Novamente acontecia, não sei em qual esquina esqueci de virar e quando percebi, já estava de fronte à um texto que me fez lembrar de você. Das minhas pobres e ilusórias fantasias, que jamais aconteceram. Brincando de tecer textos, fujo sempre da realidade que meu coração carrega em sentimentos, mas basta uma olhadela num texto aqui, outro acolá, já me pegava sorrindo bobamente e balançando a cabeça negativamente, dizendo: é assim mesmo, o que sinto.
A pele precisando urgentemente de contato, procuro em esquinas, bares, festas, escolas, qualquer lugar que me arranje uma companhia de meia hora só para saciar a vontade desse corpo sedento. E ainda assim, não encontro ninguém que se encaixe nas minhas birras de alguém pseudo-cult. Alguém que odeie funk, seja do contra, com uma personalidade forte, mas que se derrete ouvindo a música certa, com um solo de guitarra aqui, um vocal a capela ali. Alguém que seja carinhoso o suficiente e meloso o suficiente, mas que na hora do sexo seja selvagem o suficiente para tentar coisas novas.
Saio pela rua cantando acordes de músicas pops das novas divas mirins, como se fosse a pessoa mais feliz do mundo, simplesmente por ter topado com alguma gostosa na faculdade. E então, como um raio, sou atingida por um texto, uma música, uma melodia, qualquer sinal de vida, fogo ou fumaça que você faz, ou que eu imagino que faça. E tudo faz sentindo. Para quê procurar mesmo? Você está aqui, sempre esteve. Podem parecer a Jolie, com uma barriga sarada, posso ter caído por professoras, ou até mesmo ser apaixonada por mulheres mais velhas, mas nada disso é capaz de produzir em mim o efeito que você produz.
Uma baixinha nem tão baixinha assim, alguns meses à menos que eu, o sorriso grande e iluminado, cheia de defeitos que você mesma se impõe. Mas a garota mais perfeita da face da terra assim mesmo, com o cabelo desgrenhado, o mau humor ou a vontade de querer me pisar para ver até onde eu aguento. E pode pisar, eu deixo. Eu sei eu sei, não estou desistindo de mim e nem querendo pular de um penhasco (se bem que eu poderia...), mas o fato é que você pode. Pisa, amassa, amarrota, joga fora. Se cansa. Eu sou reciclável, já deu para perceber, não é? E com essas nossas idas e vindas, encontros e reencontros, vai ver então, o nosso amor também é assim, reciclável.
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