Fanfic: Do What U Want - Capítulo 02


Fanfic: Do What U Want
Capítulo 02

Flashback

            Em uma das primeiras noites em Neverland, Regina se afastara do grupo, preferindo se isolar. Snow estava sempre ao lado de David, enquanto Hook tentava conversar com Emma, ajudá-la de alguma forma, mas a loira parecia muito focada na missão, e acabava não dando a atenção devida ao pirata. Após alguns dias, em uma noite de lua cheia Emma andava de um lado pro outro, frustrada, querendo conversar com alguém Olhando para o céu, sentia falta de Ruby, com quem sempre pudera conversar quando precisava. Afastou-se dos outros, e percebeu a prefeita sentada encostada em uma árvore. Aproximou-se, sem saber se seria bem-vinda ou não.

— Se importa? – ela perguntou incerta.

            Regina deu de ombros, então a xerife se sentou ali, com ao seu lado, com os joelhos flexionados e os braços em cima deles. A morena mantinha a cabeça encostada no tronco, observando o céu. Não disse uma única palavra durante os minutos que ficaram ali. Emma não conseguia passar muito tempo quieta, nunca conseguira. Ia contra sua natureza, então ela foi a primeira a quebrar o silêncio.

— Acha que conseguiremos?

— Achar o Henry? – ela perguntou, sem desviar os olhos do azul do céu.

— Sim... – a loira confirmou, e demorou algum tempo até a outra finalmente responder.

— Eu acho. Não vou desistir, e acho que você também não. – ao final da frase, encarou a salvadora, com os olhos intensamente marrons.

— Não. – Emma a encarou de volta, um mínimo sorriso nos lábios. Ela queria falar mais alguma coisa, continuar a conversa, e Regina parecia sentir isso, pois ficou algum tempo olhando-a, procurando sinais do que seria.

— Se tem alguma coisa pra dizer, diga logo Miss Swan, ou me deixe em paz. – ela respondeu com cara de poucos amigos.

— Não precisa ser mal-educada. – Emma retrucou, fazendo a outra revirar os olhos. — Eu só... Queria conversar...

— Vá com conversar com Snow, David... Até mesmo Hook, acredito que tenham muito o que falar... Ou talvez não... – os lábios se contorcendo, a ironia aparecendo em sua expressão.

— Não tenho nada pra falar com ele. E nenhum deles pode realmente me ouvir... – ela suspirou. — E se você não quiser minha companhia, não quiser falar, eu vou te deixar em paz. – ela fez menção de se levantar, mas a mão de Regina em seu braço a deteve.

— Não estou acostumada a pessoas querendo conversar comigo por livre e espontânea vontade... – ela soltou vagarosamente.

            Emma voltou a se sentar, mas dessa vez levemente de frente para a morena, para conversarem melhor. Cruzou as pernas no chão, os cotovelos apoiados nos joelho, e as mãos apoiando o rosto. Regina estendeu as pernas, sem muita vontade de falar. Não sabia porque tinha chamado Emma de volta, mas não estava afim de ficar sozinha, e até mesmo a loira poderia ser uma boa companhia naquela ilha. Sem Henry, sentia-se completamente só.

— Eu me sinto sozinha. – a frase da loira captou a atenção da morena no mesmo instante.

— O que disse? – ela a encarou. Será que agora a salvadora também podia ler mentes?

— Que eu me sinto sozinha. – ela suspirou. — Eu estou feliz por ter reencontrado meus pais, por ter Mary Margaret e David comigo, é só que... Eu não sinto que são meus pais. Eu vivi muito tempo sozinha, tendo que aprender a me virar. Cresci assim. É estranho tê-los por perto. E por mais que eu saiba que eles estão aqui, eles não estão realmente, eles não conseguem me entender.

— Entendo... – a morena suspirou, pensando. — Meus pais... É complicado. Minha mãe você conheceu... – Regina sorriu amargamente. — E meu pai, era uma boa pessoa, mas... Não era o suficiente. Eu só tenho o Henry... E ainda assim... – ela deixou o pensamento inacabado, sentindo as lágrimas quererem aflorar dos olhos. Estranhou. Não podia chorar ali, não na frente de Emma. Engoliu o choro, a respiração pesada, olhando para o céu de novo.

— Sei como é... – a loira limitou-se a responder. Sabia que se dissesse qualquer outra coisa, a prefeita lhe expulsaria dali. Ficaram por um longo tempo em silêncio, cada uma presa em seus próprios pensamentos, mas ao mesmo tempo aproveitando a companhia uma da outra.  

Fim do Flashback.

            Emma teve dificuldades para dormir naquela noite. A todo o momento imagens de Regina vinham à sua mente, lembranças da noite maravilhosa que tiveram. Revirou-se na cama, entre sonhos estranhos e ao mesmo tempo eróticos com a prefeita. Acordou no outro dia de mau humor, morrendo de sono. Era o primeiro dia depois que tinham voltado da ilha. Estava na casa dos pais, juntamente com Henry. Regina deixara que ele ficasse ali por aquela noite, ainda estava temerosa de que o próprio filho pudesse rejeitá-la, então decidiu por deixá-lo com os avós e a mãe biológica, por mais que seu coração doesse. Por isso Emma se esgueirara na noite anterior até a mansão. Apareceu na cozinha, Henry conversava animadamente com sua avó.

— Bom dia! – Mary Margaret cumprimentou-a.

— Bom dia mãe!

— Hey garoto. – ela forçou um sorriso, servindo-se de café preto.

— O que houve, Emma? Não conseguiu dormir? – a professora perguntou, estranhando.

— Não muito... – foi o que ela respondeu. — E então... O que vamos fazer hoje?

— Como assim? Você não sabe?

— Não sei do que?

— Da reunião. Regina marcou uma reunião para daqui a meia hora na prefeitura. Agora que voltamos, temos muita coisa para resolver, mudou muita coisa.

— Humm... Estranho que ninguém tenha me dito nada. – ela resmungou.

— Não fique emburrada, você chegou tarde e dormiu boa parte da manhã, quem disse que acordava?

— Tudo bem... – ela deu de ombros. — Eu vou indo na frente, já que sou a xerife, quer dizer, eu acho que sou. – ela deu um sorriso, aproximando-se do menino e dando um beijo em sua bochecha e bagunçando os cabelos dele.

            Saindo de casa entrou no fusca e dirigiu até a prefeitura. Estranhou que Regina não tivesse lhe dito nada na noite anterior... Mas de qualquer forma, aquela era uma boa oportunidade para rever a prefeita sem se denunciar tanto. Além do mais, ela realmente estava curiosa para saber quais seriam os caminhos que a cidade tomaria depois de tudo aquilo. Na ausência deles, Belle comandara a cidade, como prefeita temporária, e ainda que tenha feito o trabalho muito bem, estava tudo uma confusão. Ruby havia ido embora, as escolas haviam parado de funcionar, ninguém ficara tomando conta da delegacia... Basicamente os morados sobreviveram fazendo suas atividades básicas e ficando o resto do tempo escondidos em suas casas. A loja de Gold permanecera fechada, assim como a biblioteca, já que Belle não saia da prefeitura.

            Emma estacionou o carro e desceu, adentrando no hall da prefeitura. Vários dos moradores da cidade já estavam presentes, lotando o local. Muitos deles a cumprimentaram enquanto ela passava, mas ela apenas acenava a cabeça. Andou até a sala da prefeita, mas a secretária não a deixou entrar. As ordens eram que ninguém poderia entrar antes de a prefeita começar a sessão. Ela suspirou fundo, irritada, e voltou, indo até a sala de reuniões. Acomodou-se em uma das cadeiras, mais lá no fundo, e ficou esperando. Ficou concentrada em seus próprios pensamentos, e nem percebeu quando o menino e sua mãe entraram e sentaram-se lá na frente, somente sendo despertada quando ouviu a voz rouca e profunda de Regina desejando um bom dia. Assustou-se, olhando atentamente para frente. Regina estava lá, com um terninho preto, salto alto, e o cabelo muito bem escovado; tudo estaria perfeito, não fosse o estranho sorriso no rosto da morena. Raramente a vira sorrir dessa forma.

— Sejam bem-vindos ao conselho. Primeiramente, convoquei todos vocês para podermos decidir como dirigiremos a cidade de agora em diante. Muita coisa mudou desde que saímos daqui. Eu mudei. – um silêncio fez-se ouvir. — Não completamente... – um sorriso maldoso apareceu-lhe nos lábios, fazendo algumas risadinhas aparecerem. — Mas acredito que podemos continuar com o que vínhamos fazendo e ir mudando as coisas de forma gradual. Agradeço a Belle por ter cuidado da prefeitura em minha ausência, e de agora em diante ela volta a tomar conta da biblioteca. Infelizmente, fiquei sabendo que Ruby não trabalha mais no Granny’s, já que decidiu se mudar da cidade, portanto precisamos de voluntários que queira ajudar no restaurante. Com relação à delegacia, o posto de xerife continua sendo da senhorita Emma Swan. – finalmente seus olhos se encontraram com os da loira, e um mínimo sorriso apareceu em seus lábios. — Gold está novamente na cidade, trabalhando em sua loja e me auxiliando no que for preciso. Peço para Mary Margaret se reunir com as outras professoras para checar a situação das escolas, e retomar as aulas o mais rápido possível. Com relação aos outros departamentos, iremos normalizando todos os setores com o passar do tempo. Qualquer problema, marquem uma hora e iremos tratar. Peço paciência a todos, pois ainda falta muito para ajeitarmos tudo, mas chegaremos lá. Obrigada.

            Ao final do discurso, todos estavam muito espantados para falarem alguma coisa. Vagarosamente as palmas vieram, até todos a aplaudirem de pé. Ninguém podia acreditar em como Regina estava mudada, até mesmo em seu discurso, fora tão... Amável e gentil... Coisa que nunca acontecera antes. As pessoas começaram a se reunir em pequenos grupos, todas animadas com o que acabaram de ouvir, querendo comentar sobre o discurso e resolver sobre seus próprios negócios. Já Emma... Levantou-se, determinada a ir atrás da prefeita. Tinha gostado de saber que ainda estava no comando da delegacia, gostava daquele trabalho. Mas na verdade sua determinação vinha de outros motivos. Esgueirou-se pelas portas da prefeitura, apertando o passo, a uma distância da morena; viu quando ela entrou pela porta do banheiro feminino, e entrou atrás. Antes que pudesse saber o que estava acontecendo, sentiu a voz de Regina a suas costas, bem próximo ao seu ouvido, e as mãos dela rodeando sua cintura.

— Está me seguindo, Miss Swan?

— Não... Só queria falar com você... – ela sorriu, tentando se virar, mas Regina foi mais rápida e a empurrou contra a parede, o rosto da loira colado ao azulejo frio.

— Parece que ontem eu não fui suficientemente clara, Miss Swan. Sou eu que mando aqui. – sua voz tornou-se extremamente sensual e baixa. — O que você queria falar comigo?

— Não posso virar? – a loira perguntou, a respiração pesada.

— Não. – a voz da morena era seca.

— Eu não sabia da reunião... E fico feliz... – ela respirou fundo. — Que eu possa continuar exercendo a minha posição de xerife...

— E o que mais?

— Eu queria saber se você não queria almoçar... – ela perguntou com a voz abafada.

— Mas já? Me viu ontem a noite... Já está com saudades? – a mão de Regina percorreu a lateral do corpo da loira, descendo até o seu sexo, apertando-o por cima da calça jeans, fazendo um gemido sair pelos lábios da xerife.

— Para ser sincera, já... – Emma confessou, os olhos fechados.

— Tome cuidado, xerife, não vá se viciar... – ela virou a loira para si, colocando-a de costas para a parede, encostando-se a ela, e beijando seus lábios rapidamente. Depois soltou-a com um sorriso maroto nos lábios. — Você tem muito trabalho na delegacia hoje. Vá cuidar de tudo, e na hora do almoço eu dou uma passada lá. E pare de me seguir. – Regina olhou-a de cima a baixo, mordiscando o lábio inferior, e saiu do banheiro.


            Ela precisou ficar um tempo no banheiro, apoiada na pia, tentando recuperar o fôlego. Regina deixara-a toda excitada, achando que ia acontecer alguma coisa, e fora embora. Mas de qualquer forma, ela realmente tinha muito a fazer na delegacia. Tinha até medo de entrar, deveria estar uma bagunça, e ela teria muito trabalho para fazer, principalmente com a papelada, o que nunca fora o seu forte. Emma saiu da prefeitura com um sorriso no rosto, mal conseguindo esperar pelo seu almoço. No caminho, as palavras de Regina rondavam sua cabeça... “Não vá se viciar...” Será que iria? Duvidava, já que ela sempre soubera fazer tudo certo na sua vida, não era muito de se apegar, mas confessava internamente, bem lá no fundo, com um sorriso no rosto, que a prefeita mexia mesmo com os seus sentidos. Ela tinha urgência em vê-la, e uma urgência ainda maior em se entregar para ela.

2 comentários

  1. muito bom,estou adorando essa historia.

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  2. esse gif é ótimo rs
    estou gostando muito da fanfic, que bom que não ficou como oneshot.

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