Estou enlouquecendo... E sei que estou enlouquecendo, eu posso ver, posso sentir... Quão louco isso pode ser? O quão amedrontador? Observo atentamente enquanto lentamente eu me torno quem eu não quero ser. Vejo o monstro que reside dentro de mim soltando-se das suas amarras... Minha paranoia manda lembranças, sorrindo, pois sabe que por mais que eu tente, não consigo controlá-la. Minha mente gira e gira e gira... Os pensamentos viajam rápidos... Eu tento me conter, controlar, sei que estou errada... E de vez em quando uso e abuso da ironia... Porque não quero me esconder, esconder o que sinto... Preciso mostrar... Escancarar para que você veja. Me veja. Perceba o que sinto. Quero me desfazer da invisibilidade. Estou aqui! Você não vê? Não vê como me sinto? Não se importa? Não posso me permitir deixar que o outro sinta minha falta, porque o medo latente dentro de mim tem receio de que não sintam minha falta, e de que me esqueçam aqui...

Posso ser sua cabelereira?



Posso ser sua cabelereira? Posso mexer em seus cabelos?
Não tenho diploma não, senhorita, mas prometo ser gentil.
Observo os fios escorrendo pelos ombros, lisos e compridos, 
De um tom castanho-avelã e tenho vontade de moldá-los...

Posso trançá-los com meus dedos, deixando os ombros livres,
Podendo abraçá-la e depositar pequenos beijos em sua pele.
Bagunçá-los no alto da cabeça, dando-me livre acesso
Para pequenas mordidas em sua nuca arrepiada. 

Querida São Paulo



Minha querida e grande São Paulo,
Hoje, talvez pela primeira vez,
Vi com olhos tristes sua realidade cinza,
Mas ainda nem tão nua e crua assim.

Pela janela embaçada do ônibus,
Tive medo ao encarar suas ruas,
Tão escuras e misteriosas,
Com receio do que elas escondem.

Fico aqui pensando, rolando em minha cama, sentindo sua falta, lembrando-me dos pequenos e preciosos momentos em que passamos juntas. Eu poderia dizer que quando nos vemos o mundo para por um segundo, mas não é verdade. É exatamente o contrário, meu mundo gira muito rápido, e as horas passam em um piscar de olhos. De repente, já está no momento da despedida, e meu coração pede por mais tempo. Não que eu já não tenha aproveitado cada segundo ao seu lado. É estranho como nós funcionamos, não é? No minuto em que ponho meus olhos em você, um sorriso se abre em meu rosto, mas ainda não vejo com clareza. Brincadeiras, risadas, conversas... Nada fora do comum... Mas quando nos aproximamos...

Fico perdida nos detalhes do seu rosto, pequenos gestos que passam despercebidos. Como o vermelho que persiste em suas bochechas quando ri demais, e não é de vergonha... Ou quando seu braço roça no meu... Guardo esse momento em minha mente, sabendo que apesar de ínfimo, tenho a sensação de ser importante. Quando estamos conversando frente a frente, e tenho a oportunidade de olhar dentro dos seus olhos, e o seu sorriso fica meio desfocado... Mas a melhor memória, a mais fugaz, e a que eu mais gostaria de guardar, é o seu cheiro. Um delicioso e suave perfume, que me remeteu às lembranças daquele quarto de hotel. Ah se eu pudesse guardar seu cheiro! Gostaria de ter memória olfativa, mas infelizmente não o tenho.

Andei tanto para poder te encontrar, e andaria tudo de novo, se pudesse ficar mais tempo ao seu lado. Necessito dos seus carinhos, do seu toque macio, da sua carência que combina tão bem com a minha. Toda vez que penso muito sobre sentir seu cheiro, acabo com a imagem em minha mente de um abraço. Meu nariz roçando em suas costas nuas, sentindo sua pele macia, quente, gostosa. Meus beijos em sua nuca, minhas mordidas de leve por toda a extensão dos seus ombros... A cada lado que viro em minha cama vazia e gélida eu peço para ter seu corpo aqui junto ao meu. Necessito deslizar meus dedos e deixar minhas digitais em seu corpo. Ouvir seus gemidos, sua voz em meu ouvido, e sussurrar minhas juras de carinho eterno. 


Imagens Que Contam Histórias 25


Andava sem rumo pela rua movimentada, sem ninguém prestar-lhe atenção, preferia assim, até que o cadarço do seu tênis desamarrou. Geralmente não dava muita atenção a isso, era capaz de andar com ele daquele jeito mesmo, mas um trupicão que quase lhe levou ao chão a fez pensar que seria melhor parar e ajeitar o sapato. Em uma rua sem saída, sentou-se no chão e começou a enlaçar o cadarço. De repente, sentiu algo nas costas, um leve peso, que não a assustou, mas a deixou ressabiada. Era uma garota das ruas, nunca confiava em ninguém, não tinha ninguém, então olhou com cautela, e se surpreendeu ao ver uma garota que sentara de costas para ela, encostada nela. Seu instinto era sair correndo, não entendia como aquilo estava acontecendo, mas dentro de si sabia que não deveria se mexer. Olhou de lado, observando a paz naquele rosto angelical, e seu coração se acalmou. Desejou, por um mísero segundo, ter uma família como a aquela garota deveria ter, ser cuidada daquela forma, bem vestida, ter alguém que se importasse com ela. Sorriu, e depois deixou o rosto sério novamente. De leve, cutucou a menina, dizendo-lhe que ela deveria ir pra casa. A garota sorriu, disse que estava muito cansada pra continuar, por isso pegara no sono, pedira desculpas pelo incômodo, e agradecera por ser um anjo e ter cuidado dela por aqueles poucos minutos, sabia que nenhum mal iria lhe acontecer. Levantou-se e foi embora, sumindo na próxima esquina. Ela ficou ali, sem entender, surpresa, e com o coração a mil e as lágrimas nos olhos.

Blog em inglês


Olá pessoal! Eu vim divulgar meu novo blog, "It's A Broken Heart" para postagens de textos, histórias, poemas e outras coisas em inglês. Gosto de escrever em inglês e preciso melhorar minha escrita, e pra isso, só praticando, e sei que aqui no blog uma grande maioria que acompanha meus textos só lê em português ou não entende direito o inglês, por isso quis criar um outro lugar em separado onde eu possa postar somente em inglês. Sintam-se livres para visitar o blog, ler os posts, fiquem à vontade. 
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