que prometeu para Rumpelstiltskin que faria qualquer
coisa que ele pedisse. Agora, ela precisava fazer. Ninguém podia quebrar um
acordo com ele, nem mesmo a Rainha Má. Regina olhou dentro dos olhos dele. Ele
podia ver que ela estava sedenta por vingança, mas na posição que ele ocupava,
não havia nada o que temer.
“Certo, mas ela ainda irá pagar. E será
do meu jeito – Regina disse em uma voz baixa e zangada, tendo certeza de que
todos a entenderam. Ela saiu do escritório sem olhar para trás. Se o Mr. Gold
achava que aquilo havia terminado ali, ele estava errado, muito errado.
- Obrigada, muito obrigada! – Emma agradeceu
enquanto Graham abria a grade, deixando-a livre.
- De nada, senhorita Swan. Mas eu
preciso alertá-la, que nada que envolva a Regina é da sua conta. Fique fora de
seu caminho, e você estará bem. Isso é um aviso – ele não demonstrava contentamento,
apenas uma expressão séria.
- Pode deixar, eu ficarei. – Ela baixou
a cabeça, percebendo que ainda usava as algemas.
- Xerife, você poderia...? – estendeu os
braços para ele.
- Desculpe, Emma, mas eu não tenho as
chaves. Essas algemas não são minhas – ele parecia um pouco preocupado com ela,
mas ele estava certo, realmente não eram dele.
- Oh, merda! – ela balançou a cabeça negativamente,
desolada. Ela sabia muito bem de quem eram aquelas algemas. – Obrigada, de
qualquer forma. Eu irei me livrar delas – ela sorriu agradecendo e logo já
havia ido embora.
Graham
olhou de canto para Mr. Gold, tudo parecia tão estranho! Por que afinal Mr. Gold
estava ali? Ele nunca aparecia na delegacia. Graham não sabia sobre o poder do
outro, então apenas balançou a cabeça, sem entender nada, voltando ao trabalho.
Mr. Gold não disse nada, mas ele tinha certeza de para onde Emma estava indo.
Ele sorriu. O destino tinha uma maneira estranha de fazer as coisas. E o papel
dele? Bem, ele apenas gostava de brincar com a vida e com as pessoas, como em
um jogo divertido e interessante. De qualquer forma, ele criara a maldição,
certo? A Rainha Má era apenas uma pessoa, naquele tempo uma bruxa, que queria ser
feliz. Ela não conhecia o mal de verdade, mas ele? Bem, isso é outra história.
Emma
tentou entrar em seu carro, mas com aquelas algemas ela não podia dirigir. Chutou
a roda do carro, irritada. Por quê?! Sério! Agora ela tinha que ir na casa da
Regina, porque as algemas eram dela! Que inferno! Logo agora que ela realmente
queria ficar longe da prefeita, sem causar nenhum problema, precisava ir até
lá. Assim ficava difícil! Já que não podia ficar presa para sempre, resolveu ir
andando até lá.
Andava
em círculos dentro do seu escritório. Ela estava muito brava, tentando achar
uma maneira de fazer Emma pagar. Precisava mostrar todo o seu poder, então só
assim Emma aprenderia para sempre qual era o seu lugar, de quem Henry era, e de
quem era tudo por ali. Ela ouviu o som da campainha, e pensou que poderia ser
Henry, ou até mesmo a Mary Margaret. Ela não estava no clima de receber
visitas, mas foi atender a porta assim mesmo. Quando abriu a porta, lá estava
Emma, de pé, com um estranho olhar no rosto. Ficou tão surpresa que as palavras
fugiram de sua boca por alguns segundos.
- Desculpa, ok? Eu jurei que ficaria
longe de você, mas você tem as chaves – e levantou os braços, mostrando-o para
Regina as algemas.
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