Poesia - Desculpe-me Pelo Transtorno


Desculpe-me pelo transtorno,
Desculpe-me pela dor que lhe causei.
Todos os cortes abertos em sua pele morena.
Todas as lágrimas transbordando dos olhos-chocolate.

Sei que jamais voltará a se embevecer em minhas palavras
E agora sei que ao ouvir meu nome tua pele se arrepia,
Seus olhos se arregalam e você é tomada por pânico,
Implorando para que lhe salve dos monstros que lhe assombram.

Desculpe-me pelo transtorno,
Desculpe-me por lhe machucar.
Nem mesmo posso dizer que não tive a intenção.
Era exatamente o que eu queria: atingir-lhe.

Enlouquecida pela indiferença, ensandecida pela dor,
Queria que sentisse exatamente tudo o que eu sentia.
E tola de mim, nem mesmo percebi que o veneno expelido
Era o ódio tóxico injetado em mim através dos séculos.

Desculpe-me pelo transtorno,
Desculpe-me pelo meu amor.
Amor doentio e insano que me consumiu.
Sentimento profundo que sobreviveu.

Se acaso lhe interessar, 
Novas eu tenho para contar.

A escuridão que outrora me perseguia,
Dissipou-se pela luz que hoje me guia.

Desculpe-me pelo transtorno,
Desculpe-me pela insistência.
Talvez um dia eu lhe venha a conhecer,
Só assim poderemos nos perdoar mutuamente.

Hoje eu posso finalmente ver,
Que necessitamos seguir caminhos diferentes.
E espero que acredite em mim quando eu disser,
Que lhe desejo a sorte de um amor tranquilo,

Amor este que eu jamais poderia lhe oferecer.

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