O sentimento de solidão é o pior possível. Qualquer felicidade, de qualquer pessoa, já me faz chorar. A música alta no fone de ouvido, tentando bloquear qualquer tipo de processamento de pensando em minha mente. Quando achei que já tivesse passado por essa fase adolescente, começo a chorar novamente. É só elevar as expectativas sobre qualquer coisa mínima, qualquer pequeno gesto, e de repente se transforma em nada novamente, e eu quebro. Tecendo planos futuros para algo ainda sem presente. A solidão é amarga. Queria eu poder fazer algo contra isso. Mas sou tão estúpida, tão devagar, que mal posso ensaiar uma cantada barata que me deixará mais vermelha que um tomate. E eu só queria ser notada. Só queria que alguém realmente me escolhesse, no meio de tanta gente. Atiçam daqui, atiçam dali, mas sempre escolhem outra pessoa, outro que não eu. E isso dói. Isso machuca. Por mais que meu rosto esconda, meu sorriso sempre no rosto, aquela vontade de dizer "hey, vamos em frente que atrás vem gente", apagando uma lágrima dos olhos, segurando o nó na garganta, tentando esconder o que realmente dói. O que realmente quero dizer. E tenho medo. Medo que achem que é bobagem. Medo, porque quando realmente falo, ninguém da a mínima. Ninguém lê, ninguém escuta. Ninguém se importa. Nem quando tento ajudar, nem quando preciso de ajuda. Quando preciso, ninguém está lá. Para quê, não é mesmo? Ela pode lidar com os problemas sozinha. Ela sabe como sorrir, mandar tudo pro inferno, e ser feliz, não é? É facil. Sempre foi e sempre será. É... Acho que deve ser... Fácil. Pra todo mundo. Menos pra mim. Que só queria alguém. Só queria um abraço. Algo que fosse real, de verdade, que eu pudesse tocar. E não só mais uma ilusão que minha imaginação criou. Não mais uma memória contada pela minha mente para preencher esse vazio enorme dentro do peito.
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