Menina tola.
Ainda acha que tem alguma chance?
Não percebeu que ela não lhe quer?
Só a sua amizade? 
Seu companheirismo?
Mas não seu amor?
Não percebeu que força a barra?
Não percebeu que é sozinha?
Não percebeu?
O amor não é pra você.
Nunca foi. 
Chore, chore o quanto quiser.
Eu sei que dói, profundamente.
Como se lhe arrancassem o coração,
Não, pior!
Como se o rasgassem...
Chore, chore mais. 
E enlouqueça.
e eu não tenho nada a oferecer; nada de extraordinário; só eu mesma, desse jeito esquisito; desse jeito exagerado; desse jeito desesperado.

Nas Suas Águas


Nas Suas Águas

Paciência. O que aprendo agora, o que me esgana nesse exato minuto, e o que me traz para fora da água, podendo respirar enfim, é a paciência. Assim mesmo como veio ao mundo, nua e crua. Sabe, é que assim, eu tenho essa urgência de falar, andar, fazer, pensar, gritar e sentir, tudo ao mesmo tempo, nesse furacão de emoções que não duram nem um segundo; urgência de saber, de querer, de ansiar por uma resposta, um sinal de vida, um suspiro de alívio, qualquer coisa que me mostre que nada foi em vão. Não sei esperar, esse é o meu tão guardado segredo. Não colou? Verdade, não colou. Meu maior segredo, meu maior medo, é pecar pelo silêncio e lhe perder tão facilmente assim. Por uma palavra, um gesto, um silêncio mal colocado, colocar tudo a perder. Sempre vivi assim, correndo, nessa urgência de explicar a qualquer custo, nesse medo insano de perder o que nem possuo ainda. Nunca ninguém reclamou. Nunca ninguém me parou, até você chegar. Parece clichê, eu sei, mas não o é.
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